sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sábado, 29 de junho de 2013

Bailado de Moa Nunes dá corpo e movimento às palavras

Foto: Gerry Huberty/Luxemburger Wort
"Palavras e Palavras" é o título do mais recente espectáculo de dança contemporânea do coréografo brasileiro Moa Nunes, residente no Luxemburgo.

O bailado, que estreou ontem na Abadia de Neumünster, no Grund, contou com sala cheia. Esta noite há novo espectáculo e ainda há bilhetes.

O bailado é composto por duas dezenas de quadros, cada um transmitindo uma emoção, uma história, uma palavra, num todo plasmado na dança.

São sete os bailarinos em palco, seis mulheres e um homem. São ninfas, são "Petrussides", do rio que ali corre ao lado (Pétrusse)? Não! Os sete são um todo, como vogais e consoantes dos verbos que dançam. Os movimentos são palavras, são ondas, círculos, os olhares seduzem-se, as mãos tocam-se. É dança. É poesia.

Há momentos envolventes, sossegados, cativantes, outros alegres, barulhentos, saltitantes. As palavras em palco não são apenas as do título. O bailado também fala, sobe o tom, acalma-se, fica poético, vira, joga, sobressalta, os bailarinos gritam, ora acabam a discutir, ora a brincar uns com os outros. O espectador deixa-se levar, as canções tranquilas deixam-no introspecto, outras sacodem-no, o mundo gira ao ritmo dos gestos e dos passos dos bailarinos.

As palavras estão também presentes no lindíssimo poema "Self Love Poem", de Charlie Chaplin, dito por Christel Schockmel, entre dois quadros e que fala de autenticidade, respeito, maturidade, auto-confiança, simplicidade, valores pelos quais Moa se quis reger neste bailado.

Num momento o público tem de se conter para não dançar ao som da percussão afro-brasileira de Nyllo Canela e Xuxa Badou. Os bailarinos, esses, parecem possessos. Há também uma dança melancólica com dois véus vermelhos suspensos (do céu?). Ela dança com as nuvens? Num outro quadro, o bailarino dança sozinho em palco com cadeiras (acessório emprestado ao cabaret?), mas o grupo acompanha-o em diferido, em imagens filmadas como pano de fundo.

Todas estas novas linguagens e plasticidades da dança não são para despistar ou confundir o espectador, são para inovar, transmitir novas emoções, outras direcções e inspirações, dar corpo a novas palavras. As palavras estão também presentes nas canções escolhidas para acompanhar os bailarinos. Não são muito habituais para um bailado, onde a música instrumental é a banda sonora mais corrente, mas são prodigiosas, pela sua força e beleza. Com a plástica desenhada pela dança ficam ainda mais sublimadas e emocionam até o espectador mais desatento.

Os géneros fazem-nos viajar da música clássica ao pop, passando pelo jazz, a bossa nova, a música popular brasileira, o samba e até o forró. O leque é impressionante pela sua diversidade e vai desde Keith Jarret ("Köln January 24, 1974") a Elis Regina ("O que tinha de ser", de Tom Jobim), Caetano Veloso ("Sozinho"), Maria Bethânia ("Poema dos Olhos da Amada", lido por Jeanne Moreau, canção de Vinicius de Morais), Mónica Salmaso ("Mortal Loucura", de José Miguel Wisnik/Gregório de Matos Guerra), Tom Zé ("Xiquexique"), Jacques Brel ("Voir un ami pleurer") e I Muvrini, cantando em córsega ("L’emigrante"), até músicas de uma tradição mais clássica como as do anglo-germânico Max Richter ("Sarajevo"), do jovem polaco Abel Korzeniowski ("Stillness of the Mind"), do sino-americano Yo-Yo Ma ("Suite for solo cello"), do italiano Ludovico Einaudi ("Due Tramonti") ou do francês René Aubry ("Steppe").

Foto: Gerry Huberty/Luxemburger Wort

"A palavra é uma ferramenta poderosa" 

Este é o terceiro bailado que Moa Nunes compõe e apresenta no Luxemburgo, depois de "Meus Caminhos", em 2010, e "Um Olhar a Dois", em 2011.

"No primeiro [bailado] falei da minha vida, no segundo do Amor, neste é sobre a linguagem que é uma das ferramentas mais poderosas que temos. Mas não é só sobre as palavras, é sobre a palavra do corpo, do olhar, da poesia, a palavra que utilizamos diariamente, a palavra de conforto e de alegria, a palavra da brincadeira", explica Moa.

Sobre a mistura de géneros, musicalidades e plasticidades do bailado, Moa não admite logo, mas adora quebrar os códigos da dança contemporânea.

"Eu trabalho a música contemporânea com o moderno, o neoclássico, o jazz. Não me prendo numa só modalidade, porque venho dessa tradição, na linha de escolas como Martha Graham e Lehman" (n.d.R. escolas de dança americanas muito conceituadas).

"Trabalho para um público europeu e por isso quis incluir todos estes géneros musicais. Quero que entendam a minha história". "Num dos quadros, eu quis mostrar trabalhadores que saem da roça. Vêm sujos e preparam-se para tomar banho. Mas aí pintou a música e o brasileiro é assim mesmo, tem que dançar", explica Moa Nunes, evocando um dos quadros mais divertidos do bailado.

"É talvez difícil que o público entenda cada quadro exactamente, mas a mensagem, a energia, a poesia e a emoção que eu queria transmitir, acho que consegui passar".

Moa Nunes e os sete bailarinos 

Quisemos também falar com alguns dos bailarinos, que têm as mais diversas origens e nacionalidades: há uma portuguesa, uma brasileira, três belgas, uma luxemburguesa e um italiano.

A brasileira Grazi Furtado, que já trabalhou com Moa Nunes noutros bailados, explica onde nasce a energia que o grupo demonstra em palco. "É muito importante passar a emoção que temos em palco para o público. Essa emoção vem do Moa, mas como grupo essa energia vem de todos, e acabamos por conseguir transformá-la em algo muito belo e passer isso para o público através da dança".

A portuguesa Guida Maurício mora em Bruxelas e foi aí que Grazi lhe apresentou o coreógrafo. Guida concorda, "a dança é uma linguagem universal, as músicas falam muito e transmitem muito do que ele quis fazer passar".

"Conheço bem o Moa, a sua maneira de fazer, de pensar, de exprimir as coisas pela dança e isso ajudou-me a transmitir ao público o que ele queria. Dançar música contemporânea sobre canções brasileiras é muito envolvente e enérgico", diz por seu lado a belga Cathy Crols, que trabalhou com o coreógrafo em todos os seus bailados e o conhece desde quando este era seu professor de dança.

Também Govanni Zazzera, italiano residente no Luxemburgo e único homem do grupo de bailarinos, trabalhou com Moa em todos os seus espectáculos. "Somos todos de origens diferentes mas, na dança, não é preciso compreender as palavras, isso exprime-se pelos gestos, pelos movimentos e até pelo olhar. O que eu gosto no facto de trabalhar com Moa, é que ele se adapta aos bailarinos e procura as nossas qualidades e competências para saber como nos encaixar no que quer fazer. Dançar ao som de música brasileira é um mimo, pode ser muito enérgico e cativante, e depois muito poético e suave".

Christelle Renard também é belga, gere a companhia de dança Zoïa, e é a primeira vez que trabalha com Moa. "Este espectáculo fala da dificuldade de nos exprimirmos e isso é comum a todos nós. Por isso, penso que o público gostou e entendeu a mensagem".

"O Moa sabe muito bem dirigir os bailarinos, os movimentos são dele, a composição é dele, ele explica-nos exactamente o que espera de nós e o que o público tem de reconhecer na nossa dança, mas deixa que a nossa personalidade sobressaia também. Esta mistura entre música brasileira e dança contemporânea, com influências jazz, é mesmo muito gira. Muitas vezes, a dança contemporânea fica no cliché, é demasiado conceptual, por vezes já nem sequer há dança. Este tipo de bailado e o estilo do Moa Nunes podem reconciliar o público e a dança contemporânea".

Uma das bailarinas mais novas, Noelle Gerin, é luxemburguesa, mas também já trabalha há três anos com o coreógrafo. "Todos os espectáculos são muito pessoais, descobrimos mais sobre o Moa através de cada novo bailado. Nós, depois, é que tentamos contar ao público o que ele nos transmite".

"Uma das suas grandes qualidades é que vê a nossa personalidade e utiliza isso no espectáculo para nos valorizar. Ele não olha apenas o bailarino, mas interessa-se pela pessoa que somos. Faz-nos escutar a música, muitas vezes brasileira, depois faz a tradução da canção e explica-nos o que quer transmitir através da dança que compôs para essa música. Pode ser melancolia ou alegria, mas pede-nos acima de tudo para sermos sinceros na dança. Adoro trabalhar com ele". Esta paixão no olhar e nas palavras, quando falam de Moa, sentimo-la em cada bailarino com quem falámos.

E o público de ontem à noite, a julgar pela efusiva e barulhenta standing ovation no final, também. O próximo bailado deste coreógrafo brasileiro que mora no Luxemburgo desde 1997 (com um intervalo entre 2002 e 2009) chama-se "L’Autre Côté", revelou-nos ainda Moa Nunes, e deverá estrear em Outubro ou Novembro de 2014. Para o espectáculo de logo à noite ainda há bilhetes.

Mais informações pelo tel. 691 204 999. Bilhetes : 29 euros (palavras.tickets@hotmail.com) ou no site do CCRN-Abbaye de Neumünster (www.ccrn.lu).

José Luís Correia 

(Mais fotos em www.wort.lu/pt, site onde este artigo foi originalmente publicado)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O CONTACTO no Castelo de Berg com os Grão-Duques Henri e Maria Teresa e os Grão-Duques herdeiros Guillaume e Stéphanie

Fotos: Corte Grã-Ducal/Charles Caratini
Os Grão-Duques herdeiros, Guillaume e Stéphanie
O Grão-Duque Henri, Claude Feyereisen (Luxemburger Wort), José Luís Correia (Contacto) e Marc Thill (LW)
O Grão-Duque Henri, Claude Feyereisen (LW), José Luís Correia (Contacto) e Marc Thill (LW)
 Claude Feyereisen (LW), José Luís Correia (Contacto), Marc Thill (LW), Paul Meyers (LW)
O Grão-Duque Henri,Claude Feyereisen (LW), José Luís Correia (Contacto), Marc Thill,  Raphael Zwank e Paul Meyers (LW)
No passado dia 5 de Junho, a Família Grã-Ducal recebe imprensa no Castelo de Berg A família grã-ducal recebeu na quinta-feira a comunicação social luxemburguesa no castelo de Berg.

O jornal CONTACTO fez-se representar pelo chefe de Redacção, José Luís Correia, e pelos jornalistas Paula Telo Alves e Domingos Martins. Numa manhã ensolarada, a família grã-ducal convidou jornalistas de vários meios de comunicação social do Luxemburgo, na sua já habitual Recepção à Imprensa, que acontece uma ou duas vezes por década.

O CONTACTO não quis deixar de estar presente nesta recepção. Durante a recepção, a grã-duquesa Maria Teresa aproximou-se dos jornalistas portugueses presentes e quebrou o gelo dizendo também ser "uma latina". Em amena cavaqueira, disse aos jornalistas do CONTACTO que apreciou muito o filme "O Cônsul de Bordéus", que viu durante a inauguração da Quinzena de Cinema Português, na semana passada, onde esteve presente com o marido, o grão-duque.

 Maria Teresa contou aos jornalistas que o realizador João Corrêa lhe ofereceu o filme em DVD para ver com o sogro, o grão-duque Jean, uma das pessoas a quem o então cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, passou um visto, permitindo-lhe chegar a Lisboa para escapar ao regime nazi.

O grão-duque Henri também disse ter apreciado muito o filme e falou das relações que a sua família ainda mantém com a família Espírito Santo, que acolheu o pai, o grão-duque Jean, e a avó, a grã-duquesa Charlotte, em Cascais, quando chegaram a Portugal como refugiados, graças ao visto de Sousa Mendes. Mas o Grão-Duque ainda tinha uma grande revelação a fazer: "Esta casa foi construída por uma portuguesa, sabiam?", revelou o grão-duque aos jornalistas do CONTACTO, explicando que o Castelo de Berg foi construído pela sua bisavó, Mariana de Bragança (filha do rei D. Miguel de Portugal), casada com o então grão-duque do Luxemburgo, Guillaume IV. O castelo de Berg, residência oficial dos soberanos do Grão-Ducado, foi mandado construir pelos então soberanos entre 1906 e 1911, e é uma obra do arquitecto alemão Max Ostenrieder e do arquitecto luxemburguês Pierre Funck-Eydt. O grão-duque herdeiro Guillaume comentou, por seu lado, que o castelo tem "um aspecto muito alemão", o que se explica não só pela origem dos arquitectos, mas pelo facto de a sua tetravó, Mariana de Bragança, ter ascendência não só lusa, como alemã.

JLC 
in CONTACTO, 12/06/2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

(in)Tolerante

Vivemos tempos de tolerância, vivemos tempos de intolerância. Humanidade esquizofrénica. Parece que cada vez que damos um passo no sentido de nos sentirmos cada vez mais como uma só raça, a humana, mais certas franjas desse corpo se arrepiam e se retraem sobre si mesmas.

Vem isto a propósito de vários momentos que me marcaram nos últimos dias e semanas.

Primeiro, o julgamento de um grupo de jovens cabo-verdianos na semana passada, acusados de atacarem e roubarem um passageiro num comboio em 2011, na linha Luxemburgo-Rodange. Ao juiz, a vítima disse que os jovens tinham intenções de o assaltar assim que entraram na carruagem. Os jovens testemunharam que o homem os expulsou da carruagem de primeira classe e que isso desencadeou os insultos e a agressão. Quem provocou quem e porquê? E isso justifica uma tal violência?

 Enquanto isto decorria, a primeira-ministra do Ontario, Kathleen Wynne, assinalava os 60 anos da imigração portuguesa no Canadá, considerando "vital" o reconhecimento dos imigrantes "que adicionaram a sua distinção ao nosso tecido multicultural”. A ministra recomendava ainda que a comunidade portuguesa do Ontário perpetuasse a sua identidade e costumes.

"A nossa província é a soma total das suas diversas comunidades, os canadianos portugueses podem ter um grande orgulho em saber que ajudaram a moldar a nossa identidade colectiva e única”, disse a ministra canadiana.

A palavra-chave aqui é reconhecimento e não identidade.

Estivesse o Canadá ainda ligado à França e talvez o discurso fosse outro. Sem se aperceberam da sua arrogância, os franceses continuam a vangloriar-se de ser uma "excepção cultural" e a elogiar a assimilação cultural dos filhos dos imigrantes, considerando exemplar só esse tipo de integração. Por isso a segunda e terceira geração de portugueses em França é culturalmente invisível.

O país da igualdade e da fraternidade parece cada vez menos igualitário e fraterno. A violência dos protestos da extrema-direita e dos anti-casamento gay na semana passada em Paris, nos Champs-de-Mars (campos de Marte, Deus da Guerra! – por vezes, a História escolhe bem os seus teatros), provocaram-me arrepios. Seja-se a favor ou contra a lei do casamento para todos, isso justifica uma tal violência?

Sopram ventos xenófobos não só contrários aos estrangeiros mas a tudo o que é diferente, os extremismos e as intolerâncias exacerbam-se e muitos grupos e populações retraem-se, bacocos e primários, sobre si ou, pior, degeneram na violência.

Na Suécia, a morte "acidental" há duas semanas de um português pela polícia – que recebeu os agentes com um machado, quando estes bateram à porta de sua casa, onde o imigrante se tinha fechado com a companheira – provocou a fúria dos jovens do bairro, onde moram muitos estrangeiros, que atacaram a polícia e incendiaram carros. Em resposta, grupos de extrema-direita manifestaram-se contra os manifestantes e tiveram confrontos também com a polícia. A vaga de violência provocou um debate no país sobre a integração dos imigrantes, que representam 15 % da população (muito longe dos 46 % do Luxemburgo).

Não é o primeiro incidente deste tipo na habitualmente tranquila Suécia. Distúrbios semelhantes ocorreram em 2010 e 2008 naquele país, após o encerramento de um centro cultural islâmico. A reacção do Reino Unido e dos EUA aos distúrbios na Suécia foi desaconselharem os seus cidadãos a viajar para as zonas de conflito. Como se as ruas de Londres não tivessem sido dois dias antes palco de um degolamento em plena luz do dia de um soldado britânico por dois nigerianos jihadistas.

E que dizer dos EUA, onde menores desatam semana sim, semana não, aos tiros nas escolas, e o terrorismo "doméstico" faz mais de 9 mil mortos por ano, só com armas de fogo? Para fazer baixar estas estatísticas, Obama tentou fazer passar uma lei que obrigasse os vendedores de armas a verificar os antecedentes criminais dos compradores. Por escassos seis votos, a lei foi rejeitada no Senado, no que foi considerado por Obama como "um dia de vergonha para Washington".

Nem um Prémio Nobel da Paz consegue salvar uma nação-suicida. O poderoso lóbi norte-americano das armas argumentou que a lei "feria" a segunda emenda da constituição, que autoriza qualquer cidadão a ter uma arma, mas esquecem-se que data de uma remota época em que pistoleiros faziam a lei em povoações sem policiamento. Salve-se então a segunda emenda, mesmo que isso mate crianças inocentes e o país.

O nosso pacato e pequeno Grão-Ducado tem muitos defeitos e também destas intolerâncias internas. Mas gosto de pensar que são erupções cutâneas isoladas, de elementos enfermos da sociedade, e que nunca se converterão em movimentos de massa como em França ou na Suécia.

Ou será que essa violência está apenas latente, por eclodir? Ele há indícios que nos preocupam. Por enquanto, a paz social e a tolerância vão sendo alimentadas pela prosperidade e estabilidade do país. Mas se um dia esse frágil equilíbrio for rompido, a nossa sociedade continuará tão tolerante como diz ser?

José Luís Correia
in Jornal Contacto, 05/06/2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

Novo bailado de brasileiro Moa Nunes na Abadia de Neumünster, sexta e sábado

A nova coreografia do brasileiro Moa Nunes sobe ao palco da sala Robert Krieps da Abadia de Neumünster (no Grund), na capital, esta sexta-feira e sábado (28 e 29 de Junho), pelas 20h.

Intitulado "Palavras e Palavras", este espectáculo "nasceu do desejo de explorar a linguagem e a necessidade humana de ser ouvido", segundo Moa Nunes.

"As palavras são geralmente consideradas como aquelas que são faladas ou escritas", diz o coreógrafo. Mas para Moa Nunes, coreógrafo brasileiro residente no Luxemburgo há 16 anos, as palavras são muito mais do que isso. "As palavras são preciosas: podem curar, podem magoar, podem ser verdadeiras e dóceis, podem mentir, podem ser destrutivas e traiçoeiras, podem ser vazias, mas também inspiradoras. Elas criam mundos e mudam a realidade", diz Moa Nunes.

Nesta obra, o coreógrafo brasileiro vai além das palavras e permite que a linguagem do corpo fale. Depois das obras "Um olhar a dois" e "Meus caminhos", Moa explora neste novo opus o poder das mesmas e como são utilizadas para construir ideias, emoções e memórias, e para contar uma história.

As reservas para ver este espectáculo devem ser feitas pelo tel. 691 204 999.

Mais informações sobre os projectos de Moa Nunes na internet (www.moadance.com).

JLC

Este artigo foi igualmente publicada no site www.wort.lu/pt