sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
-
cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Se eu soubesse o que sei hoje...

Eu: Se eu soubesse o que sei hoje...
Lis: O que farias? :-)
Eu: Tenho um amigo brasileiro que diz: 'A vida dá sempre um jeito'. O que eu acho é que às vezes também temos que ser nós a dar um jeito à vida. Caso contrário, ela limita-se a acontecer. Nós é que temos que decidir as curvas a tomar nessa linha recta e que contornos dar a cada uma dessas curvas. Porque nessa vadiagem para escapar ao destino há outros horizontes para ver. Outras viagens. Claro que depois também há as curvas inesperadas, as curvas e as contra-curvas, as estradas esburacadas, as estradas cortadas, as ruas manhosas, as vielas escuras, os becos sem saída, os desfiladeiros, os precipícios, os dias de tempestade. Se eu soubesse o que sei hoje aproveitava mais cada instante, faria acontecer, deixava de ser tão inseguro, tão ponderado. Por vezes, um desvio ensina-nos muito. Quer tenha sido desejado ou não. E prefiro mil vezes que a minha vida seja feita de inúmeros desvios do que a linha recta, correcta e insípida do que pensa a gente certa.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Meu amor sereno


meu amor sereno
meu porto de abrigo
meu mar da tranquilidade




sábado, 26 de dezembro de 2009

Flanando por Estrasburgo



sábado, flanando pelas ruas de estrasburgo. tomamos um café creme numa brasserie da place kléber, maravilhados como putos diante das luzinhas da maior árvore de natal da europa (é o que aqui dizem!) a acenderem-se ao cair do crepúsculo, as famílias passeando, os gorros e quispos coloridos das crianças rindo, passagem pela magnífica livraria kléber, subimos até à place gutenberg, percorremos os standes dos livros de segundo mão, não resisto a levar para a minha colecção uma edição de 1868 das oeuvres de alfred de musset, passamos pelo homem das castanhas, tão velho como estas arcadas que tanto me fazem lembrar as da praça do giraldo em évora, contornamos o carrossel, os corcéis em madeira, a árvore azul-eléctrica, engolfamo-nos com a turba pela rua da catedral, levados pelo cheiro bom a vinho quente com canela, mordendo um bretzel salgado, chegam-me fragrâncias de outros tempos, revejo-me a correr por aqui debaixo de uma chuva de novembro, com tantas incertezas, inseguro no meu futuro, se eu soubesse o que sei agora.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal



O actor inglês Bill Nighby a cantar "Christmas Is All Around" (do filme "Love Actually", de 2003, onde interpretava o rocker Billy Mack)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal

Tu que dormes à noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um Homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

"Natal", José Carlos Ary dos Santos

Viviane: "Cavalo à Solta" ( + 1 de Ary dos Santos)



Viviane também foi convidada para participar em Rua da Saudade com uma brilhante interpretação de "Cavalo à Solta". Uma das melhores vozes deste álbum-homenagem a Ary dos Santos e uma das canções mais belas que o grande poeta nos deixou.

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve, breve
instante da loucura

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura

Mais uma da Rua da Saudade



Mais uma de Ary dos Santos e da Rua da Saudade: Mafalda Arnauth, "Estrela da Tarde"

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Canção de Madrugar



De linho te vesti
De nardos te enfeitei
Amor que nunca vi
Mas sei

Sei dos teus olhos acesos na noite
Sinais de bem despertar
Sei dos teus braços abertos a todos
Que morrem devagar

Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo pode acender
Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer

Irei beber em ti
O vinho que pisei
O fel do que sofri e dei

Dei do meu corpo chicote de força
Rasei meus olhos com água
Dei do meu sangue uma espada de raiva
E uma lança de mágoa

Dei do meu sonho uma corda de insónias
Cravei meus braços com setas
Descobri rosas, alarguei cidades
E construí poetas

E nunca te encontrei
Na estrada do que fiz
Amor que não logrei
Mas quis

Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo há-de acender
Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer

Então:

Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,
Nem forcas, nem cardos, nem dardos, nem terras,
Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem terras, nem ferros, nem farpas, nem farsas
Nem MAL

Letra: José Carlos Ary dos Santos
Música:
Nuno Nazareth Fernandes
Originalmente cantada por Hugo Maia Loureiro, no Festival RTP da Canção, em 1970; aqui numa versão de Susana Félix (uma das melhores versões que já ouvi), para o álbum de homenagem a Ary dos Santos "Rua da Saudade", 2009

Nevou domingo o dia inteiro


domingo, 20 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fim-de-semana à porta, leituras em perspectiva :-)


- 2012: A Profecia Maia, de Alberto Beuttenmüller
- Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?, de António Lobo Antunes
- N'espèrez pas vous dé barrasser des livres, de Jean-Claude Carrière & Umberto Eco
- Survivre aux crises, de Jacques Attali
- Le renard était déjà le chasseur, de Herta Müller

e mais dois que ando a terminar há meses:

- L'Ombre du Soleil, de A.S. Byatt
- Facts are subversive, de Timothy Garton Ash

sábado, 12 de dezembro de 2009

Le "Vincent" de Tim Burton ou...Little Timmy's autobiobiography



Version française, cliquez en haut / Cliquez en bas pour la version originale


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Programa para o fim-de-semana

1- Montar a árvore de Natal :-) , sem esquecer de colocar os nossos dois sapatinhos debaixo (pois, é que não temos lareira!)

2- Receber amigos e família, no sábado :-))

3- Pôr as leituras em dia: o Le Monde, edição de fim-de-semana passado, que ando a arrastar na pasta há dias, porque quero mesmo ler uns artigos que apontei como interessantes (um sobre novas tendências políticas e outro sobre as relações do Google com a imprensa). E encetar as novas "Ler" e "Lire" :-)))

4- Namorar :-)))))))))))))))

É isto que eu chamo um fim-de-semana. Fazer o que nos dá prazer ;-)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dançando com Vitkine

"Dancing around John's Bath", de Yaël Vitkine (Bouadi & Hochberg Publishers, 1963).

Sinopse
"Dançando em volta do banho de John" (poderia ser o título em português), que mais não é do que um longo diálogo, sem discurso indirecto nem narrador, conta a história de Eva, uma jovem sueca que chega a Nova Iorque nos anos 60 à procura do seu meio-irmão e acaba por envolver-se em histórias de sexo e álcool, das quais um jovem médico vai querer resgatá-la. Mas será possível salvar alguém que não quer ser salva?

Breve bio
É impossível não nos apaixonarmos pela personagem principal deste "romance" e pela história de vida real da escritora, tão intrinsecamente ligadas, as histórias e as duas mulheres. Uma biografia não assumida?
A autora nasceu na Terra Santa, em 1935. Os pais, ambos actores e dramaturgos, emigraram da Ucrânia para a então Palestina, em 1925. Em 1953, renegando a sua herança dramatúrgica paterna, Yaël casa e segue o marido até Nova Iorque. Forma-se em jornalismo e torna-se correspondente para um diário israelita. Após várias tentativas falhadas de escrever um verdadeiro romance, a jovem escritora consegue vender várias peças de teatro sob o pseudónimo de Sam Greene. É sob este nome que fará sucesso na Broadway e carreira nos Estados Unidos. Reconciliada com os seus pais, a autora vive hoje em Telavive.

Outras referencias à autora neste site

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Umberto Eco opina sobre a Wikipédia

Sou casado, Wikipedia?

Actualmente, cada um de nós, enquanto trabalha, precisa a dado momento de verificar um nome ou uma data e recorre para isso à Wikipedia, na internet. Para os demais leigos, recordo que a Wikipédia é uma enciclopédia em linha, continuamente escrita e reescrita pelos seus próprios usuários.

Digamos que procura um verbete, por exemplo, "Napoleão", e repara que algumas informações estão incompletas ou incorrectas. Pode então registar-se, corrigir a informação e salvaguardá-la com a sua correcção.

Naturalmente isso permite a pessoas mal intencionadas

Naturalmente questo permetterebbe a malintenzionati oa pazzi di diffondere notizie false, ma la garanzia dovrebbe essere data proprio dal fatto che il controllo è fatto da milioni di utenti. De cours, ce qui permettrait malveillants ou fou de se propager de fausses nouvelles, mais la garantie devrait être accordée au fait que le contrôle est pratiqué par des millions d'utilisateurs. Se un malintenzionato va a correggere che Napoleone non è morto a Sant'Elena ma a Santo Domingo , di colpo milioni di benintenzionati interverrebbero a correggere la illecita correzione (e poi credo che, dopo alcune azioni legali di persone che si erano viste calunniare da ignoti, una sorta di redazione eserciti un controllo almeno sul tipo di correzioni che appaiano chiaramente diffamatorie). Si un attaquant est de corriger que Napoléon était mort à Sainte-Hélène, mais à Santo Domingo, tout à coup des millions de gens de bonne volonté peut intervenir pour corriger le correctif illégale (et alors je pense que après un procès de quelques personnes qui ont été vus la calomnie par des inconnus , une sorte de contrôle éditorial exercé au moins le genre de correctifs qui sont clairement diffamatoire). In tal senso Wikipedia sarebbe un bell'esempio di quello che Charles Sanders Peirce chiamava la Comunità (scientifica) la quale per una sorta di felice omeostasi espunge gli errori e legittima le nuove scoperte portando così avanti, come lui diceva, la torcia della verità. Dans ce sens, Wikipédia est un bel exemple de ce que Charles Sanders Peirce a appelé la communauté (scientifique) qui, pour une sorte d'homéostasie heureux effacé les erreurs et légitime les nouvelles découvertes d'avancer, comme il disait, le flambeau de la vérité.

Ma se questo controllo collettivo potrebbe funzionare su Napoleone potrà funzionare su un John Smith qualsiasi? Mais si cela pourrait fonctionner sur Napoléon contrôle collectif fonctionne sur n'importe quel John Smith? Facciamo l'esempio di una persona un poco più nota di John Smith e meno di Napoleone, e cioè chi scrive. Prenons l'exemple d'une personne une petite note de John Smith et sous Napoléon, et c'est l'écrivain. All'inizio sono intervenuto a correggere la voce che mi riguardava perché recava date errate o false notizie (per esempio diceva che ero il primo di tredici fratelli, mentre la cosa era accaduta a mio padre). Au début, je parle pour corriger le bruit que j'étais concernée, car elle s'est mal de dates ou de fausses informations (par exemple, dit qu'il est le premier des treize frères et sœurs, tandis que la chose était arrivé à mon père). Poi ho smesso, perché ogni volta che per curiosità andavo a rivedere la mia voce trovavo altre piacevolezze messe da chissà chi. Puis je m'arrête, parce qu'à chaque fois, par curiosité, je suis allé voir mon entrée subtilités trouvé d'autres faites par quelqu'un. Ora alcuni amici mi hanno avvertito che Wikipedia dice che ho sposato la figlia del mio editore Maintenant, quelques amis m'ont prévenu que Wikipédia dit que j'ai épousé la fille de mon éditeur
Valentino Bompiani . La notizia non è per nulla diffamatoria ma - nel caso lo fosse per le mie care amiche Ginevra ed Emanuela - sono intervenuto a eliminarla. Valentino Bompiani. Les nouvelles ne sont pas pour rien diffamatoires, mais - si ce n'était pas pour mes chers amis et Emanuela Genève - sont intervenus pour l'éliminer.

In questo mio caso non si può neppure parlare di un errore comprensibile (come la storia dei tredici figli), né dell'accettazione di una vociferazione corrente: a nessuno era mai venuto in mente che io mi fossi accasato in tal modo, e quindi l'ignoto co-autore di Wikipedia interveniva per rendere pubblica una sua privata fantasia, senza che gli fosse mai passato per la mente di controllare almeno la notizia su qualche fonte. Dans mon cas, vous ne pouvez même pas parler d'une erreur compréhensible (comme l'histoire de treize enfants), ni l'acceptation d'un vociférations actuelles: personne n'avait jamais pensé que j'avais mis de cette façon, et donc «co-auteur inconnu de Wikipedia sont intervenus pour faire fantasme son public-privé, aucune qui ait jamais traversé mon esprit à regarder les nouvelles sur au moins une source quelconque.

Quanto ci si deve fidare di Wikipedia, allora? Dico subito che io mi fido perché la uso con la tecnica dello studioso di professione: consulto su un certo argomento Wikipedia e poi vado a confrontare con altre due o tre siti: se la notizia ricorre tre volte ci sono buone probabilità che sia vera (ma bisogna fare attenzione che i siti che consulto non siano parassiti di Wikipedia, e ne ripetano l'errore). Combien de temps devez-vous confiance à Wikipédia, alors? "Je dois dire que je fais confiance parce que je utiliser la technique de l'érudit professionnels: consulter Wikipédia sur un sujet donné, puis je compare avec d'autres deux ou trois sites: dans les nouvelles qui suit de trois Parfois, il ya une bonne chance que c'est vrai (mais soyez conscients que les sites que les consultations sont pas des parasites de Wikipédia, et répéter l'erreur). Un altro modo è vedere la voce di Wikipedia sia in italiano sia in un'altra lingua (se avete difficoltà con l'urdu, ci sarà sempre certamente il corrispettivo inglese): sovente le due voci coincidono (una è la traduzione dell'altra) ma talora differiscono, e può essere interessante rilevare una contraddizione, che potrebbe indurvi (contro ogni vostra religione del virtuale) ad alzarvi e andare a consultare una enciclopedia cartacea. Une autre façon est de voir l'article de Wikipedia est en italien ou dans une autre langue (si vous avez des problèmes avec l'ourdou, il y aura certainement toujours être la considération pour l'anglais): souvent, les deux voix identiques (une traduction est de l'autre) mais diffèrent parfois, et mai être intéressant de noter une contradiction, qui pourrait vous conduire (contre votre religion du virtuel) de se lever et aller de consulter une encyclopédie papier.

Ma io ho fatto l'esempio di uno studioso che ha imparato un poco come si lavora confrontando le fonti tra loro. Mais j'ai pris l'exemple d'un savant qui a appris à travailler une petite comparaison des sources ensemble. E gli altri? Et les autres? Quelli che si fidano? Ceux qui font confiance? I ragazzini che ricorrono a Wikipedia per i compiti scolastici? Les enfants qui ont recours à Wikipedia pour travail scolaire? Si noti bene che la cosa vale anche per qualsiasi altro sito, così che da gran tempo io avevo consigliato, anche a gruppi di giovani, di costituire un centro di monitoraggio di Internet , con un comitato formato da esperti sicuri, materia per materia, in modo che i vari siti fossero recensiti (o in linea, o con una pubblicazione a stampa) e giudicati quanto ad attendibilità e completezza. Notez bien qu'il s'applique également à tout autre site, si longtemps que j'avais recommandé, y compris les groupes de jeunes, d'établir un centre de surveillance de l'Internet, avec un comité composé d'experts de sécurité, thème par thème, en de sorte que les différents sites ont été examinés (ou en ligne, ou à une publication imprimée) et ont été trouvés quant à l'exactitude ou leur exhaustivité. Ma facciamo subito un esempio, e non cerchiamo il nome di un personaggio storico come Napoleone (per cui Google mi dà 2.190.000 di siti), ma di un giovane scrittore diventato noto solo da un anno, e cioè da quando ha vinto lo Strega 2008, Paolo Giordano , autore de 'La solitudine dei numeri primi'. Mais savez-vous un exemple, et ne pas laisser le nom d'un personnage historique comme Napoléon (pour lesquelles Google m'a donné 2.190.000 sites), mais un jeune écrivain fut connue seulement un an, c'est quand il a remporté le Strega 2008, Duc, auteur de 'La solitude des nombres premiers ». I siti sono 522.000. Les sites sont 522.000. Come si fa a monitorarli tutti? Comment surveillez-vous tous?

Si era pensato una volta di monitorare soltanto i siti su un solo autore su cui gli studenti potrebbero sovente cercare informazioni. Ma se prendiamo Peirce , che ho appena citato, i siti che lo riguardano sono 734.000. On pensait autrefois que pour surveiller les sites sur une seule page sur laquelle les élèves mai souvent trouver des informations. Mais si nous prenons Peirce, je viens de mentionner, les sites qui sont environ 734.000.

Ecco un bel problema che, per ora, è ancora senza soluzione. Voici un gros problème que, pour l'instant, n'existe toujours pas de solution.





Umberto Eco
in New York Times, 04/09/2009
(traduzido do italiano por Alastair McEwen, para o NYT; tradução do inglês para português europeu por JLC)

Sitiados...


...por livros :-))))))))

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

As estrofes esquecidas do Hino Nacional português

O hino nacional português "A Portuguesa", como o conhecemos:

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Mais raro é saber-se que duas estrofes são muitas vezes esquecidas ao hino originalmente escrito por Henrique Lopes de Mendonça (sobre uma música de Alfredo Keil), já que foram oficialmente retiradas do hino cantado desde 16 de Julho de 1957:

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu Céu!
Brade a Europa à terra inteira;
Portugal não pereceu.
Beija o solo teu jucundo,
O Oceano, a rugir de amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
(Refrão)

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
(Refrão)

Note-se ainda que composta e escrita em 1890, "A Portuguesa" começou por ser a resposta patriótica ao "Ultimato Inglês".

Recorde-se que na altura da partilha do continente africano pelas potências europeias, no fim do séc. XIX, as aspirações territoriais de Portugal em ligar Moçambique a Angola, numa faixa territorial contínua - o denominado "Mapa Cor-de-Rosa" - colidiram com a vontade do governo britânico de domínio de uma faixa territorial semelhante, mas muito mais larga, que visava ligar o Cairo à Cidade do Cabo.

Todos os países participantes no Congresso de Berlim (iniciativa proposta pelo governo português) concordaram com o projecto de Portugal, à excepção do Reino Unido, que lançou a Lisboa um ultimato de guerra se o nosso país não abdicasse do projecto.

Não querendo envolver Portugal num conflito armado, o rei português, D. Carlos, retirou o projecto e o Reino Unido, apesar de nunca ter conseguido totalmente completar o seu projecto devido a dificuldades políticas e geográficas, saiu do Congresso de Berlim com o domínio de todo o Oeste, Sudoeste e Sul do continente africano (salvo algumas excepções).

Assim, onde hoje se canta "contra os canhões, marchar, marchar" entoava-se inicialmente no hino "contra os bretões, marchar, marchar".

Proibida pela Monarquia, cujo hino era "O Hino da Carta" (de 1834), "A Portuguesa" foi adoptada como hino oficial de Portugal pela Primeira República Portuguesa (1910-1926), em 1911, e mantida (com pequenas variações) desde então, durante o Estado Novo (1926-1974) e a Segunda República (desde 1974).