Duas obras marcaram-me neste últimos dias: "Replay" e "The Man from Earth".
A primeira obra é um livro de Ken Grimwood (1987) e aborda a reincarnação de uma forma nova e original. Em vez de a alma "saltar" de corpo em corpo, ao longo das gerações e das eras, o personagem principal de Grimwood, Jeff Winston, um rádio-jornalista de 43 anos, morre em 1988 e volta a acordar em 1963 no seu próprio corpo, de 18 anos. Vinte e cinco anos depois, game over e replay. Over and over again...
Se a reincarnação serve para que a alma melhore e se aperfeiçoe em cada "descida" à Terra, acreditam os budistas, a personagem de Grimwood vai servir-se dos seus primeiros replays para não casar com a mesma miúda, fazer vida de hippie e sexo desregrado nos anos 60, sair da Universidade sem diploma, apostar nas corridas de cavalos das quais já conhece os resultados e com isso fazer fortuna, jogar na bolsa apostando providencialmente em pequenas empresas dos anos 70 como a Apple, arrecadar milhões e construir um império na boa tradição americana do self made man.
Ao longo dos replays, Jeff repara que apesar de ter escolhido de cada vez vias diferentes para chegar a 1988, isso não lhe traz a felicidade e a serenidade a que almeja.
O final é inesperado, até para mim que estou habituado a devorar tudo o que são livros, filmes e histórias sobre universos paralelos, realidades alternativas e viagens no tempo.
Atenção, spoiler: Depois de muitos replays, Jeff nota que acorda cada vez mais tarde ao regressar ao passado: em 1963, depois em 1965, depois nos anos 70 e no final, apenas a alguns momentos de voltar a morrer. A evidência impõe-se: chegará um momento em que deixará de haver replays e morrerá "de vez". No momento em que espera esse derradeiro replay... o tal ataque de coração, que já o fulminara centenas de vezes antes, simplesmente não acontece. E a vida continua, como se nada fosse...
Mas é só com toda a experiência das suas mil vidas diferentes que o jornalista vai perceber o que deve fazer para procurar a felicidade. E que nunca é tarde demais.
A Warner Bros comprou os direitos da obra de Grimwood, mas nunca chegou a realizar o filme. Sobretudo depois de em 1993 a comédia "Groundhog Day", com Bill Murray e Andie MacDowell, ter estreado. O autor tentou processar os produtores de "Groundhog Day", mas em vão. Grimwood morreu em 2003 de... um ataque de coração. Os fãs continuam à espera de um filme. Diz-se que Ben Affleck estaria a tratar da produção.
A segunda história chama-se "The man from Earth" e é um filme realizado por Jerome Bixby.
1998. Um professor de história, John Oldman prepara-se para mudar-se para outra cidade. Os amigos, quase todos também professores na Universidade, não entendem bem porquê, até porque o brilhante professor, apesar de ainda nos seus 30 e tais, chegou recentemente a chefe do seu departamento na faculdade.
John hesita, mas acaba por explicar aos amigos a razão da sua partida. E o que começa como uma brincadeira vai depressa tornar-se um momento alucinante para os que o pensavam conhecer.
John começa por contar que teve a oportunidade de viajar com Cristóvão Colombo, mas nessa época ele ainda acreditava que a Terra era plana e temia mesmo cair de uma das suas bordas.
Os amigos brincam com ele e riem-se da partida que este está a querer pregar-lhes. John confia que pensa ter mais de 11 mil anos - perdeu as contas, diz. Lembra-se de ter nascido ainda na Idade da Pedra, a sua "primeira vida" viveu-a com uma tribo das cavernas. E enquanto os outros iam envelhecendo e falecendo à sua volta, ele nunca morria.
A tribo começou por escolhê-lo como feiticeiro e chamane, mas temendo o que não compreendiam, expulsaram-no do grupo. Foi nómada, viajou a pé pelas florestas da Europa, trocou dezenas de vezes de tribo, seguindo em direcção aos territórios mais ricos em caça. John diz lembrar-se que o tempo aqueceu há cerca de 8 mil anos, viu as águas separar a França da costa britânica. Participou na construção das primeiras cidades, durante dois mil anos foi sumério, cidadão em Ur, conheceu o rei sumério Hamurabi pessoalmente. Viajou para o leste e foi discípulo de Buda, foi etrusco, assistiu à ascensão e à queda do império romano, foi amigo de Van Gogh...
O sorriso divertido dos amigos vai desaparecendo à medida que estes - eminentes professores de Biologia, Arqueologia, Psicologia, Antropologia - lhe fazem perguntas e as respostas parecem verosímeis.
Mas a revelação mais perturbante de todas está ainda para vir, quando John aproxima os ensinamentos de Buda dos que Jesus Cristo tentou transmitir.
Dois dos seus amigos ficam irritados com ele, os outros sentem-se perdidos, num misto de fascinação, curiosidade e incredulidade.
Preocupados com ele, três dos seus amigos já não o querem deixar partir, acham que ele precisa de ajuda psiquiátrica.
E é aí, que John diz que foi tudo uma brincadeira. A não ser que seja apenas para se ver livre dos seus amigos...
Gostei desta história porque explora a viagem no tempo, mesmo se neste caso é a eternidade que está em questão; a vivência de vidas diferentes, sem recorrer a reincarnação. Mas também aqui, as mil vidas de John Oldman (trocadilho) serviram para este ir aprendendo com a Humanidade. E por isso apreciei como, durante o decorrer da história, a serenidade de John nunca descai, como se fora realmente dotado de uma sabedoria não só antiga como sem idade. Ou como eu gosto de imaginar que fosse.
Outros dos aspectos desta história que apreceei é o facto de John dizer que os factos históricos que ficaram para a posteridade nos livros, nos manuais oficiais, nem sempre aconteceram como nos são elatados e como os estudamos. Ou foram deturpados voluntariamente ou o tempo foi limando, escolhendo, pormenores que não o são e que nunca o foram.
Um filme que pede um livro
O meu primeiro reflexo foi pensar: "isto dava uma peça de teatro hilariante". Depois procurei o livro e descobri que além de ser um recôndito filme que só saiu em DVD, o argumento não existe em versão impressa.
A obra estreou directamente em filme em 2007, mas passou completamente despercebida. Primeiro porque nem sequer saiu nas salas de cinema, saiu directamente em DVD. E só chegou à Europa este ano.
As grandes produtoras habituadas aos blockbusters não acreditaram no filme talvez pelo seu lado despojado em termos de cenários, porque não tem absolutamente nenhuma cena de acção, porque conta apenas com oito personagens, que se envolvem num diálogo surrealista. Demasiado surrealista para o grande público?
É, no entanto, esta história merece ser contada.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
Passei ontem o serão com a Carmen...
...e com uma centena de cantores, dançarinos e músicos, que fazem parte da Ópera Nacional Búlgara de Ruse e que vieram actuar no Kinneksbond, em Mamer.
"Carmen" tinha desta segunda vez que a vi (a primeira foi na televisão, há alguns anos) a encenação da belga Dominique Serron, 136 anos depois da sua estreia, em 1875, na Ópera Cómica de Paris, e contou com adaptações cénicas contemporâneas que se enquadraram bem.
A cigana Carmen e o brigadeiro D. José aparecem fiéis a si mesmos, com vestes e modos da Sevilha do séc. XIX, mas Micaela (ex-namorada de José) e o toureiro Don Escamillo aparecem com roupas contemporâneas, fato cinza e óculos escuros para ele, saia travada e tailleur para ela. Como se fossem personagens extemporâneas, nos dois sentidos da palavras, fora do tempo e inoportunos.
Um dos momentos altos da ópera é, claro, a canção "L'Amour est enfant de Bohème" que a sulfurosa Carmen canta na taberna. Entra o toureiro Don Escamillo, que protagoniza outro momento alto com a canção "Toreador".
Segue-se a sedução de José, que se deixa levar pela endiabrada e irresistível cigana. "Si je t'aime, prends garde à toi...", avisou ela. José deserta do exército e segue o grupo de ciganos, para poder estar com a sua amada, como ela exigiu.
No terceiro acto, Carmen cansou-se do amor de José. Entretanto, quando cantou na taberna, a bela chamou a atenção de El Toreador.
Nas montanhas onde estão acampados, Carmen e duas ciganas lêem o futuro nas cartas. As amigas vêm amores, casamentos, jóias e glórias. Carmen apenas morte e mais morte... Lá fora, José monta a guarda e dispara sobre um intruso, mas não lhe acerta. É Don Escamillo que lhe confessa vir à procura de Carmen, por quem se apaixonou.
"Bem sei que ela estava há pouco tempo com um brigadeiro, mas os amores de Carmen não duram seis meses...", lança o toureiro. José sente-se insultado e os dois homens lutam. Escamillo leva a melhor sobre José, mas assegura-lhe: "Mato toiros, não homens". Mas o toureiro escorrega e quando José se prepara para lhe desferir o golpe fatal, Carmen trava-o no seu gesto.
Escamillo convida a cigana para vir assistir a uma das suas touradas. José, desfeito, avisa: "Carmen, cuidado contigo, porque estou farto de sofrer...". Entra Micaela que vem dizer a José que a sua mãe está muito doente e leva-o consigo. José não quer deixar Carmen com o novo amante, mas não tem escolha.
O último acto acontece junto à praça de touros de Sevilha. Escamillo e Carmen cantam apaixonadamente um dueto de amor e a multidão aplaude fascinada. Duas ciganas vêm avisar Carmen que tenha cuidado, José foi visto a rondar por aí. Enquanto Escamillo entra na arena, Carmen é interceptada por José. Este pede-lhe uma nova oportunidade, Carmen recusa, José ameaça-a e esta retorque: "Não cederei. Bem sei que me vais matar, mas nasci livre, morrerei livre...". E num gesto de desdém lança-lhe o anel que este lhe ofereceu. Louco, José esfaqueia Carmen, no mesmo momento que dentro da arena o público sauda ruidosamente mais um triunfo de Escamillo. Carmen morre nos braços de José. Cai o pano.
Refira-se as belas vozes e excelentes interpretações da mezzosoprano americana Carla Dirlikov (Carmen), do tenor italiano Francesco Medda (José), da soprano búlgara Mariana Panova (Micaela) e do baixo italiano Sergio Foresti (Escamillo).
Num cantor de ópera interessa não só a potência vocal, como o talento de interpretar bem como a forma de "dizer" as suas falas, o que nem sempre é evidente para um espectador de ópera leigo como eu. Mas sobretudo Dirlikov e Medda eram exímios em todos estes aspectos, o que ajudou a contar a história e a intensificar as passagens dramáticas.
Gostei dos elementos contemporâneos: ver turistas, com guias debaixo do braço, a disparar flashes à queima roupa às sevilhanas, transportou-me até uma viagem que fiz à capital andaluza nos anos 90. Aquilo é mesmo assim, há ali um décalage entre um certo autismo e obsessão por fazer fotos por parte dos turistas, mais preocupados em guardar momentos do que em vivê-los, que a encenadora soube bem reproduzir.
As cenas de multidão e de grupo, em que todos os actores cantam, foram sobretudo bem dirigidos e resultaram de forma excepcional.
Gostei também da personagem do guia (David Macalusa), que aqui tem também o papel de narrador esporádico porque assim sempre (romanticamente) me imaginei: contador de histórias para o povo pelos pueblos por onde passaria por esse Mundo fora, vestido como um Davy Crockett explorador, recolhendo mais histórias e experiências, para vivê-las e depois deitá-las no papel.
O mito do "Walden" de Thoreau - do homem que deixa a civilização para melhor se encontrar - ecoou em mim desde cedo, muito antes de o ter estudado na universidade. Talvez porque fui sobreprotegido, talvez porque as cartas ditaram a minha morte prematura mais do que uma vez, talvez porque tive duas mães superprotectoras, talvez para escapar a essa redoma de vidro que foi a minha infância, já pequeno escapava para o sótão e imaginava que este era uma floresta virgem e eu um explorador. De mochila à tira-colo, lápis no cinto a fingir facas, a chapka russa do meu pai a fazer de conta que era um chapéu em pele de castor, eu redescobria os cantos escuros da mansarda. E, para espantar os meus medos e os vultos fantasmagóricos das sombras que assomavam, entoava a canção "Maybe" (de Thom Pace), genérico da série "The Life and Times of Grizzly Adams", que diz exactamente isso que eu sentia:
"Deep inside the forest, is a door into another land (...), Maybe there's a world where we don't have to run (...) Take me home...". Mas esse lar não era a casa materna, era tudo o resto, a vida selvagem, a natureza, o mundo, e mais tarde ainda o espaço sideral e o universo...
Aquela personagem de "Carmen" fez-me viajar até à minha infância e a Grizzly Adams. A ópera de Bizet nada tem a ver com uma série hippie dos anos 70... a não ser talvez a exploração do tema da vontade extrema, epidérmica quase, da liberdade, de uma liberdade sem barreiras, sem fronteiras, do maravilhamento de descobrir novos horizontes, novas terras, povos, costumes e pessoas, ao mesmo tempo que alargamos os nossos próprios limites internos.
Gostei. Gostei e cantei. Gostei e viajei.
"Carmen" tinha desta segunda vez que a vi (a primeira foi na televisão, há alguns anos) a encenação da belga Dominique Serron, 136 anos depois da sua estreia, em 1875, na Ópera Cómica de Paris, e contou com adaptações cénicas contemporâneas que se enquadraram bem.
A cigana Carmen e o brigadeiro D. José aparecem fiéis a si mesmos, com vestes e modos da Sevilha do séc. XIX, mas Micaela (ex-namorada de José) e o toureiro Don Escamillo aparecem com roupas contemporâneas, fato cinza e óculos escuros para ele, saia travada e tailleur para ela. Como se fossem personagens extemporâneas, nos dois sentidos da palavras, fora do tempo e inoportunos.
Um dos momentos altos da ópera é, claro, a canção "L'Amour est enfant de Bohème" que a sulfurosa Carmen canta na taberna. Entra o toureiro Don Escamillo, que protagoniza outro momento alto com a canção "Toreador".
Segue-se a sedução de José, que se deixa levar pela endiabrada e irresistível cigana. "Si je t'aime, prends garde à toi...", avisou ela. José deserta do exército e segue o grupo de ciganos, para poder estar com a sua amada, como ela exigiu.
No terceiro acto, Carmen cansou-se do amor de José. Entretanto, quando cantou na taberna, a bela chamou a atenção de El Toreador.
Nas montanhas onde estão acampados, Carmen e duas ciganas lêem o futuro nas cartas. As amigas vêm amores, casamentos, jóias e glórias. Carmen apenas morte e mais morte... Lá fora, José monta a guarda e dispara sobre um intruso, mas não lhe acerta. É Don Escamillo que lhe confessa vir à procura de Carmen, por quem se apaixonou.
"Bem sei que ela estava há pouco tempo com um brigadeiro, mas os amores de Carmen não duram seis meses...", lança o toureiro. José sente-se insultado e os dois homens lutam. Escamillo leva a melhor sobre José, mas assegura-lhe: "Mato toiros, não homens". Mas o toureiro escorrega e quando José se prepara para lhe desferir o golpe fatal, Carmen trava-o no seu gesto.
Escamillo convida a cigana para vir assistir a uma das suas touradas. José, desfeito, avisa: "Carmen, cuidado contigo, porque estou farto de sofrer...". Entra Micaela que vem dizer a José que a sua mãe está muito doente e leva-o consigo. José não quer deixar Carmen com o novo amante, mas não tem escolha.
O último acto acontece junto à praça de touros de Sevilha. Escamillo e Carmen cantam apaixonadamente um dueto de amor e a multidão aplaude fascinada. Duas ciganas vêm avisar Carmen que tenha cuidado, José foi visto a rondar por aí. Enquanto Escamillo entra na arena, Carmen é interceptada por José. Este pede-lhe uma nova oportunidade, Carmen recusa, José ameaça-a e esta retorque: "Não cederei. Bem sei que me vais matar, mas nasci livre, morrerei livre...". E num gesto de desdém lança-lhe o anel que este lhe ofereceu. Louco, José esfaqueia Carmen, no mesmo momento que dentro da arena o público sauda ruidosamente mais um triunfo de Escamillo. Carmen morre nos braços de José. Cai o pano.
Refira-se as belas vozes e excelentes interpretações da mezzosoprano americana Carla Dirlikov (Carmen), do tenor italiano Francesco Medda (José), da soprano búlgara Mariana Panova (Micaela) e do baixo italiano Sergio Foresti (Escamillo).
Num cantor de ópera interessa não só a potência vocal, como o talento de interpretar bem como a forma de "dizer" as suas falas, o que nem sempre é evidente para um espectador de ópera leigo como eu. Mas sobretudo Dirlikov e Medda eram exímios em todos estes aspectos, o que ajudou a contar a história e a intensificar as passagens dramáticas.
Gostei dos elementos contemporâneos: ver turistas, com guias debaixo do braço, a disparar flashes à queima roupa às sevilhanas, transportou-me até uma viagem que fiz à capital andaluza nos anos 90. Aquilo é mesmo assim, há ali um décalage entre um certo autismo e obsessão por fazer fotos por parte dos turistas, mais preocupados em guardar momentos do que em vivê-los, que a encenadora soube bem reproduzir.
As cenas de multidão e de grupo, em que todos os actores cantam, foram sobretudo bem dirigidos e resultaram de forma excepcional.
Gostei também da personagem do guia (David Macalusa), que aqui tem também o papel de narrador esporádico porque assim sempre (romanticamente) me imaginei: contador de histórias para o povo pelos pueblos por onde passaria por esse Mundo fora, vestido como um Davy Crockett explorador, recolhendo mais histórias e experiências, para vivê-las e depois deitá-las no papel.
O mito do "Walden" de Thoreau - do homem que deixa a civilização para melhor se encontrar - ecoou em mim desde cedo, muito antes de o ter estudado na universidade. Talvez porque fui sobreprotegido, talvez porque as cartas ditaram a minha morte prematura mais do que uma vez, talvez porque tive duas mães superprotectoras, talvez para escapar a essa redoma de vidro que foi a minha infância, já pequeno escapava para o sótão e imaginava que este era uma floresta virgem e eu um explorador. De mochila à tira-colo, lápis no cinto a fingir facas, a chapka russa do meu pai a fazer de conta que era um chapéu em pele de castor, eu redescobria os cantos escuros da mansarda. E, para espantar os meus medos e os vultos fantasmagóricos das sombras que assomavam, entoava a canção "Maybe" (de Thom Pace), genérico da série "The Life and Times of Grizzly Adams", que diz exactamente isso que eu sentia:
"Deep inside the forest, is a door into another land (...), Maybe there's a world where we don't have to run (...) Take me home...". Mas esse lar não era a casa materna, era tudo o resto, a vida selvagem, a natureza, o mundo, e mais tarde ainda o espaço sideral e o universo...
Aquela personagem de "Carmen" fez-me viajar até à minha infância e a Grizzly Adams. A ópera de Bizet nada tem a ver com uma série hippie dos anos 70... a não ser talvez a exploração do tema da vontade extrema, epidérmica quase, da liberdade, de uma liberdade sem barreiras, sem fronteiras, do maravilhamento de descobrir novos horizontes, novas terras, povos, costumes e pessoas, ao mesmo tempo que alargamos os nossos próprios limites internos.
Gostei. Gostei e cantei. Gostei e viajei.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Das nossas origens
Há quem considere ingénuo e até "estúpido" o facto de muitos povos antigos adorarem o Sol como um deus ou como sendo a origem da vida.
Mas melhor analisado, essa atitude é tudo menos estúpida e muito menos ingénua.
Não só o Sol é a fonte de luz e da vida na Terra, como as estrelas são a fonte de tudo o que existe no nosso planeta.
A realidade é que é na "fornalha" de uma estrela que são criados os elementos, todos os elementos que conhecemos, desde o hidrogénio ao oxigénio, do ouro a ferro, passando pelo cobre e a prata.
Aliás, os cientistas sabem que o primeiro elemento criado na fusão de uma estrela é o hidrogénio e o ferro é o último, quando a estrela está a morrer quase já sem combustível. Depois, a estrela extingue-se ou explode numa supernova e aí os elementos são espalhados pelo espaço sideral até atingirem outros planetas ou formarem outros sistemas solares ou astros.
Foi também necessário que (pelo menos) uma estrela explodisse para que o nosso sistema solar se formasse a partir dos restos desse astro.
Quem melhor o resumiu foi o astrofísico Hubert Reeves quando disse que somos todos "pó das estrelas".
Mas melhor analisado, essa atitude é tudo menos estúpida e muito menos ingénua.
Não só o Sol é a fonte de luz e da vida na Terra, como as estrelas são a fonte de tudo o que existe no nosso planeta.
A realidade é que é na "fornalha" de uma estrela que são criados os elementos, todos os elementos que conhecemos, desde o hidrogénio ao oxigénio, do ouro a ferro, passando pelo cobre e a prata.
Aliás, os cientistas sabem que o primeiro elemento criado na fusão de uma estrela é o hidrogénio e o ferro é o último, quando a estrela está a morrer quase já sem combustível. Depois, a estrela extingue-se ou explode numa supernova e aí os elementos são espalhados pelo espaço sideral até atingirem outros planetas ou formarem outros sistemas solares ou astros.
Foi também necessário que (pelo menos) uma estrela explodisse para que o nosso sistema solar se formasse a partir dos restos desse astro.
Quem melhor o resumiu foi o astrofísico Hubert Reeves quando disse que somos todos "pó das estrelas".
domingo, 6 de novembro de 2011
NASA avisa: Asteróide de grandes dimensões passa esta terça-feira (8 de Novembro 2011) perto da Terra. Sem riscos de colisão com a Terra ou com a Lua
Um enorme asteróide vai passar perto da Terra nesta terça-feira, uma aproximação rara que não representa risco de impacto para o planeta. O asteróide 2005 YU55 tem 400 metros de largura e vai aproximar-se da Terra mais do que a Lua, que se situa a 325 mil km de distância.
O asteroide deverá passar perto da Terra cerca das 18h28 (hora do Luxemburgo, GMT +1) de terça-feira.
A aproximação será a maior de um asteróide deste tamanho em mais de 30 anos e um evento similar não voltará a ocorrer até 2028. Apesar desta "curta" distância, o asteróide não será visível a olho nu, para avistá-lo é necessário um telescópio com uma lente de mais de 15 cm.
O 2005 YU55 é um asteróide de classe C (escuro e bastante poroso) e foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projecto Spacewatch, um grupo de cientistas que observa o sistema solar desde Tucson (Arizona). Este asteróide faz parte de um conjunto de 1.262 asteróides considerados grandes, com mais de 150 metros de largura, e que a Nasa qualifica como potencialmente perigosos.
A passagem mais próxima de um asteróide junto à Terra está previsto acontecer em 2094, a uma distância de 269 mil km.
Fonte: NASA e AFP
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