terça-feira, 27 de setembro de 2011
Lenda centenária algarvia inspira filme que começa hoje a ser rodado na Ria Formosa
"Yakun", nome dado à sombra do protagonista na lenda, conta a história de um rapaz de 16 anos que, ao contrário de Peter Pan, quer desesperadamente crescer e fugir da sua própria sombra, contou André Badalo à Lusa.
"Descobrimos esta lenda na Fuseta [de onde o realizador é natural] e percebemos que era uma das histórias mais antigas" da região, refere, acrescentando que foi feita pesquisa documental e de registos fotográficos.
André Badalo, de 30 anos, natural desta vila piscatória, em Olhão, vê este trabalho como um "regresso às origens" e pensa conseguir através de uma história com pelo menos 100 anos retratar a atual comunidade da zona.
Durante uma semana, uma equipa com cerca de 30 pessoas irá andar por Olhão, pela Fuseta e pelas ilhas do Farol e dos Hangares, a rodar a curta metragem, com cerca de 20 minutos, que poderá ser lançada no início de 2012.
Em declarações à Lusa, o vice presidente da Câmara de Olhão, António Pina, confessou esperar que a exibição do filme nos circuitos internacionais cative outros produtores a filmar na região.
"É uma aposta que pode colocar Olhão no mapa e - quem sabe? - transformar esta zona da Califórnia da Europa", acrescenta.
O filme, produzido pela Original Features, irá competir em festivais internacionais de cinema tal como já aconteceu com "Shoot me", curta de André Badalo que venceu o prémio de melhor filme, em Milão, no ano passado.
"Yakun" conta com um elenco composto por Victoria Guerra, Rui Porto Nunes, Jessica Athayde, João Manzarra e José Pereira, jovem algarvio de 16 anos que irá desempenhar o papel do protagonista.
sábado, 24 de setembro de 2011
CERN prova que cientista português Magueijo estava certo e Einstein errado
Nem de propósito, no dia seguinte a ter postado o meu texto sobre João Magueijo, caiu uma notícia que, a ser confirmada, dá razão a Magueijo, que afirma desde o fim dos anos 1990 que Einstein estava errado quando estipulou que nada podia viajar mais rápido que a velocidade da luz.
CERN faz viajar neutrinos mais rápidos que a luz
Os neutrinos, partículas elementares da matéria, foram medidos a uma velocidade que ultrapassa ligeiramente a velocidade da luz, considerada até agora como um "limite intransponível", anunciaram quinta-feira físicos do centro de investigação europeu CERN.
Caso seja confirmado por outras experiências, este "resultado surpreendente" e "totalmente inesperado" face às teorias formuladas por Albert Einstein poderá abrir "perspectivas teóricas completamente novas", sublinha o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS, na sigla em francês), em França.
As medições efectuadas pelos especialistas com experiência internacional desta investigação, a que se chamou Opera, concluíram que um feixe de neutrinos percorreu os 730 kms que separam as instalações do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, do laboratório subterrâneo de Gran Sasso, no centro de Itália, a 300,006 quilómetros por segundo, ou seja, uma velocidade superior em seis quilómetros por segundo à velocidade da luz.
"Por outras palavras, para uma corrida de 730 quilómetros, os neutrinos cruzaram a linha de chegada com 20 metros de avanço" sobre a luz, caso esta tivesse percorrido a mesma distância terrestre, exemplifica o CNRS.
"Longos meses de investigação e de verificações não nos permitiram identificar um efeito instrumental que explique o resultados das nossas medições", reconheceu o porta-voz da investigação Opera, Antonio Freditato, que se mostrou "ansioso" por comparar estes resultados com outras experiências.
"Tendo em conta o enorme impacto que tal resultado poderá ter na Física, são necessárias medições independentes para que o efeito observado possa ser refutado ou então formalmente estabelecido", sublinha o CNRS.
"É por isso que os investigadores do projecto Opera desejam abrir este resultado a um exame mais amplo por parte da comunidade de físicos", acrescenta.
LUSA, 22/09/2011
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Neutrinos mais rápidos que a luz podem abrir portas para viajar no tempo
A confirmação da existência de uma partícula mais rápida que a luz vai abrir portas à hipótese de se poder "viajar no tempo", defendeu o investigador português do Conselho da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN).
A existência de algo mais rápido que a luz não deveria acontecer de acordo com a teoria de Einstein que tornou famosa a equação “E=mc2”. No entanto, o CERN anunciou na quinta-feira uma experiência que defende que os neutrinos são 60 nanossegundos mais rápidos que a luz.
“Se esta experiência se confirmar haverá uma enorme revolução na física, que trará graves consequências, porque há uma quantidade de coisas que achávamos que estavam descobertas e afinal não estão”, disse à Lusa Gaspar Barreira, o cientista português que pertence ao Conselho do CERN.
Gaspar Barreira lembra que caso haja a confirmação da descoberta, esta vai “mexer com o princípio da causalidade” e até permitir a hipótese de se poder “andar para trás no tempo e condicionar no futuro uma ação do passado”.
"O mundo é muito mais complexo do que as nossas teorias científicas. Não fazemos a mais pequena ideia do que se passa com 95 por cento do universo", lembrou o também presidente do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).
Gaspar Barreira estava na reunião mensal do CERN, em Genebra, quando soube os resultados da investigação, que só viriam a ser publicamente divulgados horas mais tarde.
“Há resultados que eu esperava, mas nunca este. Há poucas gerações que podem viver estas experiências”, disse, emocionado, o cientista, que acredita que os próximos anos sejam de grandes descobertas, "tal como aconteceu na viragem do século passado".
À Lusa o físico explicou a experiência agora revelada: "Foram disparados um feixe de neutrinos do acelerador de partículas situado perto de Genebra para um laboratório subterrâneo em Itália, a 730 quilómetros de distância". Resultado: o neutrino viajou 60 nanossegundos mais rápido que a velocidade da luz.
Os investigadores envolvidos neste projecto já pediram à comunidade científica internacional que confirmem ou excluam esta a experiência. “Isto não é uma descoberta, é um resultado experimental que é preciso confirmar”, sublinhou Gaspar Barreira.
O professor José Pedro Mimoso, do Departamento de Física da Universidade de Lisboa, explicou o "pedido" dos investigadores: um nanossegundo é mil milhões de vezes mais pequeno que um segundo e por isso tem de se colocar a hipótese de haver um “erro sistémico” e para isso "basta que haja um detector que não está bem calibrado”.
Os dois portugueses sublinham que estas descobertas não põem em causa nem destroem a teoria de Einsten. Caso se confirme, será uma informação adicional à teoria. "Em ciência não se deita por terra descobertas anteriores", lembrou Gaspar Barreiros.
E como é que a comunidade científica está a viver o momento? “Há três sentimentos: a perplexidade e o cepticismo, porque a teoria de Einsten já foi muitas vezes confirmada, mas também a excitação perante algo inesperado”, resumiu José pedro Mimoso.
Por enquanto, a velocidade da luz - 299.792 quilómetros por segundo - continua a ser considerada o limite de velocidade cósmica.
Lusa, 23/09/2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O Big Bang segundo o cosmólogo português João Magueijo
... ou como um alentejano ousou pôr em causa a célebre fórmula E=mc2 de Albert Einstein.
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João Magueijo nasceu em Évora, em 1967. Magueijo integra o Grupo de Física Teórica do Imperial College, em Londres e é autor da polémica Teoria da Velocidade Variável da Luz (VSL, Varying Speed of Light).
João Magueijo licenciou-se em Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e mudou-se para Cambridge, em Inglaterra. Assegurou uma bolsa do Trinity College para fazer o mestrado e o doutoramento em Cambridge, onde acabou por permanecer como investigador mas desta feita no St. John's College.
Desenvolveu trabalho de investigação no St. John College, na Universidade de Cambridge.
Aos 11 anos o pai ofereceu-lhe um livro escrito por Albert Einstein e Leopold Infeld, o qual revolucionou sua vida, confiou em várias entrevistas.
É autor de uma teoria que põe em causa a premissa mais básica da Teoria da Relatividade de Einstein (E=mc2): a de que a velocidade da luz (300 mil km/segundo) no vácuo é sempre constante. O português ousou pôr em causa um dos pilares da Física moderna ao afirmar que a velocidade da luz nem sempre foi constante, questionando um dos pressupostos da Teoria da Relatividade formulada por Einstein, precisamente o postulado de que a velocidade da luz é imutável.
A sua teoria também lança uma nova explicação sobre o nascimento do universo, estando mais perto da "velhinha" Teoria do Big Bang do que da recente Teoria da Inflação Cósmica, o que lhe valeu as iras da comunidade científica que recentemente tinha aderido a esta última teoria.
Magueijo explica a sua luta para impor as suas ideias no livro "Faster Than The Speed of Light, The Story of a Scientific Speculation" (2003). Em 13 de Maio de 2008, o canal britânico Science deu-lhe a oportunidade de gravar um programa (que aqui postamos) para vulgarizar a sua teoria junto de um público mais leigo.
Presentemente lecciona Física Teórica no Imperial College de Londres.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
Lixo espacial
A NASA contabilizou 22 mil detritos à deriva na órbita terrestre e estima em milhões o número dos que possam ser ainda registados. Destes, cerca de meio milhão devem ter entre um a dez centímetros de diâmetro e podem entrar em colisão e deteriorar ou destruir outros engenhos espaciais ou ferir astronautas.
A China foi mencionada como uma das fontes de aumento do número de detritos no espaço quando, há quatro anos, testou mísseis anti-satélites, que pulverizaram um satélite em 150 mil fragmentos.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
A rentrée literária em Portugal
Uma das novidades é “Apocalypse Baby”, da polémica escritora francesa Virginie Despentes. A obra venceu o prémio Renaudot 2010, que em Portugal a editora Sextante publica. Trata-se de um road story de uma investigadora privada contratada para encontrar a filha desaparecida de uma família rica.
“Fall River e outros contos dispersos”, de John Cheever é outra das novidades que a Sextante lança, mas em Outubro. Cheever (1912-1982) é considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século XX. O livro reúne contos dispersos dos anos 1930 e 1940.
No mesmo mês, a Porto Editora publica “O Quarto de Jack”, de Emma Donoghue, finalista do Man Booker Prize 2010. Trata-se de uma espécie de conto de fadas negro, narrado por um menino de cinco anos, cuja visão do mundo está limitada às paredes do quarto onde vive fechado com a mãe, o que desencadeará um olhar muito diferente sobre o universo exterior. A Porto Ed. reedita ainda “As Rosas de Atacama” de Luis Sepúlveda. O novo romance do chileno está previsto para Fevereiro do próximo ano.
Em Novembro, a Sextante publica “A Filha do Coveiro”, um dos grandes romances de Joyce Carol Oates, a “Harpa de Ervas”, de Truman Capote, “El Cuaderno de Maya”, o mais recente romance de Isabel Allende, e “Rixa de Gatos”, com que o escritor catalão Eduardo Mendoza venceu o Prémio Planeta 2010. Esta última história desenrola-se antes da Guerra Civil espanhola (1936-1939). A Sextante lança ainda “Macedo – Uma biografia da Infâmia” de António Mega Ferreira, a biografia de José Agostinho Macedo, um ser detestável que viveu na transição do século XVIII com o XIX.
Para Novembro, a Porto Editora coloca nos escaparates o romance “O Horizonte”, de Patrick Modiano, considerado um dos maiores escritores franceses da actualidade (nasceu em 1945). O livro conta a história de um aspirante a escritor em Berlim.
Nesta rentrée literária, a Babel propõe os contos policiais “Os Crimes dos Viúvos Negros”, de Isaac Asimov. O autor, mais conhecido por ser um dos vultos maiores da ficção-científica do séc. XX, conta aqui como um grupo de cavalheiros se dedica a investigar mistérios sem se levantarem da poltrona do seu clube de gentlemen.
A Babel põe ainda nos escaparates uma biografia de Camilo Castelo Branco. Com selo da Verbo, “15 Dias de Febre”, de Maria do Carmo Castelo Branco, é uma inovadora "autopsicografia" (termo inventado pelo escritor austríaco Hermann Broch, 1886-1951) de Camilo Castelo Branco. A autora põe Camilo a falar da sua vida antes e depois da sua morte, a conversar com os seus críticos, e a falar de literatura e até das novas tecnologias.
Com a chancela da Ulisseia, a Babel lança o romance “Uma Espécie de Sono” de Henry Roth, considerado pela crítica como o pai da narrativa norte-americana do século XX. Esta é uma obra semi-biográfica que acompanha a vida no gueto judaico de Nova Iorque através de um personagem que se vai integrando na sociedade mas que, simultaneamente, perde a individualidade e a voz. Trata-se de uma espécie de "Ulisses" (James Joyce) da literatura norte-americana.
Outra história judaica é a contada por Isaac Bashevis Singer, Nobel da Literatura 1978, em “Satã em Goray”, inédito em Portugal. Trata-se de um romance histórico cuja acção decorre numa aldeia judaica perto da cidade de Lublin (Polónia), entre o século XVII e os anos 1930.
“Uma Parte do Todo”, do australiano Steve Toltz, finalista do Booker Prize 2008, é outra das apostas da Ulisseia e conta uma saga familiar nesse país-continente que é a Austrália.
“O Gene da Dúvida”, de Nicos Panyotopoulos, sai em Outubro, e conta como num futuro próximo um cientista isola o gene do génio e como as editoras começam a exigir que os seus autores façam o teste para verificar se são ou não génios.
No mesmo mês, sai ainda “A Última Criança”, de John Hart, thriller vencedor do Edgar Award para melhor policial literário e do Silver Dagger (prémio homólogo britânico), e “Tudo o que Poderíamos Ter Sido Tu e Eu Se Não Fôssemos Tu e Eu”, de Alberto Espinosa, apelidado pela crítica como “o Murakami espanhol”.
valter hugo mãe lança quinto romance sobre a vontade de ser pai
A Editora Objectiva lança este mês o o quinto romance do escritor e poeta valter hugo mãe (na foto ao lado, foto de Nelson d'Aires), “O Filho de Mil Homens”, a história de Crisóstomo, um homem infeliz de não ser ainda pai aos 40 anos, tristeza que o autor confiou partilhar com a sua personagem.
Ainda este mês, a Objectiva aposta na mais recente romance do “enfant terrible” da literatura francesa, Michel Houellebecq. “O Mapa e o Território”, que arrebatou o prestigiado prémio Goncourt 2010. O livro satiriza o mundo da arte parisiense e descreve com frieza clínica a miséria afectiva e sexual do homem moderno, em solidão absoluta.
Também galardoado – desta vez com o prémio francês "Fémina Étranger 2010" e o prémio de Livro Europeu do Ano 2010 – foi o romance da jovem autora prodígio finlandesa Sofi Oksanen, “Purga”, outro das obras que sai pela Objectiva. Uma história de amor na Estónia de 1992, depois de o país ter sido libertado da União Soviética. Oksanen, de 32 anos, venceu em 2008, ano de publicação do seu romance na Finlândia, os três maiores prémios literários do país.
A editora publica também não-ficção, como “O Crepúsculo de Um Ídolo”, do filósofo francês Michel Onfray. Neste, Onfray põe em causa Freud, argumentando que o “pai” da Psicanálise transformou os seus próprios instintos e necessidades fisiológicas numa doutrina com pretensões de universalidade.
O destaque das novidades de ficção na Dom Quixote vai para “Némesis”, o mais recente romance do norte-americano Philip Roth, autor vencedor do Booker 2011 e eterno candidato ao Nobel, que será publicado em Novembro. “Némesis” é a história de Buck Cantor, o monitor de um recinto de jogos, lançador do dardo e halterofilista de 23 anos, que trava uma guerra pessoal contra a epidemia de poliomielite que atinge alguns dos jovens a seu cargo. Ao contá-la, Roth conduz os leitores “pelo itinerário meticuloso das emoções que semelhante epidemia pode gerar: o medo, o pânico, a revolta, a incredulidade, o sofrimento e a dor”, indica a editora.
Outros títulos da rentrée da Dom Quixote são, em Outubro, “O Filho do Desconhecido”, de Allan Hollinghurst, nomeado para o Booker Prize 2011, e este mês, “A Grande Casa”, de Nicole Krauss, e “A Bofetada”, de Christos Tsiolkas, romance vencedor do Commonwealth Prize e nomeado para o Man Booker Prize que está a ser adaptado para uma série de televisão e cuja história parte precisamente da bofetada que um homem dá a uma criança de três anos durante um encontro de amigos – um acto isolado que irá repercutir-se nas vidas das oito pessoas que dele foram testemunhas.
Na Teorema, sai em Novembro “Alvo Nocturno”, do argentino Ricardo Piglia, que foi considerado um dos melhores livros de 2010 em Espanha.
Na Objectiva sai em Outubro “Rixa de Gatos”, mais um título do catalão Eduardo Mendoza, Prémio Planeta 2010, cuja obra completa está a ser publicada em Portugal pela Sextante.
“A Viagem de Autocarro”, de Josep Pla – escritor primordial da cultura catalã - é o novo título da colecção de literatura de viagens dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques (colaborador da revista "Ler"). Segundo o jornalista, este livro “pode ser considerado o paradigma daquilo com que Pla nos faz sorrir a cada passo: ao longo de 100 km de poesia e humor, ele conduz-nos através de uma deliciosa espontaneidade, mas que não exclui as reflexões mais profundas”.
A editora Ahab propõe, este mês, o livro de contos “Uma Vasta e Deserta Paisagem”, de Kjell Askildsen, uma obra distinguida com o Prémio da Crítica Norueguesa, que apresenta aos leitores, com ironia e humor negro, personagens solitárias que se movem num mundo de sentimentos emudecidos e tensões latentes.
Seguem-se, em Outubro, “Postais de Inverno”, de Ann Beattie, e “A Visita do Médico Real”, de Per Olov Enquist, considerado um dos melhores autores suecos contemporâneos. Trata-se de um romance que lhe valeu três prémios: o August Prize, o Independent Foreign Prize e o Prix du Meilleur Livre Étranger, este último em França.
Com a chancela da Eucleia chega este mês às livrarias o romance “Não Humano”, do japonês Osamu Dazai, um best-seller no Japão, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos.
Em Outubro, esta nova editora publicará “Necrópole”, um romance do colombiano Santiago Gamboa que foi prémio internacional La Otra Orilla, “A Arte de Chorar em Coro”, do dinamarquês Erling Jepsen, um romance já adaptado ao cinema, e “Quanto mais depressa ando, mais pequena sou”, da norueguesa Kjersti Annesdatter Skomvsvold, um romance que lhe valeu o prémio Tarjei Vesaas para primeira obra.
O Clube do Autor publica “A Livraria”, o segundo romance da escritora britânica Penelope Fitzgerald, finalista do Booker Prize, que conta a história de Florence Green, uma viúva que em 1959 investe uma pequena herança que recebeu para abrir uma livraria numa casa com fama de ser assombrada na vila costeira de Hardborough e aí desencadeia “um terramoto” ao colocar à venda o romance “Lolita”, de Vladimir Nabokov.
A Gradiva publica, do italiano Umberto Eco, o ensaio “Construir o Inimigo”, bem como uma nova versão do romance “O Nome da Rosa”, obra que o celebrizou internacionalmente, e ainda “O Haiku das Palavras Perdidas”, de Andrés Pascual, e “Nagasaqui”, de Eric Faye.
Na Casa das Letras é editado em Novembro o primeiro de três volumes do mais recente romance de Haruki Murakami, “1Q84”, ficando os outros dois para 2012.
A Quetzal propõe “Ravelstein”, de Saul Bellow, e “O Segundo Avião”, ensaio de Martin Amis – dois autores cuja obra completa está a publicar, e em Outubro, “A Curva do Rio”, o romance de estreia do Nobel da Literatura 2001, V.S. Naipaul, com que inicia também a edição da obra do autor.
Oficina do Livro reedita "Os Cinco"
Esta nova edição portuguesa inclui uma nota da neta de Enid Blyton, Sophie Smallwood.
Estima-se que mais de 600 milhões de exemplares dos quase 800 livros da escritora inglesa tenham sido vendidos em todo o mundo, e traduzidos para 40 línguas. Blyton é também a autora de “Os Sete”, “As Gémeas” e do Noddy. A autora morreu em 1968, aos 71 anos. Em Fevereiro deste ano foi descoberto um texto inédito, alegadamente da sua autoria, intitulado "Mr Tumpy's Caravan", datado de 1938.
LUSA (com algumas adaptações do autor do blogue)
O sucessor do Space Shuttle
O novo sistema de lançamento espacial denominado Ares I e Ares V foi concebido para levar o veículo polivalente de carga e tripulação Orion a novos destinos no espaço profundo e apoiar as naves de transporte comercial, que farão voos para a Estação Espacial Internacional (ISS).
O novo sistema de lançamento espacial vai ser o mais potente do género desde que os Estados Unidos construíram o Saturno V, que levou o módulo Eagle e os astronautas da missão Apollo 11 à Lua, e permitirá alcançar lugares por explorar.
O novo sistema deverá usar hidrogénio e oxigénio líquidos como combustível. O voo inaugural está previsto para 2017.
A NASA retirou, em Julho, de circulação os vaivéns Space Shuttle de grande capacidade, com os quais efectuou, durante 30 anos, viagens com carga e tripulação para o espaço e que contribuíram para a construção da ISS. Ao retirá-los, a NASA passou a ter que recorrer às naves russas Soyuz, e passou para empresas privadas o testemunho da construção de vaivéns para viagens na órbita baixa da Terra.
No ano passado, o presidente norte-americano Barack Obama definiu como metas para a agência espacial a viagem a um asteroide em 2025 e a primeira missão tripulada a Marte na década de 2030.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
NASA envia duas sondas em direcção à Lua
“Dificilmente podia estar mais feliz”, referiu, citada pela agência noticiosa AP, a cientista Maria Zuber, que lidera o projecto. Após quase três dias de atrasos “tentei permanecer o mais calma possível”, acrescentou.
A NASA lançou duas sondas praticamente idênticas – designadas Grail-A e Grail-B – a bordo de um foguetão Delta II relativamente pequeno, para evitar despesas suplementares em tempos de austeridade.
Prevê-se que a nave espacial demore quatro meses a atingir a Lua, numa longa e difícil viagem se comparada com o rápido trajecto de três dias dos astronautas da Apolo 11, em 1969.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
No Luxemburgo, preços dos apartamentos subiram 5,7 por cento num ano
Este aumento deveu-se sobretudo aos preços dos apartamentos mais antigos, que subiram 3,2 % em todas as regiões do país, enquanto que os preços dos apartamentos novos desceram no último trimestre de 2010 e no primeiro deste ano, para voltar a aumentar 2 % a partir de Abril.
Em consequência, verificou-se um ligeiro recuo nas vendas de apartamentos.
É o que conclui o Observatório da Habitação, no seu relatório de Setembro sobre o mercado imobiliário nacional, no qual analisa não só os preços anunciados na imprensa (pequenos anúncios) bem como os declarados nos registos de conservatória predial.
Em comparação com 2010, os preços dos apartamentos antigos subiram 7,6 % e os dos apartamentos novos "apenas" 2,3 %, o que perfaz um aumento médio de 5,7 %.
Entre Janeiro e Junho deste ano, o número de apartamentos vendidos baixou significativamente em relação ao trimestre anterior. Note-se que nos três últimos meses de 2010 as vendas haviam sido "dopadas" (+46 % em vendas de apartamentos!) pela notícia que o governo luxemburguês poderia vir a suprimir o subsídio conhecido como o "Bëllegen Akt" para a aquisição de casa própria, o que permite a quem compra um bem imobiliário para habitação pela primeira vez usufruir de um crédito de imposto sobre o registo de conservatória predial, que pode chegar aos 20 mil euros, concedido pelo Estado luxemburguês.
Em Dezembro do ano passado, e perante a contestação geral no país, o governo voltou atrás na decisão, o que teve como efeito, desde finais de Março, a normalização do número de vendas dos bens imobiliários para os níveis do segundo trimestre de 2010.
A nível nacional, o preço médio de um estúdio antigo, de 50m2, rondava, no segundo trimestre deste ano, os 179.033 euros, enquanto que um novo custava cerca de 202.060 euros O preço médio de um apartamento antigo, entre 90 e 100m2, custava 362.048 euros e um novo 361.960 euros.
O preço do metro quadrado continua a ser mais caro na cidade do Luxemburgo e comunas circundantes. Na capital, o m2 custa cerca de 4.200 euros para um apartamento antigo, enquanto a média nacional se fica pelos 3.799 euros.
As comunas mais baratas para comprar casa são Wiltz e Pétange. Foi na localidade do Norte que, no segundo trimestre do ano, foram praticados os preços médios mais baratos para apartamentos antigos: 2.893 euros/m2. A localidade do sul regista o preço médio mais baixo para um apartamento novo, 3.683 euros/m2.
No lado oposto da tabela, o preço médio mais elevado foi registado em Lorentzweiler, com 4.833 euros/m2, para um apartamento antigo, e na cidade do Luxemburgo, onde o preço médio mais elevado para um apartamento novo rondava os 5.652 euros/m2 .
Quanto às casas, o preço destas casas aumentou 0,73 % em relação ao início do ano e 4,24 % em relação a Junho do ano passado.
A subida dos preços também se reflectiu nos pequenos anúncios imobiliários: as ofertas de venda de casas baixaram 6,75 % e as dos apartamentos 4,59 %, em relação a Junho do ano passado.
Rendas aumentaram 1,92 % desde Abril
As rendas dos apartamentos essas subiram 1,92 % e as das casas 2,02 %, no segundo trimestre deste ano. Analisados os preços entre Junho de 2010 e Junho deste ano, nota-se ainda mais a diferença: +3,98 % para os preços das rendas das casas e +4,48 % para as dos apartamentos.
As rendas dos estúdios, com +8,8 %, e os dos grandes apartamentos, com +6,4 %, foram as que mais aumentaram entre Junho de 2010 e Junho de 2011. A renda média de um apartamento era de 1.155 euros e de uma casa 2.416 euros.
Ao analisar os pequenos anúncios imobiliários na imprensa, o Observatório da Habitação verificou também que, no segundo trimestre deste ano, havia menos casas e apartamentos a arrendar: -23,7 % nas ofertas para arrendar um apartamento e -22,81 % para as casas. As ofertas que mais baixaram, cerca de 25 %, foram as dos apartamentos com um ou dois quartos, que constituem 74 % do mercado imobiliário neste sector.
Cerca de 45 % dos anúncios de apartamentos a arrendar referem-se a bens na cidade do Luxemburgo. É onde as rendas são mais caras: 3.062 euros para uma casa (+7,97 %, em relação aos primeiros três meses do ano) e 1.272 euros para um apartamento (+,4,61 %).
As rendas na região do centro-norte foi as que mais aumentaram entre Abril e Junho, com uma progressão de +26,7 %, enquanto no centro-sul aumentaram "apenas" 9,78 %, concluiu ainda o Observatório da Habitação.
Foto e texto: JLC
(in CONTACTO, 07.09.2011)