sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Deputados pela Emigração interpelam Ministro dos Negócios Estrangeiros

Sem-abrigo portugueses no Luxemburgo?

Carta enviada recentemente por Carlos Gonçalves, José Cesário e Carlos Páscoa, deputados do PSD pela Emigração ao Ministro dos Negócios Estrangeiros português:

"Através de um órgão de comunicação social de língua portuguesa publicado no Luxemburgo, o Jornal Contacto – tivemos agora conhecimento de que neste país, onde a nossa comunidade foi sempre um exemplo de integração, coexistem com os casos de sucesso, portugueses em total indigência que estão a merecer a atenção e o apoio de associações luxemburguesas de ajuda aos sem abrigo.

Com efeito, segundo a responsável do Centro de Apoio aos sem-abrigo de Bonnevoie – Stëem vun der Strooss – passaram pelas suas instalações no ano transacto 127 portugueses, o que corresponde a 12,65 % do número total de indivíduos que recorreram àquela instituição.

Acresce que estes números referem-se apenas ao Centro de Bonnevoie, admitindo a sua responsável que o número de portugueses residentes no Luxemburgo nesta situação pode ser bem mais elevado, dado que existem outros Centros semelhantes no Grão-Ducado.

Infelizmente, também fica claro no mesmo artigo que as autoridades portuguesas não têm meios para acompanhar esta realidade e prestar o apoio adequado, o que levou a responsável da estrutura de apoio luxemburguesa a tecer algumas considerações negativas sobre o papel do nosso Consulado nesta questão.

Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis vimos uma vez mais requerer, através de V.Exa, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que nos sejam dadas as seguintes informações:

1. Como justifica o Governo que exista no Luxemburgo um universo significativo de cidadãos portugueses em situação de total indigência e que não tenham merecido por parte das autoridades consulares portuguesas o acompanhamento e apoio que mereciam?

2. Está o Governo a ponderar alguma intervenção para pôr fim a esta situação?".



segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Grandes mudanças II


É como no fim de época de uma daquelas séries norte-americanas que contam as estórias cruzadas das personagens de um prédio, de um bairro ou de uma cidade. Uns ficam para a época seguinte, aparecem alguns novos, outros vão-se, morrem, casam, ou mudam de prédio, de cidade... ou de canal.
O mês em que deixo Gasperich, outras personagens há que também não continuam nesta série. A vizinha eslovena grávida do lado muda-se com o marido para um apartamento maior em Merl, já que a família vai crescer brevemente. Dois golden boys vieram substituir o casal. O meu vizinho esquizofrénico da frente (o senhor W.) foi definitivamente internado e o apartamento dele ficou livre. Não sei se a irmã vai querer alugá-lo. Nem sei a quem. Lá dentro está um enorme piano que vai ser difícil fazer sair pela janela. O casal romeno do andar de cima também se mudou, mas nem sei para onde. No último dia em que lá estive cruzei quem os veio substituir. Também um casal, de meia idade, luxemburgueses por sinal, ar de antipáticos, nem bom dia disseram. A família portuguesa da frente comprou uma casa maior e deixa igualmente o bairro. Aos domingos já não haverá o estonteante cheiro a churrasco... Também aí não sei quem vem ocupar a casa...
Quanto à garçonnière do Gaspar tornar-se-á agora o refúgio de uma Amélie (Poulain?), penso que bastante mais bem comportada do que eu, ...pelo menos a julgar pela primeira impressão que tive quando veio visitar o apartamento há duas semanas com o proprietário: estatura média, corpo frágil, pele alva, cabelo fino e curto, de um castanho muito brihante, olhos grandes, voz suave, personalidade algo tímida, mas dócil e simpática.
Já estou a ver os dois novos inquilinos do lado a disputar-se para ajudar a pequena a trazer as compras até ao segundo andar. Talvez seja o princípio de uma grande amizade. Ou quem sabe de algo mais ;-) Mas isso já são outros episódios, outras histórias, outras vidas. A senda do Gaspar vai continuar por aqui. Mudam apenas o pano de fundo e as personagens principais. A pedido de várias famílias (amigas do produtor deste blog), o protagonista assina por mais uma época.

CASA INANE

domingo, 13 de janeiro de 2008

Grandes mudanças



Está na hora das grandes mudanças. De deixar Gasperich onde morei durante quatro anos e meio. O meu apartamento mais parece uma zona sinistrada. Uso do capacete obrigatório. Tem sido uma estafa, uma lufa-lufa, estamos com os bofes de fora. Só de livros, 13 caixotes. Três de cds e dois de dvds. Agora está decidido, vou passar a descarregar mais música. Faltam as colecções de jornais, revistas e vinis que haviam sido deportados até agora para a cave, junto aos vinhos, e que terão no novo apartamento lugar de eleição na biblioteca-escritório.
Daqui a uma semana já estamos em Weimerskirch, num lugar maior, cujo aluguer será pago ao banco :-)

É o começo de uma vida nova, a minha nova vida nova, depois de em 2002 o destino me ter autorizado um novo recomeço. De algo planeado há muito e que só agora se concretiza. Como se fosse o fim do capítulo de todo o processo de mudança iniciado há seis anos e que apenas com este episódio fizesse sentido.
Acabaram-se a "garçonnière" e os amores contingentes...



22:57

sábado, 12 de janeiro de 2008

A minha preferência luxemburguesa



Uma canção do novo álbum "Petites chansons méchantes" da ex-jornalista, escritora, cantora e actualmente professora (no Neie Lycée) Claudine Muno (28 anos) e sua banda "The Luna Boots".
Influências de Olivia Ruiz, hum? Uma delícia, nunca a tinha ouvido cantar em francês. Prefiro este estilo mais solto às baladas dark & blues. Quem disse que não há talento nem se faz boa música no Luxemburgo?


Lançado a 9 de Novembro, a apresentação oficial do álbum ao público acontece a 18 de Janeiro, às 20h30, na Rockhal, em Esch-Belval.
Infelizmente não vou poder ir ver :-( estou em plenas mudanças.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Mais uma sobre o país que propagandeia a liberdade de expressão como se fosse detergente para a roupa

Graças à Analog Girl descobri um site sobre grandes intelectuais, escritores, políticos, artistas, homens e mulheres que os Estados Unidos rejeitaram, expulsaram, repudiaram ou excluiram.

Publicado com a devida vénia à Analog Girl, ao blog de quem fui "pescar" a ideia.

Indigência Poética... ou diagnóstico psicoclínico do autor numa noite de náusea


quão fútil me parece por vezes

a vida que à minha volta construo
quantas horas gastas a não escrever
de que vale passar os dias a desejar
escrever e não o fazer
fugir do lápis intimidado
pelo traço - que temo indelével - da mediocridade
escrever para quê? porquê?
a escrita em mim já não é vida nem fé
nem resistência nem convicção
nem onanismo sacro nem pagão
nem filosofia nem arte nem nada
nem amor nem sexo
e eu a ambicionar que fosse minha espinha dorsal, o meu nexo
a minha travessia quântica para além das eras

Escrever sobre não escrever para escrever
sobre essa lamentável astenia literária
que se manifesta por sintomas crónicos
de insuficiência de singularidade
e de carência notória e inveterada de talento

é estúpido!

e esta tinta tão somente
um prodigioso desperdício neurótico
!


JLC 110108,
Gasperich 23:13

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

As Primeiras Damas francesas em 2006 e em 2008

Primeira Dama de França, 1995-2007: Bernadette Chirac

Primeira Dama de França 2008: Carla Bruni

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Helena Noguerra "Minimum"




Esta é uma das minhas canções preferidas de Helena Noguerra. Irmã da famosa cantora luso-belga Lio (de seu verdadeiro nome Wanda Maria Ribeiro Furtado Tavares de Vasconcelos, nascida em 1962 em Mangualde), Helena Noguerra (Nogueira do pai já que as duas irmãs não têm o mesmo pai!) nasceu em 1969 em Bruxelas.
Dela adorei o segundo álbum "Azul" (de 2001 e produzido pelo seu companheiro Philippe Katherine), onde ousa as incursões no português. Ou a sua participação no álbum "Cinema" (2004) de Rodrigo Leão. Mas apaixonei-me verdadeiramente pela Helena quando descobri que era sua a voz por detrás de "Lunettes Noires" (1988), que serviu de genérico à emissão do mesmo nome de Thierry Ardisson.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Dos sacerdotes zoroástricos da Pérsia e de como interviram na génese dos cadernos do gaspar

Com o raio de nome com que meus progenitores e minhas tias me deram na pia baptismal, nunca me ocorreu falar do outro meu ilustre homónimo, senão o primeiro Gaspar de uma grande linhagem. A origem de meu digníssimo antecessor é dúbia e a primeira referência que se lhe faz não é na Bíblia, como se possa pensar. O Evangelho de S. Mateus (Mt 2,11) é aliás o único dos quatro evangelhos reconhecidos a evocar uns vagos "magos", sem dizer quantos eram nem revelar nomes. Um outro Evangelho, o texto apócrifo de S. Tiago (séc. II), também se refere a estes, mas sem acrescentar nada de novo ao texto de Mateus.

A primeira referência biográfica aparece num documento escrito por São Beda em inícios do século VIII. É ele quem tece uma biografia de Gaspar e dos seus dois companheiros de viagem. Estes teriam trazido do Oriente mirra, incenso e ouro ao menino Jesus. Talvez daí se tenha depreendido que eram três. É a estas ofertas que se deve a tradição da nossa troca de presentes no Natal.
Gaspar é descrito como o mais moço dos três. Uns textos dizem-no asiático, outros persa. São Beda diz que Gaspar seria originário de uma das regiões montanhosas nas margens do Mar Cáspio. Seria mago ou sacerdote zoroástrico. É ele quem traz o incenso ao menino.

Tenho em comum com esse ancestral homónimo o continente (Os Weytjens são originários de Goa) e o deleite de deixar-me, em serões zen, guiar pelas constelações e seduzir pelas fragrâncias tranquilizadoras desse extracto de terebintácea que é o incenso.

Ah, mas o ponto comum mais importante: mesmo se segundo algumas teorias, não há maior crime do que a libertinagem para a religião de Zaratustra, segundo estudos recentes de investigadores universitários franceses, alguns contos femininos zoroástricos teriam estado na origem dos contos eróticos de Sherazade. E não foram "As Mil e Uma Noites" (que o meu amigo Luís Castro - quando ele ainda morava no Montenegro - guardava entre a televisão e a velha consola Amiga Commodore) os primeiros livros a fazerem-me mergulhar, a puxarem-me, que digo, a sugarem-me para esses fabulosos mundos onde tudo era permitido e os tabus derretiam como neve ao sol.
Eu..., um adolescente borbulhento e intimidado...deparava-me de repente em plenos lupanares assistindo aos faustos e caprichos sexuais desses califas impotentes, por debaixo de clarabóias onde espreitava a lua crescente, os coitos arrebatados nos haréns das alas secretas dos palacetes ou nos jardins interiores floridos, junto à fonte de todos os amores, as princesas sófregas, as odaliscas mouriscas, os alcoices nos oásis perdidos, os prostíbulos nos dédalos dos souks, os eunucos aparentemente inofensivos mas de dedos prodigiosos e línguas hábeis...
Nesses tempos acneicos serviam-me essas leituras, heu, ...voluptuosas, de inspiração para as minhas poluções nocturnas. Nunca pensei eu próprio vir a escrevê-las.
Desenhos: "Point of Eternal Light" de Brian Whelan, "Odalisque Slave" de Dominique Ingres e "Odalisque" de Mariano Fortuny

sábado, 5 de janeiro de 2008

Lisboa-Dakar 2009: optar por outro destino!

Na sequência da anulação do Lisboa-Dakar 2008 e seguindo proposta de um concorrente do ráli e do co-bloguista António do blog Maracujá, venho por este meio publicamente exaltar o génio de improviso português que nos caracteriza para que Portugal lance uma alternativa ao Lisboa-Dakar, que já era uma versão "light" do Paris-Dakar. Porque não antes optar por um upgrading da prova, como o António propõe. António sonha num Costa à Costa: Lisboa-Macau. Eu acrescentaria Costa à Costa à Costa, propondo para 2009 o Ráli Lisboa-Vladivostok-Macau (ou Lisboa-Macau-Vladivostok).

Porque seria Dakar sempre o destino privilegiado deste ráli-aventura? Porque não alterar o itinerário todos os anos, um ráli transcontinental com destinos como a Sibéria, Mongólia, Índia, Tailanda, Vietname, Oman. Infelizmente, os destinos africanos ficam postos em causas pelos conflitos etnicidas que varrem o continente. Seria também uma grande aventura um ráli ligar a Lapónia à Cidade do Cabo, não?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

assuntos do dia

Mr Nicholas vs Prof Sarko
O Prof. Sarkozy quer anotar como alunos da escolinha os seus ministros. Talvez assim ele encontre um argumento de peso para demitir os ministros que não lhe obedecem. Como a querida e inteligente Rama Yade, secretária de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus, encarregada da pasta dos Direitos do Homem, que ousara dizer que "a França não é um capacho", quando criticou a visita do presidente líbio, Khadafi, a Paris, a convite do seu homólogo francês.
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Obama rules!
Destaca-se no pelotão, Barack Obama, candidato democrata que mais votos obteve no conservador Iowa, o primeiro estado norte-americano a proncunciar-se nas primárias das eleições presidenciais norte-americanas, previstas para 4 de Novembro.

Se a Hillary ganhar as preferências democratas, também torcerei por ela, mas parece-me que o espectro do Bill ainda paira. Ou talvez os norte-americanos entendam a candidatura dela como uma tentativa de sucessão hereditária dos Clinton no poder. Mas se isso os preocupasse deveras não tinham eleito e reeleito o filho de um ex-presidente.

No campo republicano, é pior a emenda que o soneto: ganhou as preferências do eleitorado iowano um outsider: o pastor ultra-conservador Huckabee. Sem a experiência e recursos financeiros dos seus concorrentes de partido, mas que se pode revelar um perigo por ser orador experimentado e saber tocar no americano médio nos temas sensíveis que mais sensibilizam a opinião pública norte-americana.
Guiliani não quis submeter-se ao voto do Iowa, mas já reiterou que a sua preocupação principal, se for eleito, será a guerra contra o terrorismo. Ou seja: Bush IV, o regresso de um novo Jedi.

Próximas primárias: New Hampshire! A observar com atenção.
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Aqui no burgo
Das manchetes do Essentiel que são cada vez mais no espírito da página 3 do Bild. Hoje, a sulfurosa Kelly Brook (nada a ver com a lindíssima Kelly LeBrook do filme "Woman in Red" de 1985), deu a volta à cabeça dos golden boys aqui da praça. Brook foi considerada, numa sondagem britânica, a mulher tendo as dimensões perfeitas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ano Internacional
(da Lógica) da Batata


Quo vadis 2008? Para onde vais 2008? Ou melhor: Para onde nos levas?, poderíamos nós perguntar circunspectos da soleira deste ano bissexto que ainda agora se enceta.

A assembleia geral das Nações Unidas proclamou 2008 Ano Internacional do Planeta Terra, da Batata e das Línguas. Três temas que podem parecer secundários à primeira vista mas que são verdadeiras questões-pano de fundo da actualidade. A ONU pretende sensibilizar a opinião pública mundial para a preservação não só do meio ambiente como do próprio Homem.

A promoção da batata visa lembrar a importância que esta pode desempenhar na luta contra a fome e a pobreza mundiais, como este tubérculo já o havia protagonizado no século XVI, quando espanhóis e portugueses o importaram do Novo Mundo e resolveram – com um legume fácil de produzir e barato de consumir –, os problemas de má nutrição que subsistiam há séculos na velha Europa. E se a solução funcionou há quatro séculos porque não aplicá-la hoje nos países mais pobres? É a "lógica da batata" em todo o seu esplendor! A solução para a fome no Mundo era mais do que óbvia, só que teimávamos em não entender.

Promovendo simultaneamente neste ano as Línguas, a ONU pretende não só salvaguardar o Homem enquanto "sistema físico-químico" (como diria Fernando Pessoa), mas também o seu espírito, pela mais-valia socio-cultural que a diversidade linguística acrescenta ao património que este legará às gerações vindouras.

Na mesma senda, Bruxelas é mesmo mais arrojada, ao declarar 2008 Ano Europeu do Diálogo Intercultural. A União Europeia mostra que o caminho certo não está apenas em defender as línguas e as culturas dos diferentes povos, mas de os pôr a dialogar entre si. Foi este, aliás, um dos princípios que lhe deu origem e a consolidou como espaço de paz duradoura e de cooperação mútua entre os estados que a integram. Pudessem esses valores universalizar-se com os mesmos propósitos.

Na sua declaração "Urbi et Orbi" (à Cidade e ao Mundo), proferida a 25 de Dezembro e em antecipação ao Dia Mundial da Paz (que se assinala a 1 de Janeiro), o papa Bento XVI foi dos primeiros a dar o tom. Denunciando o uso abusivo dos recursos naturais e recordando os desastres ecológicos do passado, o Sumo Pontífice pediu aos governantes mundiais que encontrassem "soluções humanas, justas e duradouras" para os conflitos e crises que afectam o planeta, acrescentando que isso deveria ser conseguido "com sabedoria e coragem".

Mais fácil dizer do que fazer, pensarão muitos. Basta haver homens de boa vontade... política! Porque são fundamentalmente essas as qualidades a que a Humanidade deverá fazer apelo na encruzilhada política decisiva que 2008 prognostica ser.

Em Março, Putin passa o testemunho a Medvedev, mas deverá continuar a ser o marionetista-mor por detrás das grandes linhas directrizes da Rússia.

Em Novembro, as eleições norte-americanas revelarão com quem o pupilo de Putin deverá contar no xadrez político internacional para discutir espinhosos e sensíveis dossiês como o Iraque, o Irão, a Palestina, mas também o aquecimento global (Protocolos de Kioto e a Conferência de Bali).

Se os Estados Unidos voltarem a apostar num republicano (Rudy Giuliani, por exemplo, presidente da Câmara de Nova Iorque durante os ataques do 11 de Setembro de 2001), a linha política de Washington não deverá mudar de um palmo.

Em contrapartida, o mapa político mundial pode alterar-se significativamente se a Casa Branca for ocupada por um democrata (a ex-Primeira Dama, Hillary Clinton, que se tornaria a primeira mulher a ocupar o cargo; ou o mulato Barack Obama, que seria o primeiro cidadão de origem afro-americana a chegar ao gabinete oval). Como mudou quando os americanos catapultaram Bush para o poder, com a série de desencadeamentos políticos e económicos globais que hoje se conhecem. O seu sucessor terá de saber lidar não só com essas questões de política externa que influem directamente nos preços "inflamáveis" do petróleo, mas também com a crise dos empréstimos imobiliários que assola os EUA e ameaça atingir como um tsunami a economia britânica e consequentemente a europeia.

E a China? Após a euforia económica chinesa que está preceder os Jogos Olímpicos (que começam a 8 de Agosto), sofrerá o gigante económico um abrandamento conjuntural? Com que consequências para a economia mundial? Serão as Olimpíadas – encaradas este ano como um verdadeiro desafio político – boicotadas pelos defensores dos direitos humanos ou pelos ecologistas, assuntos que Pequim tem "olimpicamente" ignorado de forma arrogante e autista?

Se se souber discutir todas essas e outras matérias com mais "sabedoria e coragem", como preconiza Bento XVI, ficará assegurado o nosso futuro comum. Também isso parece óbvio como a "lógica da batata". A paz, afinal, é como as batatas: cultiva-se!

(José Luís Correia, in "Contacto", 02/01/08)



quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Uma das boas resoluções para 2008



















Pic enviado pela Beta
Sim, a J e eu, aqui no burgo, também tomámos essa boa resolução.
- Eu cá começo uma dieta todas as segundas-feiras.
- Às terças, juro que vou cumprir.
- Às quartas, prometo que a partir da próxima segunda-feira é que é mesmo! ;-)

Imagem: com a devida vénia ao blog www.penelope-jolicoeur.com