sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
-
cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Kulturfabrik, 25.11.08: Contos & Samba

25 de Novembro / Kulturfabrik de Esch-sur-Alzette
Contos & Samba
"Contos e Samba" é uma viagem contada e cantada pelo Brasil. Sophie Clerfayt é a contadora de histórias que misturam saudade, tradições e realidade sociais do país-irmão de Portugal. Flávio de Souza acompanha com cumplicidade e música.
O espectáculo, que terá lugar na sala Ratelach da Kulturfabrik, em Esch/Alzette, na terça-feira, 25 de Novembro, às 20h, dura 70 minutos e está aberto a jovens com mais de 12 anos. Os bilhetes custam 6 euros
Mais informações e inscrições pelo tel. 55 44 93-31 ou pelo e-mail celine@kulturfabrik.lu, na internet.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Une brève histoire de l'avenir - Breve história do futuro

É hoje que se decide o que será o mundo em 2050 e se prepara o que será em 2100. Segundo a forma como agiremos, os nossos filhos e os nossos netos hão-de morar num mundo habitável ou hão-de viver num inferno, odiando-nos. Para lhes deixar um planeta saudável, é preciso tomar hoje tempo de pensar o futuro, compreender a sua origem e como agir sobre este. É possível: a História obedece a leis que permitem prevê-la e orientá-la.

A situação é simples: as forças do mercado tomam posse do planeta. Última expressão do triunfo do individualismo, essa marcha triunfal do dinheiro explica o essencial dos mais recentes sobressaltos da História: para a acelerar, para a recusar, para a dominar.

Se essa evolução chegar a termo, o dinheiro acabará com tudo o que lhe puder ser prejudicial, incluindo os estados, que destruirá aos poucos, os Estados Unidos da América incluídos. Transformado em única lei do mundo, o mercado formará o que apelidarei de hiperimpério, impalpável e planetário, criador de riquezas mercantes e de alienações novas, fortunas e misérias extremas; a Natureza será colocada sob uma redoma controlada; tudo será privado, incluindo o Exército, a Polícia e a Justiça. O ser humano viverá acorrentado a próteses, antes de se tornar ele próprio um artefacto, vendido em série a consumidores que se tornarão por sua vez artefactos. Depois disso, o Homem, sendo inútil às suas próprias criações, acabará por desaparecer.

Se a Humanidade recuar diante deste futuro e interromper a mundialização pela violência, antes mesmo de se libertar das suas alienações anteriores, poderá deslizar numa sucessão de barbáries regressivas e de batalhas devastadoras, recorrendo a armas hoje impensáveis, opondo estados, agrupamentos religiosos, entidades terroristas e piratas privados. Apelidarei essa guerra de hiperconflito. Também este pode vir a fazer desaparecer a Humanidade.

Finalmente,
- se a mundialização fôr contida sem ser recusada,
- se o mercado fôr circunscrito sem ser abolido,
- se a democracia se tornar planetária continuando a ser concreta,
- se o domínio de um império sobre o mundo puder cessar,
desenhar-se-á então um novo infinito de liberdade, responsabilidade, dignidade, ultrapassamento dos limites e do respeito do outro. A isto apelidarei a hiperdemocracia. Esta conduzirá à instauração de um Governo mundial democrático e de um conjunto de instituições locais e regionais. E permitirá a cada um, pela utilização reinventada das fabulosas potencialidades das próximas tecnologias, caminhar no sentido da gratuitidade e da abundância, aproveitar de forma equitável as benesses da imaginação mercante, preservar a liberdade dos seus próprios excessos como a dos seus inimigos, deixar às gerações vindouras um Ambiente melhor protegido, fazer nascer, a partir de todas as sabedorias do mundo, novas formas de viver e de criar em comunidade.

Pode-se assim contar a História do próximo meio-século: antes de 2035, acabará o domínio do império americano, provisório como o de todos os que o precederam; depois disso, abater-se-ão três vagas sucessivas de futuro: o hiperimpério, o hiperconflito e a hiperdemocracia. Duas vagas à priori fatais. Uma terceira à priori impossível.

Estes futuros talvez se entrecruzem; pode já até estar a acontecer. Acredito na vitória, por volta de 2060, da hiperdemocracia, forma superior de organização da Humanidade, expressão última do motor da História: a Liberdade.

Jacques Attali, in "Une brève histoire de l'avenir" (Ed. Fayard, 2006)

domingo, 23 de novembro de 2008

Two moments with Rufus Wainwright

Rufus Wainwright - Cigarettes And Chocolate Milk




Rufus Wainwright - Hallelujah

sábado, 22 de novembro de 2008

As primeiras neves e o bailado cadente


Cairam as primeiras neves do Inverno. Hoje quando acordei, da janela do meu quarto via todo o Bambësch, o Limpertsberg e a encosta de Eich polvilhados de branco. Senti um sabor doce de Natal antes da época, um gosto a vinho quente com canela no céu da boca, os sinos de Weimerskirch badalavam Kirchberg acima e as luzes dos candeeiros públicos apagavam-se para deixar a manhã nascer branca e serena.

Gosto de sentir a neve a estalar debaixo dos meus pés, do frio a cocegar o nariz, do cheiro do cachecol novo, de ouvir o riso das crianças quando escorregam com os trenós, fazem batalhas de bolas de neve ou correm a moldar no barro branco bonecos de neve com narizes de cenoura.

Mas prefiro ainda quando estou do lado de cá da vidraça, de observar o lento bailado cadente dos flocos dançando, das minhas mãos buscando o reconforto em volta da chávena de leite com chocolate fumante, dos biscoitos de anis, das tuas madeixas loiras no meu peito, do teu sono de anjo sobre o meu corpo no sofá vermelho de todos os nossos pecados.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Teatro em Português

"Se perguntarem por mim, não estou!"

Brincadeira ou ordem de um patrão à sua secretária?
Não, nada disso. Trata-se do título de uma obra de teatro do escritor e dramaturgo português Mário de Carvalho.
Teatro? Ah, que boa notícia! Realmente, aqui no Luxemburgo, pouco se ouve falar de teatro em língua portuguesa.
E, com uma comunidade portuguesa tão importante, nem sequer existe um grupo de teatro (mesmo amador) que nos brinde regularmente com esta experiência de palco.
Mas… nunca é tarde ! Aliás, chegou o momento de concretizar esse projecto de tão longa data.
E é assim que está programada uma reunião de contacto para o lançamento deste atelier teatral em língua portuguesa seguida da leitura da obra cujo título serviu para encabeçar este apontamento.
Partilha a mesma paixão pelo palco ? Tem talento para desenhar os figurinos ? Para conceber e construir cenários ? Para manejar a técnica das luzes e do som ? Gostaria de "dar uma ajudinha" no que quer que seja preciso ?
Então venha ter connosco para partilharmos a arte do teatro, trocarmos opiniões e alicerçar este novo grupo !
Quando ? Terça-feira, dia 2 de Dezembro, pelas 18h30.
O local de encontro será confirmado via postal, após inscrição através do telf. 29 00 75 (das 14h – 18h) e do 621 178 445.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Théâtre des Capucins : "Stop the tempo"

Na capital / Théâtre des Capucins, de 21 a 23 de Novembro
Paulo Correia regressa
com "Stop the tempo"
O actor e encenador luso-francês Paulo Correia que o CONTACTO entrevistou em Maio ao lado de Helena Noguerra por ocasião da participação dos dois actores na peça "Faces" que o Grand Théâtre trouxe ao Grão-Ducado, está de regresso ao Luxemburgo.
Desta vez, Paulo Correia, que vive em Nice, volta na pele de encenador da peça "Stop the Tempo", adaptado do romance homónimo da jovem autora romena Gianina Carbunariu.
A peça conta a história de três jovens, Maria, Paula e Rolando (os actores Gaële Boghossian, Valérie Bodson e Frabrice Pierre ) e denuncia a resistência de uma nova geração que recusa seguir como um rebanho uma sociedade que incita a consumir sem moderação e a praticar o "pronto-a-pensar". Daí o título, "Stop the tempo", que neste caso significa "parar o ritmo de uma sociedade que consome compulsivamente".
A história original passa-se na Roménia mas pode ser transposta para qualquer uma das nossas sociedades modernas. A crítica francesa elogiou aliás tanto a actualidade da história como a originalidade da encenação, construída como um road-movie por Paulo Correia, como uma corrida desenfreada contra a sociedade e contra o tempo/ritmo.
A peça estreou no Teatro Nacional de Nice (instituição em que Paulo Correia é actor residente), a 29 de Maio último e está em representação durante três dias, de 21 a 23 de Novembro, no Théâtre des Capucins, na cidade do Luxemburgo: sexta e sábado, às 20h; domingo, às 17h. Os bilhetes, que custam 20 euros para adultos, 8 euros para jovens e 5,50 euros para grupos escolares, podem ser reservados pelo tel. 470895-1, em www.luxembourg ticket.lu ou ganhos por SMS graças ao CONTACTO.

José Luís Correia in Contacto, 19.11.08

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E se Obama fosse africano? - texto de Mia Couto

E se Obama fosse africano?

Por Mia Couto

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

Mia Couto
escritor moçambicano

(artigo publicado a 14 de Novembro no jornal "Savana" de Maputo, mas que pensei devia ser amplamente divulgado. Mais vale tarde do que nunca, não é? Obrigado à Beta por ter-me enviado o texto, que penso já deverá circular há quase uma semana pela net numa cadeia de forwards electrónicos)

Portuguesas brilham no Top Model Belgium 2008

Eleição na sexta-feira, em Mons, na Bélgica
Daniela Martins vence
Top Model Belgium 2008


Daniela, de 21 anos, residente em Esch/Alzette, venceu sexta-feira o concurso Top Model Belgium 2008 na categoria Modelo Fotográfico Sénior. A jovem diz que abdicaria da profissão de secretária para se dedicar exclusivamente ao mundo da modaFoto: M. DiasDaniela Martins venceu sexta-feira o concurso Top Model Belgium 2008 na categoria Modelo Fotográfico Sénior.
Daniela tem 21 anos, vive em Rumelange com os pais e a irmã, Kelly, de oito anos, sendo oriunda de Carrazeda de Anciães (distrito de Bragança, Trás-os-Montes), onde viveu até aos cinco anos. A jovem completou o 12o ano de Comércio e trabalha como secretária no Centro Hospitalar do Luxemburgo.
Em entrevista ao CONTACTO, Daniela voltou a reiterar que adora a sua profissão, mas que abdicaria da mesma e até a sair do Grão-Ducado para se dedicar exclusivamente à moda, "mas apenas se se tratasse de um contrato sólido e sério".
Conta como a família e o namorado a têm apoiado incondicionalmente na tentativa de alcançar um lugar ao sol neste universo difícil, "mas ganhar este concurso valeu a pena, nem que fosse apenas para ver a alegria no rosto da minha mãe nessa noite", afirma emocionada.
Um dos prémios do concurso é uma viagem à República Dominicana. A jovem parte hoje, quarta-feira, para uma estadia de 11 dias que inclui várias sessões de fotografias. A jovem diz, aliás, que o que prefere é ser fotomodelo e não manequim.
"Não tenho altura suficiente para desfilar, apenas 1,68m, e prefiro fazer fotografias. Gostava de um dia ser como aquelas modelos que aparecem em revistas e publicidades", revela.
Nos concursos de beleza este também não foi o primeiro título alcançado por Daniela Já em 2007, havia sido eleita 1a Dama de Honor no concurso Miss Portugal Luxemburgo e, no mesmo ano, na Miss Sexy Bélgica, alcançou o segundo lugar, entre 80 concorrentes.
Na sexta-feira à noite, após ter sido eleita Modelo Fotográfico Sénior, foi logo solicitada por agências e fotógrafos. Daniela diz acreditar que este prémio pode servir para lançar a sua carreira.
Mas a jovem tem ainda outro talento, o da voz, já que compõe com o pai o duo musical “Pai & Filha”, conjunto conhecido do circuito de bailes e espectáculos no Luxemburgo.
E se tivesse de optar entre a música e a moda?, perguntamos. "Aí, a escolha era muito mais difícil", confessa a jovem. "Adoro cantar, não consigo viver sem cantar, por isso tentaria conciliar as duas profissões", diz. No concurso Top Model Belgium e na categoria que Daniela venceu participavam três outras portuguesas: do Grão-Ducado, Neuza Andreia Ferreira de Sousa (de Esch/Alzette) e Sarah Pinto (de Steinsel); e Linda Alves, residente em La Louvière, na Bélgica.
Como Manequim Sénior concorria Vera Patrícia Fernandes Brandão (de Wormeldange), que alcançou o segundo lugar da sua categoria.
O Grão-Ducado estava ainda representado por Marie Guebel, Sophie Pignolet e Anais Henen, na categoria Manequim Júnior, e por Jelena Vesovic, como Modelo Fotográfio Sénior.
Já não é a primeira vez que as beldades do Luxemburgo brilham neste concurso: a luxemburguesa Florence Lodevic foi coroada Top Model Belgium em 2007 na categoria Manequim Sénior, tendo a sua congénere Elisabeth Delboccio obtido o 3° lugar, na mesma categoria.
A edição deste ano contou com a participação de 214 manequins, divididos por quatro categorias femininas e quatro masculinas: Manequim Júnior e Manequim Sénior, Modelo Fotográfico Júnior e Modelo Fotográfico Sénior.
O concurso foi apresentado pelo actor e manequim belga Jeremy Urbain e pela top model francesa de origem eslovaca Adriana Karembeu. O júrí era composto por figuras conhecidas do pequeno ecrã, como a cantora Ophélie Winter, o cantor Matt Pokora, o apresentador do canal TF1, Bernard Montiel, Greg Basso do reality-show "Greg le Millionnaire", e Caroline Receveur, participante no programa "Secret Story 2".


Patrícia Brandão: "Mundo da moda pode esperar!"

Vera Patrícia Fernandes Brandão, residente em Wormeldange, alcançou o segundo lugar na categoria Manequim Sénior no concurso Top Model Belgium 2008.
A participação da jovem de 21 anos neste evento "era uma estreia em concursos de beleza", revela ao nosso jornal. Mas a classificação que obteve motivou-a para outros concursos do género. "Porque não a Miss Portugal no Luxemburgo? Logo se vê!", confiou ao CONTACTO.
Até porque, logo desde as pré-selecções, Patrícia foi imediatamente detectada pelos "caça-talentos" da profissão e contactada por agências e fotógrafos. Recebeu até um convite para participar num filme, que declinou por considerar que não se tratava de algo em que queria para já participar.
Os desfiles, as revistas, as sessões fotográficas são um universo que a atrai, confessa. Mas lúcida, acrescenta logo de seguida, "por enquanto, o mais importante são os estudos" e o diploma de assistente de serviço social (A.S.S.), que está a concluir em Arlon. Depois disso, pensa exercer a profissão no Luxemburgo.
"O mundo da moda pode esperar", conclui.

José Luís Correia in Contacto, 19.11.08

Patrícia Brandão
Fotos: Manuel Dias (mais fotos no site do fotógrafo)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Entrevista com Cindy Morais, Miss Portugal no Luxemburgo 2009

"Gostava de ser professora primária
porque adoro trabalhar com crianças"


Cindy Morais é a Miss Portugal no Luxemburgo 2009. Em início de reinado, o CONTACTO falou com a jovem, que já tem ideias bastante claras sobre os seus projectos de vida.
Cindy Antunes Morais sucede a Emília Ribeiro como Miss Portugal no Luxemburgo. Natural da capital luxemburguesa, a jovem de 19 anos tem as raízes familiares em Tondela (Molelos e Botulho), residindo actualmente em Esch/Alzette, com os pais e os dois irmãos.

Após a eleição de 8 de Novembro no Centro Cultural de Bonnevoie, quisemos saber como a nova Miss está a viver esta aventura e como está planear a agenda e a vida nos próximos tempos. Durante a entrevista, Cindy fez-se acompanhar do namorado, André, três anos mais velho, ele que, diz ela, fez prova de "muita paciência" durante estes sete meses (desde os ensaios para pré-selecção em Março até à final).

CONTACTO: O que mudou desde a tua eleição como Miss Portugal no Luxemburgo 2009?
Cindy Morais:
Pouco mudou... excepto as muitas entrevistas em rádios, jornais, na televisão (risos). Recebi muitos telefonemas e mensagens de pessoas a felicitar-me. No dia seguinte, tinha a casa cheia de família, amigos e flores que me tinham enviado. As pessoas vinham ter comigo na rua para me dar os parabéns...
CONTACTO: Esperavas ganhar?
C.M.: Não! Havia muitas candidatas bonitas, nunca pensei vencer. Algumas concorrentes diziam que eu tinha hipóteses. Eu sempre pensei que fosse a n°12, a Cláudia (1a Dama de Honor), que ganhasse. Acho-a linda! O engraçado é que dias depois cruzei-me com ela e ela disse-me que tinha pensado a mesma coisa de mim.
CONTACTO: Inscreveste-te, mas não esperavas ganhar?
C.M: Inscrevi-me sobretudo para aprender a desfilar numa passerelle, conhecer melhor o mundo da moda e viver uma experiência diferente. Penso que não tenho altura (1,65m) para aspirar a ser manequim. Gostava, mas não é um objectivo.
CONTACTO: Para participar no concurso fizeste atenção à tua linha ou já faz parte da tua higiene de vida?
C. M.: Fiz e faço regularmente atenção, mas sem excessos, recuso-me a passar fome. Faço desporto regular como ir correr, de vez em quando, com o meu namorado, ou quando dançamos juntos no rancho (n.d.R.: com o namorado, forma um par no Rancho "Os Lusíadas" – ver artigo infra). Fiz um pouco mais atenção à linha do que de costume durante a Miss Portugal, mas não muito mais do que o habitual. Uma miss também tem que ter formas femininas, não é? Acho importante que as jovens não pensem que é preciso ser um palito ou anorécticas para se vencer um concurso destes.
CONTACTO: Os teus pais apoiaram-te na candidatura a Miss Portugal ou mostraram-se apreensivos?
C.M.: A minha mãe até já queria que eu participasse há dois anos, mas eu sentia-me ainda muito jovem. Este ano, senti-me pronta e inscrevi-me. Eles mostraram-se um pouco preocupados quando repararam que os ensaios para os desfiles, que chegaram a ser quatro vezes por semana, duravam até às 22h30 e que eu chegava a casa muito tarde. Tinham medo que eu andasse sozinha na rua tão tarde, porque tinha carta de condução há pouco tempo e porque no dia seguinte tinha aulas. Mas apoiaram-me sempre e no final estavam muitos orgulhosos.
CONTACTO: E o teu namorado, como reagiu?
C.M.: Ao princípio ficou contente, mas ao longo do tempo viu que eu ia tendo cada vez menos tempo para estar com ele. Teve muita paciência...
André: Fizemos um pacto: vermo-nos nos dias em que não havia ensaios. Acho que valeu a pena... (sorriso cúmplice para Cindy).
CONTACTO: Sabes quais são as obrigações de uma Miss Portugal no Luxemburgo?
C.M.: Tenho de representar a comunidade portuguesa. Por exemplo, já sei que deverei participar no Télévie e noutros eventos. Quero fazer alguma coisa pela comunidade...
CONTACTO: Sentes-te pronta para assumir a responsabilidade?
C.M.: Depois de enfrentar a opinião do público e do júri durante o concurso, penso que agora já me sinto pronta para isso.
CONTACTO: Dizes que queres fazer algo pela comunidade portuguesa. O que queres dizer com isso?
C.M.: Quero ajudar a mudar a imagem da comunidade junto dos luxemburgueses. A comunidade portuguesa já está integrada no Luxemburgo. Uns mais do que outros. Mesmo assim, ainda se sente uma certa discriminação para com muitos portugueses.
CONTACTO: Nasceste cá no Luxemburgo, falas luxemburguês, já sentiste essa discriminação?...
C.M.: Nunca me trataram mal, não é isso. Mas quando aconteceu eu estar a defender a minha comunidade nalguma situação, houve luxemburgueses que me responderam: "Se não estás contente, volta para o país de onde vieste!"...
Penso que os portugueses devem fazer tudo para se integrarem, mas em contrapartida também nos é devido algum respeito. Penso sobretudo que deve haver um esforço de ambas as partes para haver mais respeito mútuo.
CONTACTO: Estás a terminar os teus estudos secundários. Qual a profissão com que sonhas?
C.M.:
Quero ser professora primária. Adoro trabalhar com crianças. Já hoje dou explicações de Matemática, Alemão e Francês a crianças e adoro isso. Gosto de lhes explicar quando têm dúvidas, de sentir que estou a ajudá-las. Não gosto que as crianças pensem que são burras, precisam apenas de ser ajudadas. Nasci cá, para mim foi mais fácil, de certa maneira. Mas hoje vejo muitas crianças chegarem cá e terem dificuldades na escola. Eu gosto de as ajudar e quero ajudá-las. A minha mãe sempre me incentivou a estudar para ser alguém na vida e eu quero transmitir o mesmo.
CONTACTO: Quer dizer que és boa aluna?
C.M.: Acho que sim, as notas têm sido boas (risos)...
CONTACTO: E se tivesses oportunidades profissionais no mundo da moda, optavas pela carreira de manequim ou pela de professora? C.M.: Professora, sem hesitação! Como manequim é preciso concentrar-se na carreira e teria de abdicar da minha ligação com os meus pais e com a família. Não quero isso. Como professora, posso trabalhar com crianças, posso pensar numa família, e sei que posso ser feliz. As minhas prioridades são os estudos e a família.
André: É uma rapariga caseira!... (risos de ambos)
CONTACTO: Além de muitos outros prémios, ao venceres este concurso ganhaste um cruzeiro no Mediterrâneo. Já sabes quem levas contigo?
C.M.: Infelizmente não vou poder ir, porque o cruzeiro está marcado para o Pentecostes e eu tenho exames nessa altura. Mas já decidi oferecer a viagem aos meus pais.

B.I.

Nome completo:
Cindy Antunes Morais
Altura: 1m65
Peso: +- 55 kg
Data de nascimento:
29 de Dezembro de 1989
Naturalidade: Cidade do Luxemburgo
Residência: Esch/Alzette
Raízes familiares: Molelos, pelo pai; Botulho, pela mãe (localidades do concelho de Tondela)
Pais: Alberto Manuel Ribeiro Morais (pedreiro) e Ana Maria Antunes Ferreira (empregada de limpeza), imigrados no Luxemburgo desde 1985/86
Irmãos: um irmão gémeo e outro de 13 anos de idade
Profissão: "13ème" em Economia e Gestão no Liceu Técnico de Lallange
Hobbies: dançar folclore (no Rancho "Os Lusíadas", de Schifflange), sair com amigos
Maior defeito: Teimosa
Maior qualidade: Franca
Cor predilecta: Laranja
Clube do coração: Benfica
Lugar para férias: Tondela, Figueira da Foz (terra do namorado), ou Algarve
Desporto(s): Jogging, Ténis
Estilo de música preferido: House e R'n'b
Artistas preferidos: Rihanna e Pussycat Dolls
Músicos portugueses: João Pedro Pais e Os Anjos
Pessoa que mais admira: a sua mãe
O que levava para uma ilha deserta: Namorado, pais e irmãos


José Luís Correia in Contacto, 19.11.08


Cindy Morais
Fotos oficiais: Paulo Lobo

(mais fotos no site ou no blogue de Paulo Lobo ou da organização, a Onda Jovem)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Falso New York Times anuncia fim da guerra no Iraque


Uma falsa edição do jornal nova-iorquino The New York Times foi distribuida gratuitamente quarta-feira, dia 12 de Novembro, em Nova Iorque e Los Angeles, fazendo a manchete com o fim da guerra no Iraque.

Quem olhasse com mais atenção para a data da capa, podia ver que se tratava da edição de 4 de Julho... de 2009 (Dia da Independência e feriado nacional norte-americano).

A falsa notícia de primeira página incluia desculpas formais da ex-secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, pelas "mentiras" da Administração Bush, e anunciava a acusação por "alta traição" do anterior presidente em exercício, George Walker Bush. Numa entrevista exclusiva, Bush dizia-se pronto a investir a fortuna familiar para pessoalmente partir em busca de Bin Laden pelas montanhas do Afeganistão.
Na mesma notícia, o Executivo Obama revogava o "Patriot Act" e adiantava a entrada em vigor da cobertura médica universal e a aplicação de um pacote económico contra a crise mundial.

Num caixilho, ao lado do título do falso jornal podia ler-se "Todas as notícias que esperamos imprimir."

Segundo adiantaram os autores da farsa, o grupo Yes Men, ao NY Daily News, a falsa edição de 14 páginas levou seis meses a preparar e contou com uma tiragem de 1,2 milhões de exemplares. O mesmo grupo criou o site "Because We Want It". O grupo Yes Men é formado por militantes de associações contra a guerra, pelos Direitos Humanos, e de defesa do Ambiente.

Para os jornailistas do verdadeiro The New York Times, a farsa foi um grande elogio ao jornal nova-iorquino, um dos diários de referência nos Estados Unidos e no Mundo.

Horas depois da distribuição terminar, um exemplar da publicação já custava, na internet, cerca de 300 dólares.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

cuidado com as imitações ou o mistério do ministro invisível!

Singular troca de e-mails
Subject: cuidado com as imitações ou o mistério do ministro invisível!


Oh Jorge,

Em Portugal, eles comem todos na mesma gamela, sabes..e revezam-se na tarefa!...

E aqui, no nosso maravilhoso paraíso fiscal (paraíso para quem não paga impostos, é óbvio, o que infelizmente não é o meu caso!!!) não é melhor.
O Luxemburgo ("Luxe in bourg" ou le "Bourg du Luxe") também é uma república bananeira onde o governo é uma "chaise musicale" e os jogadores são sempre os mesmos.
Sabias que o Juncker está no Governo desde 1982, quando foi nomeado aos 28 anos secretário de Estado do Trabalho? 26 anos no Governo!!!!
Pior, o Fernand Boden é ministro desde 1979, há 29 anos!!!!!! Para o ano, comemora 30 anos de Governo...e nem te digo se for reeleito nas Legislativas de Junho!
Se isto não é uma república das bananas, então o que é? Uma monarquia constitucional? Ah, sim, é isso que lhe chamam, pois....Hum,...já dizia o Sérgio Godinho, cuidado com as imitações!

A nossa única "solace" (é a palavra nova que aprendi esta semana, ih, ih... e que é utilizada no último James Bond e que significa simplesmente....consolação!...pourquoi faire simple quand on peut se faire passer pour intelligent en faisant compliqué?), é que o Juncker é um bom governante e tem mais visão do que um rebanho de governantes portugueses e que o segredo da longevidade do Boden é nunca ter levantado ondas nem ter feito absolutamente nada em três décadas. Aliás, é o ministro mais antigo mas também o que tem brilhado por sofrer quase um fenómeno de invisibilidade.

De resto, sabes Jorge, tout est pour le mieux dans le meilleur des mondes, como dizia o Voltaire no seu "Candide". Ou seja, a ignorância é a condição da felicidade, o que não vês não te pode afectar, como a avestruz.
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From: "Jorge ****" <****@pt.lu>
Date: 12.11.2008 20:15
Subject: PARA QUE A PLEBE SAIBA...

PARA QUE A PLEBE SAIBA, PORQUE SABER NÃO OCUPA ESPAÇO ... MAS REVOLTA....

Fernando Nogueira:
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa:
Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete:
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; Presidente do Conselho
Executivo da FLAD

Armando Vara:
Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP

Paulo Teixeira Pinto:
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho', Saiu
com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000€ x 15 meses por ano
até morrer...)

António Vitorino:
Antes -Ministro da Presidência e da Defesa
Agora -Vice-Presidente da PT Internacional; Presidente da Assembleia
Geral do Santander Totta - (e ainda umas 'patacas' como comentador
RTP)

Celeste Cardona:
Antes - Ministra da Justiça
Agora - Vogal do CA da CGD

José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES

João de Deus Pinheiro:
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português.

Elias da Costa:
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Vogal do CA do BES

Ferreira do Amaral:
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a
jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato.

etc etc etc... O que é isto ? - Não, não é a América Latina, nem Angola.

É Portugal no seu esplendor

cunha ? gamanço ?
...e depois este ESTADO até quer que se declarem as prendas de
casamento e o seu valor .

Já é tempo de parar! Não te cales,
DENUNCIA!
Passa este e-mail, fá-lo circular.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Miss Portugal-Luxemburgo 2009 : + fotos

Nova Miss Portugal no Luxemburgo 2009
Cindy Morais quer permanecer fiel à beleza natural

Cindy Antunes Morais, de 19 anos, residente em Esch/Alzette e cuja família é originária de Molelos (Tondela), é a Miss Portugal no Luxemburgo 2009, eleita a mais bela de entre 12 finalistas sábado à noite (ou domingo de madrugada, pois o resultado foi anunciado eram já quase 3h da manhã).
Foi o que ditou a maioria dos votos do júri e do público. A assistência votou presencialmente (752 votos), por SMS (entre 29 de Outubro e 7 de Novembro: 334 votos) e pela internet, no site do concurso em www.missportugal.lu (entre 8 de Outubro e 8 de Novembro: 8.486 votos).

A nova Miss Portugal no Luxemburgo confessa que a emoção do momento lhe "roubava as palavras". Tendo começado a sua participação com a motivação de "saber como se sentiria na passerelle", Cindy confiou ao CONTACTO ainda não ter perfeitamente definidos os seus planos para o futuro, mas gostaria de contribuir para a integração dos portugueses no Luxemburgo e para dar a conhecer as riquezas da cultura portuguesa. A vencedora reconhece que a participação no concurso "exigiu esforço", mas não propriamente "sacrifícios", como "tudo o que tem valor na vida", e pretende encorajar as jovens a permanecerem fiéis à sua "beleza natural", combatendo outros ideais de beleza que contribuem para o surgimento de problemas como a anorexia e a bulimia.

Ao longo de mais de seis horas de espectáculo, as participantes desfilaram quatro vezes, quatro curtas oportunidades para mostrar o trabalho de vários meses de preparação aos espectadores e aos sete elementos do júri (representantes dos patrocinadores, da imprensa, da organização e a vencedora do ano anterior). Por entre os desfiles, as concorrentes responderam a perguntas, permitindo assim que se dessem a conhecer melhor ao público.

A primeira aparição das misses fez-se em roupa descontraída, da marca portuguesa Salsa (com três lojas no país: Esch/Alzette, cidade do Luxemburgo e Ettelbruck), depois com t-shirts da marca luso-parisiense VIP-Very Important Portuguese (representada na loja Italian Outlet, em Foetz).

Cumprindo em todos os desfiles a coreografia ensaiada com as professoras da escola de dança de Li Marteling, a passagem em fato de banho e biquini, em tons floridos e coloridos, era, sem dúvida, a mais esperada. Mas por essa altura já muitas das finalistas assumiam um passo firme e pose quase profissional, apesar de todas ainda continuarem nervosas. Foi também aí que o público mostrou com redobrado entusiasmo as suas preferências, com aplausos efusivos à passagem das suas favoritas.

Após uma espera que se deveu à confecção cuidada de mais uma criação de penteados pela NM Coiffure (salão no bld Royal, na capital), o último desfile em vestidos de noite, gentilmente cedidos pela Etoile Boutique (lojas em Pétange e Esch), transformou as finalistas em verdadeiras cinderelas. Emília Ribeiro, Miss Portugal no Luxemburgo 2008, relembrou aliás que "ter um dia de princesa é o sonho de todas as raparigas".

Quando o nome da vencedora foi finalmente anunciado, e apesar da hora tardia, a sala explodiu festiva e euforicamente, mostrando a unanimidade da escolha. Primeiro incrédula, Cindy não avançava, para segundos depois irromper em lágrimas de alegria, abraçando a concorrente do lado. Ainda não inteiramente refeita da onda das emoções, Cindy recebeu a coroa das mãos de Emília Ribeiro. A vencedora do ano passado aproveitou para nos dizer como, durante a fase de preparação, partilhou a sua experiência com todas as concorrentes, aconselhando-as a "não se enervarem, porque tudo se passa bem uma vez chegadas à passerelle". Quanto à nova Miss, fez questão de frisar que recebeu muito apoio de todas as participantes.

Foi eleita Primeira Dama de Honor Cláudia Touceira da Silva, 18 anos, residente em Sandweiler, que lembrou "a coragem que é necessária para avançar com a inscrição". Daniela da Ponte, 25 anos, residente em Esch/Alzette, sagrou-se Segunda Dama de Honor, também ela uma das grandes favoritas do público. Telma da Silva Rodrigues, 22 anos, residente em Mondercange, foi eleita pelas outras concorrentes Miss Simpatia.

A eleição teve lugar no Centro Cultural de Bonnevoie, literalmente "assaltado" pelo público, que cerca das 19h30, uma hora e meia antes de as portas abrirem, já fazia plantão diante do centro. O espaço tornou-se pequeno para as várias centenas de espectadores que assistiram, fotografaram e aplaudiram o espectáculo. Organizado de forma cada vez mais profissional, o concurso deste ano não teve "momentos mortos", muito graças às actuações dos grupos Salsa Wave, Onda Jovem e do Duo Inovação, que animaram o serão. Enquanto o júri deliberava, "o homem mais forte do mundo", o luxemburguês Georges Christen, maravilhou o público com as suas façanhas, tornando menos longa a espera pelos resultados finais.

Texto: Artur Novais, Jessica Lobo e José Luís Correia
Fotos: Paulo Lobo
in Contacto, 12.11.08
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A minha selecção

Marina, candidata n°8

Alice, candidata n°1

Diana, candidata n°9

Liliane, candidata n°6

Todas as fotos são da autoria de Paulo Lobo. Mais fotos e informações no site da organização em www.missportugal.lu

CSS, Rockhal, November 16th


Concerto dos CSS-Cansei de ser Sexy, rock alternativo vindo do Brasil, 16 de Novembro, às 20h30, na Rockhal, em Belval.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Miss Portugal no Luxemburgo 2009 - Cindy Morais

Foto: Paulo Lobo

Cindy Morais foi eleita sábado a Miss Portugal no Luxemburgo 2009. Cindy tem 19 anos, mora em Esch/Alzette e a família é originária de Molelos (Tondela).
Foram ainda eleitas: Cláudia Touceira, Primeira Dama de Honor; Daniela da Ponte, Segunda Dama de Honor; Telma Rodrigues, Miss Simpatia.
Mais fotos e promenores no site www.missportugal.lu, ou no blogue do fotógrafo oficial do evento, Paulo Lobo.

It's a new day - will.i.am

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Miss Portugal no Luxemburgo 2009 - votos online e por SMS


A final da Miss Portugal no Luxemburgo 2009 tem lugar este sábado, 8 de Novembro, no Centro Cultural de Bonnevoie, a partir das 20h.

A final é sempre concebida como um grande espectáculo. Este ano, haverá quatro desfiles: roupa descontraída, desfile VIP (Very Important Portuguese), fato de banho e vestido de noite. O evento prolonga-se noite fora, até à hora em que será revelado o nome da sucessora de Emília Ribeiro, Miss Portugal no Luxemburgo 2008. A apresentação está a cargo de Cristina Gonçalves e Jorge Fernandes.

O serão é ainda abrilhantado pelo grupo musical "Inovação" e pela actuação do grupo de dança Onda Jovem. Entrada: 15 euros.

Votos online e por SMS

As votações em linha (online) para as 12 finalistas do concurso Miss Portugal no Luxemburgo 2009 abriram a 8 de Outubro e decorrem até à noite do evento, a 8 de Novembro (ver caixa anexa).

Os internautas podem votar na sua candidata preferida nos sites www.missportugal.lu ou www.missportugalnoluxemburgo.com entre as 12 finalistas apuradas.

Desde 29 de Outubro e até 7 de Novembro, às 12h, estão igualmente abertas as votações por SMS, através do tel. 64343, mencionado o número da concorrente para a qual se vota.

Final da Miss Portugal no Luxemburgo 2009 - entrevista com Jacinta e Ana Dias

As misses (por detrás) das misses



São as misses por detrás das misses. As misses da Miss Portugal no Luxemburgo,
entenda-se! Chamam-se Jacinta e Ana Dias e há oito anos tiveram uma ideia que
ao longo do tempo se transformou numa história de sucesso. A três dias de mais uma grande final, o CONTACTO falou com
as golden girls do concurso.

São bonitas, inteligentes e assumem-se sobretudo como mulheres modernas. "Somos mulheres modernas e sabemos o que queremos!", lançam as irmãs Jacinta e Ana Dias, com uma centelha de desafio no olhar assim que encetamos a entrevista.

As organizadoras do concurso de beleza Miss Portugal no Luxemburgo (cuja final tem lugar, este ano, a 8 de Novembro, em Bonnevoie, ver caixa na pág 18.) têm as raízes familiares e culturais em Nandufe (Tondela) mas fizeram a sua vida no Grão-Ducado.

Jacinta trabalha há 16 anos no sector bancário e Ana está a terminar uma Licenciatura em Línguas Estrangeiras Aplicadas-Especialização em Management e Negócios Internacionais na Universidade de Metz. Foi talvez por terem crescido na praça financeira que dizem gostar do mundo dos negócios. Mas também nutrem uma admiração pelo universo da moda.

Há incompatibilidade? "Nem por isso!", asseguram. Pode, aliás, dizer-se que foi assim que nasceu a ideia do seu primeiro "filão", que exploram com uma mão firme de verdadeiras golden girls . As duas paixões aliaram-nas quando em 2001 decidem lançar a aventura Miss Portugal no Luxemburgo. Associaram ao projecto o pai, Carlos Ferreira, e a associação que este preside, a Onda Jovem.

A colectividade nascera aliás três anos antes, também com uma outra ideia original: criar um grupo de dança na comunidade portuguesa, quando tantos outros eram conjuntos musicais. "Foi dos primeiros", contam. Hoje, a ideia germinou e foi imitada por outras associações. Mas a Onda Jovem é hoje sobretudo conhecida por ser a associação que organiza a Miss Portugal no Grão-Ducado. A ideia nasceu para criar "algo diferente das festas e bailes habituais na comunidade portuguesa", na mesma ordem de ideias que fez nascer a associação...

E a aposta foi acertada. "Foram logo muitas as jovens que se inscreveram e o público também aderiu desde a primeira edição", recordam.

O grosso do trabalho continua ainda hoje a dividir-se pelo mesmo núcleo duro. Enquanto o pai procura apoios e patrocínios, Jacinta ocupa-se das relações com a imprensa, dos pormenores do espectáculo e Ana faz "um pouco de tudo". "Aliás, todos temos que fazer um pouco de tudo. Organizar um evento como estes, que envolve gerir concorrentes, ensaios, colaboradores, uma pré-selecção e uma final, é um trabalho enorme que nos ocupa o ano inteiro", explicam.

"Aliar vida privada, vida profissional e o concurso, não é fácil, mas tem valido a pena", confiam, evocando a projecção que o evento tem hoje.

DO ANONIMATO AO RECONHECIMENTO

A primeira edição foi organizada "em cima do joelho", riem-se nostálgicas. "Fizemos tudo numa semana, com um único ensaio na véspera. Hoje, as concorrentes têm ensaios durante meses, várias vezes por semana, primeiro para a pré-selecção e depois para a final. A primeira vencedora ganhou um vale de compras numa loja. Este ano, o primeiro prémio é um cruzeiro para duas pessoas, além da coroa e de muitos outros prémios", referem orgulhosas.

Só este exemplo bastaria para provar como o concurso evoluiu. "A maior vitória", garantem, é que, se de início eram elas que deviam correr atrás dos patrocinadores, convencendo-os de apostar no projecto, actualmente são os sponsors , alguns de renome internacional, a baterem-se para serem escolhidos como parceiros do concurso, prova do prestígio que este adquiriu não só entre os portugueses mas também entre a opinião pública de todo o Luxemburgo.

Durante alguns anos deram de caras com algum preconceito e ainda hoje isso acontece. "Quando referíamos que vínhamos pedir patrocínios para a Miss Portugal, algumas empresas não queriam estar associadas a um evento que consideravam desprestigiante para a sua imagem. Felizmente isso hoje já mudou", contam. Red Bull, Luxair, Voyages Flammang são algumas das marcas nacionais e estrangeiras que vieram, entretanto, bater-lhes à porta. Recordam que as coisas começaram a mudar há cerca de três anos quando pediram a colaboração da conhecida professora de ballet luxemburguesa Li Marteling, actual autora das coreografias e dos diferentes desfiles do concurso. "Agora, até a RTL já insiste em fazer a cobertura", dizem, isto depois da maioria da imprensa autóctone as ter ignorado durante anos.

PORTA DE ENTRADA NO UNIVERSO DA MODA

Apesar do sucesso alcançado pelo concurso, Jacinta e Ana têm os pés bem assentes na terra: "Não somos Madames de Fontenay [n.d.R.: Geneviève de Fontenay, a carismática presidente do Comité de Miss França], organizamos o evento com as condições que podemos e que temos. Depois disso, cabe as candidatas voar pelas suas próprias asas, não andamos com as misses de desfile em desfile, estamos aqui apenas para lhes abrir as portas! O concurso tem servido sobretudo como primeira experiência a muitas das concorrentes para outras eleições como a Miss Benelux, Top Model Belgium, Miss Earth e porta de entrada no mundo do manequinato não só para a candidata que ganha mas para todas as que participam", fazem questão de frisar as irmãs.

Efectivamente, os exemplos são vários: Stéphanie Ribeiro, Miss Portugal no Luxemburgo 2006, foi Top Model Benelux 2006, Miss Anadia 2007, Miss Bairrada 2007, é hoje modelo da agência Must Models e trabalha com a l'Oréal; Nádia Neves Pereira, Miss Portugal no Luxembourg 2004, foi Miss Benelux 2008, título pelo qual concorre este ano pelo Luxemburgo a Miss Earth, nas Filipinas (ver também artigo na pág. 21); Patrícia Fernandes, Miss Simpatia 2006 trabalhou para a televisão; Daniela Martins, 1a Dama de Honor 2007 concorre este ano a Top Model Belgium (ver também artigo na pág. 21); Karin Leal Évora, 2a Dama de Honor 2006 participou em diversos desfiles de moda na Alemanha; etc.

São os casos mais mediáticos, mas outras concorrentes foram igualmente contactadas por agências de publicidade ou de modelos, ou por empresas e marcas, depois de terem participado na Miss Portugal no Luxemburgo.

O concurso recebe todos os anos meia centena de inscrições, "nem metade das jovens aparece", lamentam as organizadoras, "por timidez ou porque foi outra pessoa que as inscreveu, mas elas acabam por recusar participar". De 50 inscritas em média, aparecem 15 ou 20. Dessas, são apuradas 12 numa pré-selecção que decorre normalmente na Primavera, sendo a grande final no Outono (este ano, a 8 de Novembro).

"Mulheres bonitas há muitas, mas algumas não tem coragem de desfilar ou sonhar com o mundo da moda. Outras são tímidas. Cruzamos frequentemente mulheres lindas que nunca pensaram em participar em concursos de beleza ou porque não querem, porque ainda há ideias preconcebidas relativamente a este tipo de eventos", admitem. "Inteligência e beleza não são incompatíveis... Nós somos a prova!", garantem numa gargalhada de sã "auto-derisão".

"As participantes na Miss Portugal saem desta experiência mais bonitas", consideram as irmãs, "porque algumas aprendem a ter uma postura mais feminina, a valorizar o potencial que possuem. São pormenores essenciais se querem vingar na moda, mas que se aplicam também na vida de todos os dias".

MULHERES MODERNAS

E se bem o dizem, melhor o aplicaram a si próprias. "Nós também mudámos", revelam, "estes anos todos a organizar a Miss Portugal deram-nos segurança, autoconfiança, autoestima e... um sentido mais apurado dos negócios!", riem-se.

Minutos depois, diante da objectiva do nosso fotógrafo, durante o shooting nas Rives de Clausen, confiam-se pouco à vontade em serem o centro das atenções. "É nestes momentos", dizem-nos, "que admiramos a coragem das candidatas, ao subirem para um palco e submeterem-se às fotografias, ao julgamento do júri e do público." Confessam-se incapazes de passar pelo mesmo", apesar de serem jovens, bonitas e elegantes e de os pretendentes nunca lhes terem faltado.

Por falar em namorados, revelam que "é mais fácil conjugar vida privada e trabalho, do que com o concurso". "A Miss Portugal exige de nós estarmos muito presentes em todos os passos da organização. Há semanas em que o concurso nos ocupa quatro serões. Os namorados, caso os houvesse neste momento, tinham que ser 'muuuuito' pacientes!", consideram as duas em uníssono, sem evitar mais uma gargalhada.

As irmãs preferem trabalhar nos bastidores do que que "aparecer" em primeiro plano. Frequentemente têm igualmente de usar de alguma psicologia para falar com as candidatas ou com os pais destas, porque alguns mostram-se preocupados quando as filhas entram neste mundo. Jacinta e Ana já estão habituadas. Tranquilizam-nos aconselhando-os a enquadrarem da melhor forma possível as jovens porque "a moda é um universo muito sedutor, mas pode esconder armadilhas que é preciso saber evitar".

"Assim que começam a aparecer nos jornais e nas revistas, como simples participantes da Miss Portugal, muitas candidatas recebem logo convites de agências ou de supostos pigmaleões, que lhes prometem 'mundos e fundos'. Um dos conselhos que damos aos pais é de acompanharem sempre as filhas ou de nunca as deixarem apresentar-se sozinhas num shooting , porque há profissionais sérios, mas também há alguns menos sérios", alertam.

MISS PORTUGAL... E DEPOIS?

As vencedoras da Miss Portugal no Luxemburgo costumam participar noutros concursos de beleza europeus ou intercontinentais, mas não podem concorrer à eleição de Miss Portugal (em Lisboa). Parece um contra-senso.

Jacinta e Ana Dias já chegaram a contactar o comité português, que lhes explicou que aceitam apenas candidaturas de jovens que se inscrevam em representação de uma região de Portugal, mas que "não há nada previsto" para uma representante das comunidades.

Uma ideia a explorar: Miss Portugal das Comunidades, à semelhança do concurso Miss Italia nel Mondo?

"Por enquanto, não pensamos nisso, a Miss Portugal no Luxemburgo já nos dá anualmente bastante trabalho", confiam.

O sucesso alcançado por concursos como a Miss Portugal, a Miss Itália e a Miss Cabo Verde, eleitas pelas comunidades respectivas, terão contribuído ao ressurgimento da Miss Luxemburgo em 2008, após mais de uma década de ausência?, perguntamos às irmãs.

"Talvez os luxemburgueses considerassem que também podiam organizar um concurso desses, já que outras comunidades o faziam. Não sei se se ficou a dever a concursos como o nosso, talvez indirectamente tenhamos contribuído para relançar a ideia!...", gostam de pensar.

Quisemos ainda saber se as duas irmãs nunca consideraram aproveitar o êxito do concurso que organizam para se dedicar exclusivamente ao mundo da moda, que seguem com interesse e pelo qual confiam nutrir admiração, "como qualquer mulher moderna", recordam. Por enquanto, Jacinta não prevê abdicar do seu trabalho como bancária para se dedicar exclusivamente à Miss Portugal ou a projectos ligados à moda. Embora confie: "Nunca pensei nisso, mas... se surgissem convites profissionais, porque não? No mundo da moda ou, por exemplo, na realização de eventos!"

Já a irmã, Ana, prefere mesmo o mundo dos negócios para onde se prepara a entrar assim que termine os estudos no próximo ano. "A moda continuará apenas a ser um hobby", garante.



Escrutínio transparente

No concurso Miss Portugal no Luxemburgo, anos houve marcados pela contestação da escolha da vencedora por parte de candidatas ou de parte do público. Sobre isso, as organizadoras, Jacinta e Ana Dias, falam sem rodeios.

"Compreendemos que para qualquer pai é a filha que merece vencer, é normal. Mas o júri é composto por patrocinadores, um representante da imprensa, um da organização e a miss do ano anterior, em número de sete elementos [para evitar empate nas decisões]. Para que a vencedora veja como foi eleita e como os votos são escrutinados, convidamo-la no ano seguinte a fazer parte do júri e a proceder connosco à operação da contagem. Tudo é feita de forma transparente", afirmam peremptórias as responsáveis do concurso.

E passam a explicar: "Os votos do júri contam para dois terços dos pontos atribuídos a cada concorrente, a votação do público para um terço (incluindo os votos online e, este ano, pela primeira vez, os enviados por SMS)."

"Todos os anos, as votações, querem venham do público como do júri, tendem sempre a ir na mesma direcção. As vencedoras dos últimos anos têm vencido, aliás, por uma grande diferença em relação às outras", fazem questão de acrescentar.

E para que não restem dúvidas, rematam: "O facto de as vencedoras participarem depois noutras competições prova que elas fazem igualmente a unanimidade junto de outros júris."


José Luís Correia,
in Contacto, 05.11.08 (Fotos: Jorge Rodrigues)
(Foto: agradecimentos ao restaurante "Água de Côco", nas Rives de Clausen)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

8 de Novembro: visita guiada ao Kirchberg


Visita guiada urbanística e arquitectural ao Kirchberg

A Fundação da Arquitectura convida os amadores desta arte a uma visita guiada ao bairro do Kirchberg no próximo dia 8 de Novembro (sábado), às 14h. O itinerário, que dura cerca de duas horas e meia, leva o passageiro a descobrir a evolução urbanística do bairro que nasceu há cerca de 40 anos e os sucessivos complexos arquitecturais que aí se foram instalando.

Inscrições através do e-mail info@kirchbergonline.lu ou pelo tel. 26 43 45 10. A viagem em autocarro parte às 14h da sede da Fundação da Arquitectura, no n°1, rue de l'Aciérie, em Hollerich.

JLC, in Contacto, 05.11.08
Foto: JLC

Electronic Night at the D:qliq - November 8 - Sug(r)cane : 10 years full of joy


Performance de música electrónica de Sug(r)cane (aka Victor "Cut" Ferreira), 8 de Novembro, às 20h, no bar D:qliq (17, rue du St-Esprit), na cidade do Luxemburgo.

O músico português radicado no Luxemburgo Victor Ferreira (autor da banda desenhada "Rabbit Smith & Birdie Brown", publicada no jornal CONTACTO) festeja 10 anos no mundo da música electrónica.


7 de Novembro / Colóquio no Kirchberg: A importância do voluntariado no diálogo intercultural

7 de Novembro / Colóquio no Kirchberg

A importância do voluntariado no diálogo intercultural

O voluntariado como instrumento de diálogo intercultural é a temática de um colóquio que a Agência luxemburguesa do Voluntariado e o Centro Europeu do Voluntariado promovem sexta-feira, 7 de Novembro, na sala M6, do edifício Jean Monnet, em Kirchberg. O colóquio decorre das 8h30 às 18h30 e a língua de trabalho é o inglês (tradução simultânea para francês prevista).

Durante a manhã, intervêm diversos especialistas nacionais e internacionais do voluntariado e do diálogo intercultural. À tarde, os participantes dividem-se em grupos de trabalho temáticos mais restritos.

O papel do voluntariado na promoção do diálogo intercultural, a apresentação de exemplos concretos de boas práticas nesse campo, a exploração e a tentativa de definir o sentido do diálogo intercultural e as diferentes facetas relativas ao voluntariado no Luxemburgo e a nível europeu, são alguns dos objectivos das discussões. No final, a organização espera que as conclusões do colóquio sirvam como contribuição aos debates no âmbito do Ano Europeu do Diálogo Intercultural, que se assinala em 2008.

Além da ministra da Família, Marie-Josée Jacobs, do presidente da Associação luxemburguesa do Voluntariado, Jean Kieffer, do burgomestre da capital, Paul Helminger, do chefe da Representação da Comissão Europeia no Luxemburgo, Ernst Moutschen, e da presidente do Centro Europeu do Voluntariado, Marijke Steenbergen, estão ainda convidados: Bernard Laporte, secretário de Estado francês para o Desporto; Brenda King, directora-geral de ACDiversity (African&Caríbbean Diversity) do Comité Económico e Social Europeu; Suzanne Monkasa, presidente do Conselho das Comunidades Africanas na Bélgica e na Europa; Paul Estgen, sociólogo do Sesopi-Serviço Sócio-Pastoral Intercomunitário; e Jacques Küntziger, conselheiro em voluntariado do Ministério da Família luxemburguês.

O evento conta com o patrocínio do Ministério da Família e da Integração do Luxemburgo, da autarquia da cidade do Luxemburgo e da Comissão Europeia.

INTERCULTURALIDADE

Convém explicar a diferença entre multiculturalidade e interculturalidade. Enquanto a primeira define a existência ou coexistência de vários grupos culturais distintos num país ou sociedade, sem que tenham forçosamente que interagir entre si, a segunda exprime a troca recíproca de relações culturais entre esses grupos ou comunidades.

Uma definição que convem fazer num país como o Luxemburgo em que se apregoa o carácter multicultural da sociedade, descurando muitas vezes a interculturalidade.

José Luís Correia, in Contacto, 05.11.08

Rives de Clausen - As "Docas" luxemburguesas


Para solucionar trânsito caótico e falta de estacionamento no bairro

Serviço de autocarro liga Glacis
às "Docas" luxemburguesas

Os estabelecimentos comerciais instalados nas "Rives de Clausen" (Margens de Clausen), na cidade do Luxemburgo, decidiram financiar um serviço gratuito de autocarros entre o parque de estacionamento do Glacies, em Limpertsberg, e aquele bairro, a funcionar aos fins-de-semana, até às 4h da manhã.

Assim que foram inaugurados no início de Outubro, os cafés, bares e restaurantes situados na margem esquerda do rio Alzette, em Clausen, foram vítimas do seu sucesso.

O local, novo must da night luxemburguesa, fica situado na margem esquerda da já famosa rue de la Tour Jacob, onde até aos anos 90 funcionou a antiga fábrica das cervejas Mousel e Clausen, agora transformado numa versão luxemburguesa das "docas" lisboetas. Mas o novo "place to be" luxemburguês carece de lugares de estacionamento, o que tem provocado, sobretudo à noite e aos fins-de-semana, um trânsito caótico em todo o bairro e multas em catadupa aos veículos estacionados à revelia das placas de sinalização.

Podem usufruir deste novo serviço de autocarro (vulgo "navette", como se diz por aqui) não só os noctívagos das Margens de Clausen, como os que frequentam a discoteca Melusina, os bares Maybe Not Bob's e Pyg, na margem direita, ou outros bares da zona como os conhecidos Britannia e Berimbau.

Os autocarros partem de 10 em 10 minutos do Glacis, passam pela rue des Bains e descem até Clausen.

No primeiro fim-de-semana em que funcionou, o serviço foi utilizado por 300 utentes.

JLC, in Contacto, 05.11.08

(Foto: site Les Rives de Clausen)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama - morceaux choisis

"There is not a liberal America and a conservative America. (...) There is not a black America and a white America and Latino America and Asian America. There's the United States of America."

Barack Obama at the Democratic National Convention, in 2004, after being invited to be the keynote speaker by John Kerry, democrate candidate to the White House that year


Other words and speeches from Obama

YES, WE CAN! - Music Video & Speech



Traduction en français:

« Lorsque nous avons surmonté des épreuves apparemment insurmontables ; lorsqu’on nous a dit que nous n’étions pas prêts, ou qu’il ne fallait pas essayer, ou que nous ne pouvions pas, des générations d’Américains ont répondu par un simple credo qui résume l’esprit d’un peuple.

« Oui, nous pouvons.

« Ce credo était inscrit dans les documents fondateurs qui déclaraient la destinée d’un pays.

« Oui, nous pouvons.

« Il a été murmuré par les esclaves et les abolitionnistes ouvrant une voie de lumière vers la liberté dans la plus ténébreuse des nuits.

« Oui, nous pouvons.

« Il a été chanté par les immigrants qui quittaient de lointains rivages et par les pionniers qui progressaient vers l’ouest en dépit d’une nature impitoyable.

« Oui, nous pouvons.

« Ce fut l’appel des ouvriers qui se syndiquaient ; des femmes qui luttaient pour le droit de vote ; d’un président qui fit de la Lune notre nouvelle frontière ; et d’un King [NDLR : en anglais, un roi, mais dans le cas d’espèce il s’agit de Martin Luther King] qui nous a conduits au sommet de la montagne et nous a montré le chemin de la Terre promise.

« Oui, nous pouvons la justice et l’égalité. Oui, nous pouvons les chances et la prospérité. Oui, nous pouvons guérir cette nation. Oui, nous pouvons réparer ce monde.

« Oui, nous pouvons. »

Discours de campagne de Barack Obama dans le New Hampshire, 10 janvier 2008.
in Le Monde Diplomatique, Avril 2008

Barack Obama, 44 th President of The United States of America

YES,




WE


CAN !


YES,
WE
CAN!

22h45 Chicago / 5h45 Luxembourg

O 44° presidente dos Estados Unidos

O 44° presidente dos Estados Unidos

Barack Obama... ou John McCain. À hora em que escrevo estas linhas, os americanos ainda estão a votar, o escrutínio está longe de ter terminado.

Se a contagem dos votos fôr tão conturbada como a de 2000, no momento em que o leitor me estará a ler ainda não se conhecerá o sucessor de Bush.

As últimas sondagens apontavam o democrata Obama como favorito. Mas deixei de acreditar nas sondagens americanas desde que estas deram Al Gore como favorito há oito anos.

Os arquitectos da campanha de McCain ainda acreditam nos estudos de opinião: nos últimos dias recomendaram ao seu candidato refrear as aparições públicas da sua polémica acólita Sarah Palin e adoptar um tom alarmista para que os americanos não dessem o Congresso e a presidência de mão beijada aos democratas. O que a acontecer tornaria o senador do Illinois não só no primeiro cidadão de origem negra na Casa Branca, como um dos presidentes mais poderosos da história recente dos Estados Unidos. No entanto, parece-me ser essa a condição sine qua non para que este filho de um imigrante queniano possa levar a bom termo a sua política de instauração de um sistema de segurança social pública, maior controlo das armas, melhor distribuição das riquezas, retirada das tropas do Iraque e uma diplomacia externa menos… unilateral. Foram, aliás, estas as grandes linhas que lhe mereceram o apoio popular que foi recebendo desde que se apresentou oficialmente como candidato há mais de um ano e meio. Porque muitos americanos sentem que é esse o caminho que deve ser seguido. E a Europa também. Mas...

A América está pronta para isso? A América está pronta para isso. Mais do que uma pergunta de retórica, na afirmativa parece uma evidência. Para um europeu. Ou para um nova-iorquino, talvez.

Para a América profunda, que continua maioritariamente conservadora e que o republicano McCain representa e defende, as pretensões de Obama vão a contracorrente da história americana.

Para os republicanos "a segurança social pública é economicamente inviável" e "injusta, porque um trabalhador não deve pagar a factura médica de um desempregado", como cheguei a ouvir dizer um dos políticos republicanos num canal americano.

Solidariedade social, o que é isso? Já no séc. XIX, Tocqueville denunciava na sua De la démocratie en Amérique , "quando a desigualdade é lei comum na sociedade, nem mesmo as maiores desigualdades ferem o olhar".

Na mesma obra, o pensador francês advoga que "não existe liberdade sem moral". McCain e Palin, acérrimos defensores da segunda emenda da constituição americana – o direito de possuir uma arma – consideram a política de Obama na matéria como uma violação a uma das liberdades fundamentais dos americanos desde os tempos do Velho Oeste. Esquecem-se que a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros, que essa "liberdade imoral" tornou possível que um em cada três americanos possua hoje uma arma, e que esse direito "inalienável" mata anualmente mais de 30 mil pessoas nas ruas dos EUA. "Uma hecatombe menosprezada", como denuncia o polemista Michael Moore em "Bowling for Columbine", documentário sobre o tiroteio numa escola dos arredores de Denver. O mesmo direito a proteger-se preventivamente adaptou-o Bush da perspectiva doméstica à política internacional. Contra o parecer da ONU, invadiu o Iraque para erradicar armas de destruição massiça inexistentes e impor uma democracia à revelia das realidades religiosas, étnicas e geopolíticas do país e da região. A "democracia" (nova apelidação que os EUA utilizam para a "pax americana") visava um efeito dominó que se estenderia a todo o mundo islâmico, considerado o foco do terrorismo internacional, pacificando simultaneamente os estados ricos em jazidas de petróleo.

Considere-se as decisões políticas de Bush e que efeitos tiveram na nossa vida – controlos rigorosos nos aeroportos, contingentes militares europeus e internacionais envolvidos na guerra contra o "Eixo do Mal" no Afeganistão e no Iraque, ataques terroristas em Madrid e Londres, crise financeira internacional provocada pela explosão da bolha especulativa imobiliária americana, alimentada durante anos pela Reserva Federal em nome do ultraliberalismo – e ninguém duvidará que o facto de o 44° presidente dos EUA ser democrata ou republicano terá um impacto mundial.

Por isso o planeta retinha a respiração, enquanto a América votava.

José Luís Correia, in Contacto 05.11.08