sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A rentrée literária em Portugal

Portugal tem muitos e bons livros que vão marcar a rentrée literária.

Uma das novidades é “Apocalypse Baby”, da polémica escritora francesa Virginie Despentes. A obra venceu o prémio Renaudot 2010, que em Portugal a editora Sextante publica. Trata-se de um road story de uma investigadora privada contratada para encontrar a filha desaparecida de uma família rica.

“Fall River e outros contos dispersos”, de John Cheever é outra das novidades que a Sextante lança, mas em Outubro. Cheever (1912-1982) é considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século XX. O livro reúne contos dispersos dos anos 1930 e 1940.

No mesmo mês, a Porto Editora publica “O Quarto de Jack”, de Emma Donoghue, finalista do Man Booker Prize 2010. Trata-se de uma espécie de conto de fadas negro, narrado por um menino de cinco anos, cuja visão do mundo está limitada às paredes do quarto onde vive fechado com a mãe, o que desencadeará um olhar muito diferente sobre o universo exterior. A Porto Ed. reedita ainda “As Rosas de Atacama” de Luis Sepúlveda. O novo romance do chileno está previsto para Fevereiro do próximo ano.

Em Novembro, a Sextante publica “A Filha do Coveiro”, um dos grandes romances de Joyce Carol Oates, a “Harpa de Ervas”, de Truman Capote, “El Cuaderno de Maya”, o mais recente romance de Isabel Allende, e “Rixa de Gatos”, com que o escritor catalão Eduardo Mendoza venceu o Prémio Planeta 2010. Esta última história desenrola-se antes da Guerra Civil espanhola (1936-1939). A Sextante lança ainda “Macedo – Uma biografia da Infâmia” de António Mega Ferreira, a biografia de José Agostinho Macedo, um ser detestável que viveu na transição do século XVIII com o XIX.

Para Novembro, a Porto Editora coloca nos escaparates o romance “O Horizonte”, de Patrick Modiano, considerado um dos maiores escritores franceses da actualidade (nasceu em 1945). O livro conta a história de um aspirante a escritor em Berlim.

Nesta rentrée literária, a Babel propõe os contos policiais “Os Crimes dos Viúvos Negros”, de Isaac Asimov. O autor, mais conhecido por ser um dos vultos maiores da ficção-científica do séc. XX, conta aqui como um grupo de cavalheiros se dedica a investigar mistérios sem se levantarem da poltrona do seu clube de gentlemen.

A Babel põe ainda nos escaparates uma biografia de Camilo Castelo Branco. Com selo da Verbo, “15 Dias de Febre”, de Maria do Carmo Castelo Branco, é uma inovadora "autopsicografia" (termo inventado pelo escritor austríaco Hermann Broch, 1886-1951) de Camilo Castelo Branco. A autora põe Camilo a falar da sua vida antes e depois da sua morte, a conversar com os seus críticos, e a falar de literatura e até das novas tecnologias.

Com a chancela da Ulisseia, a Babel lança o romance “Uma Espécie de Sono” de Henry Roth, considerado pela crítica como o pai da narrativa norte-americana do século XX. Esta é uma obra semi-biográfica que acompanha a vida no gueto judaico de Nova Iorque através de um personagem que se vai integrando na sociedade mas que, simultaneamente, perde a individualidade e a voz. Trata-se de uma espécie de "Ulisses" (James Joyce) da literatura norte-americana.

Outra história judaica é a contada por Isaac Bashevis Singer, Nobel da Literatura 1978, em “Satã em Goray”, inédito em Portugal. Trata-se de um romance histórico cuja acção decorre numa aldeia judaica perto da cidade de Lublin (Polónia), entre o século XVII e os anos 1930.

“Uma Parte do Todo”, do australiano Steve Toltz, finalista do Booker Prize 2008, é outra das apostas da Ulisseia e conta uma saga familiar nesse país-continente que é a Austrália.

“O Gene da Dúvida”, de Nicos Panyotopoulos, sai em Outubro, e conta como num futuro próximo um cientista isola o gene do génio e como as editoras começam a exigir que os seus autores façam o teste para verificar se são ou não génios.

No mesmo mês, sai ainda “A Última Criança”, de John Hart, thriller vencedor do Edgar Award para melhor policial literário e do Silver Dagger (prémio homólogo britânico), e “Tudo o que Poderíamos Ter Sido Tu e Eu Se Não Fôssemos Tu e Eu”, de Alberto Espinosa, apelidado pela crítica como “o Murakami espanhol”.

valter hugo mãe lança quinto romance sobre a vontade de ser pai

A Editora Objectiva lança este mês o o quinto romance do escritor e poeta valter hugo mãe (na foto ao lado, foto de Nelson d'Aires), “O Filho de Mil Homens”, a história de Crisóstomo, um homem infeliz de não ser ainda pai aos 40 anos, tristeza que o autor confiou partilhar com a sua personagem.

Ainda este mês, a Objectiva aposta na mais recente romance do “enfant terrible” da literatura francesa, Michel Houellebecq. “O Mapa e o Território”, que arrebatou o prestigiado prémio Goncourt 2010. O livro satiriza o mundo da arte parisiense e descreve com frieza clínica a miséria afectiva e sexual do homem moderno, em solidão absoluta.

Também galardoado – desta vez com o prémio francês "Fémina Étranger 2010" e o prémio de Livro Europeu do Ano 2010 – foi o romance da jovem autora prodígio finlandesa Sofi Oksanen, “Purga”, outro das obras que sai pela Objectiva. Uma história de amor na Estónia de 1992, depois de o país ter sido libertado da União Soviética. Oksanen, de 32 anos, venceu em 2008, ano de publicação do seu romance na Finlândia, os três maiores prémios literários do país.

A editora publica também não-ficção, como “O Crepúsculo de Um Ídolo”, do filósofo francês Michel Onfray. Neste, Onfray põe em causa Freud, argumentando que o “pai” da Psicanálise transformou os seus próprios instintos e necessidades fisiológicas numa doutrina com pretensões de universalidade.

O destaque das novidades de ficção na Dom Quixote vai para “Némesis”, o mais recente romance do norte-americano Philip Roth, autor vencedor do Booker 2011 e eterno candidato ao Nobel, que será publicado em Novembro. “Némesis” é a história de Buck Cantor, o monitor de um recinto de jogos, lançador do dardo e halterofilista de 23 anos, que trava uma guerra pessoal contra a epidemia de poliomielite que atinge alguns dos jovens a seu cargo. Ao contá-la, Roth conduz os leitores “pelo itinerário meticuloso das emoções que semelhante epidemia pode gerar: o medo, o pânico, a revolta, a incredulidade, o sofrimento e a dor”, indica a editora.

Outros títulos da rentrée da Dom Quixote são, em Outubro, “O Filho do Desconhecido”, de Allan Hollinghurst, nomeado para o Booker Prize 2011, e este mês, “A Grande Casa”, de Nicole Krauss, e “A Bofetada”, de Christos Tsiolkas, romance vencedor do Commonwealth Prize e nomeado para o Man Booker Prize que está a ser adaptado para uma série de televisão e cuja história parte precisamente da bofetada que um homem dá a uma criança de três anos durante um encontro de amigos – um acto isolado que irá repercutir-se nas vidas das oito pessoas que dele foram testemunhas.

Na Teorema, sai em Novembro “Alvo Nocturno”, do argentino Ricardo Piglia, que foi considerado um dos melhores livros de 2010 em Espanha.

Na Objectiva sai em Outubro “Rixa de Gatos”, mais um título do catalão Eduardo Mendoza, Prémio Planeta 2010, cuja obra completa está a ser publicada em Portugal pela Sextante.

“A Viagem de Autocarro”, de Josep Pla – escritor primordial da cultura catalã - é o novo título da colecção de literatura de viagens dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques (colaborador da revista "Ler"). Segundo o jornalista, este livro “pode ser considerado o paradigma daquilo com que Pla nos faz sorrir a cada passo: ao longo de 100 km de poesia e humor, ele conduz-nos através de uma deliciosa espontaneidade, mas que não exclui as reflexões mais profundas”.

A editora Ahab propõe, este mês, o livro de contos “Uma Vasta e Deserta Paisagem”, de Kjell Askildsen, uma obra distinguida com o Prémio da Crítica Norueguesa, que apresenta aos leitores, com ironia e humor negro, personagens solitárias que se movem num mundo de sentimentos emudecidos e tensões latentes.

Seguem-se, em Outubro, “Postais de Inverno”, de Ann Beattie, e “A Visita do Médico Real”, de Per Olov Enquist, considerado um dos melhores autores suecos contemporâneos. Trata-se de um romance que lhe valeu três prémios: o August Prize, o Independent Foreign Prize e o Prix du Meilleur Livre Étranger, este último em França.

Com a chancela da Eucleia chega este mês às livrarias o romance “Não Humano”, do japonês Osamu Dazai, um best-seller no Japão, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos.

Em Outubro, esta nova editora publicará “Necrópole”, um romance do colombiano Santiago Gamboa que foi prémio internacional La Otra Orilla, “A Arte de Chorar em Coro”, do dinamarquês Erling Jepsen, um romance já adaptado ao cinema, e “Quanto mais depressa ando, mais pequena sou”, da norueguesa Kjersti Annesdatter Skomvsvold, um romance que lhe valeu o prémio Tarjei Vesaas para primeira obra.

O Clube do Autor publica “A Livraria”, o segundo romance da escritora britânica Penelope Fitzgerald, finalista do Booker Prize, que conta a história de Florence Green, uma viúva que em 1959 investe uma pequena herança que recebeu para abrir uma livraria numa casa com fama de ser assombrada na vila costeira de Hardborough e aí desencadeia “um terramoto” ao colocar à venda o romance “Lolita”, de Vladimir Nabokov.

A Gradiva publica, do italiano Umberto Eco, o ensaio “Construir o Inimigo”, bem como uma nova versão do romance “O Nome da Rosa”, obra que o celebrizou internacionalmente, e ainda “O Haiku das Palavras Perdidas”, de Andrés Pascual, e “Nagasaqui”, de Eric Faye.

Na Casa das Letras é editado em Novembro o primeiro de três volumes do mais recente romance de Haruki Murakami, “1Q84”, ficando os outros dois para 2012.

A Quetzal propõe “Ravelstein”, de Saul Bellow, e “O Segundo Avião”, ensaio de Martin Amis – dois autores cuja obra completa está a publicar, e em Outubro, “A Curva do Rio”, o romance de estreia do Nobel da Literatura 2001, V.S. Naipaul, com que inicia também a edição da obra do autor.

Oficina do Livro reedita "Os Cinco"

A famosa série “Os Cinco” (The Famous Five, no original), da escritora inglesa Enid Blyton, regressa este mês numa nova reedição da Oficina do Livro. "Os Cinco na Ilha do Tesouro” (1942) e “Nova Aventura dos Cinco” (1943) são os dois primeiros títulos, numa colecção que inclui 21 volumes.

Esta nova edição portuguesa inclui uma nota da neta de Enid Blyton, Sophie Smallwood.

Estima-se que mais de 600 milhões de exemplares dos quase 800 livros da escritora inglesa tenham sido vendidos em todo o mundo, e traduzidos para 40 línguas. Blyton é também a autora de “Os Sete”, “As Gémeas” e do Noddy. A autora morreu em 1968, aos 71 anos. Em Fevereiro deste ano foi descoberto um texto inédito, alegadamente da sua autoria, intitulado "Mr Tumpy's Caravan", datado de 1938.

LUSA (com algumas adaptações do autor do blogue)

1 comentário:

Anónimo disse...

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