EDITORIAL: Isto foi 2016!
O ano de 2016 foi bom. O ano de 2016 foi mau. Para Portugal foi positivo. A nível internacional nem por isso.
Portugal sofria de duas ressacas consecutivas, Sócrates e Passos Coelho, mas a azia começa a passar. Os fatores são vários. Depois de dez anos de um Segundo Cavaquismo, os portugueses elegeram um chefe de Estado nas antípodas do anterior, mais próximo do povo, mais claro e direto nos propósitos e na política, e intervindo com inteligência quando deve intervir. Hoje, os portugueses têm um Presidente de que se orgulham e que sentem que os representa.
Embora eleito em 2015, este foi o ano de António Costa, que fez funcionar uma “geringonça” improvável e conseguiu até melhores resultados que Bruxelas esperava.
Uma outra vitória de Portugal, senão política pelo menos diplomática, foi a eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU. Aos desafios todos que o ex-primeiro-ministro português já sabia que teria de enfrentar naquele cargo – Síria, Iraque, Coreia do Norte, guerras em África, crise dos migrantes, falta de reconhecimento da ONU – juntou-se na sexta-feira a condenação por parte das Nações Unidas da construção de colonatos israelitas na Palestina. Apoiado por Trump, Israel já rejeitou a resolução, o que deixa adivinhar um excelente 2017!
Portugal sagrou-se também campeão europeu de futebol. Os portugueses provaram o doce sabor da desforra que aguardavam há 32 anos, desde a derrota de 1984 frente a Platini, e uma suave vingança sobre o título “roubado” pela Grécia em 2004. Celebraram a vitória que lhes tinha sido prometida pela Geração de Ouro. A glória fez-se esperar, mas aconteceu graças a Cristiano Ronaldo e Fernando Santos.
O mundo pula, mas não avança sempre, por vezes dá saltos para trás. Este foi também o ano do Brexit, da eleição de Trump para a Casa Branca, do avanço de duas forças que dependem uma da outra – o terrorismo e o populismo. Enquanto isso, mais de cinco mil migrantes morreram ao tentarem atravessar o Mediterrâneo, um novo recorde. Sonham com uma terra prometida que não existe, que não os quer, que é uma miragem de tolerância e prosperidade. Mas para eles, sempre é melhor do que a miséria e a guerra que essa mesma Europa fomenta nos seus países.
A música ficou de luto com a morte de Bowie, Prince, Leonard Cohen e George Michael. Deus deve querer montar uma banda no céu. Por seu lado, a literatura atingiu um novo paradigma com Bob Dylan.
No Luxemburgo, país onde não se gosta de fazer ondas, a praça financeira tremeu. É o sigilo bancário com os dias contados e o caso Luxleaks a manchar a reputação do Grão-Ducado, que procura nos céus novos recursos e um rosto ’liftado’ para vender ao exterior os asteróides que ainda não capturou. 2017 promete.
José Luís Correia
in CONTACTO, 28/12/2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
EDITORIAL : Paz na Terra aos homens
Quinze anos após o início da guerra contra o terrorismo, este não só não foi erradicado como alastrou.
O eixo do mal traçou na segunda-feira uma linha entre Alepo, Ancara, Berlim e com Zurique formou um triângulo de morte. Quinze anos após o início da guerra contra o terrorismo, este não só não foi erradicado como alastrou.
No final da tarde desse dia, o embaixador russo na Turquia foi morto por um terrorista durante uma exposição em Ancara. Antes de ser abatido pela polícia, o homem gritou “Allahu Akbar” (Deus é Grande, em árabe), “Alepo”, “vingança” e entoou o cântico do Estado Islâmico: “Nós somos os que juraram fidelidade a Maomé pela jihad até à nossa última hora”.
Horas depois, um camião abalroava mais de meia centena de pessoas no mercado de Natal em Berlim, fazendo 12 mortos e 48 feridos. Até à hora do fecho desta edição o ataque não tinha sido reivindicado mas o modo operatório – semelhante ao atentado de Nice, em julho, que fez 86 mortos e 434 feridos – levou as autoridades alemãs a afirmar tratar-se de um acto terrorista.
Este é o nono atentado de carácter islâmico radical em quinze meses na Alemanha, sem contar os que foram desmontados a tempo pelas autoridades.
Ainda na segunda-feira, um tiroteio junto a uma mesquita em Zurique fez um morto e três feridos.
Três ocorrências que surgem um dia após o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado o envio de observadores internacionais para acompanhar a evacuação de milhares de civis da zona leste de Alepo, no norte da Síria. Um voto decidido por unanimidade – EUA, UE e Rússia incluídos –, num acordo histórico na guerra civil síria, na qual americanos e europeus têm apoiado uma facção, a das forças anti-regime, e Moscovo a outra, a de Bashar al-Assad. Um compromisso frágil e que estes três ataques podem fazer perigar.
O ’eixo do mal’ – expressão inventada há 15 anos por George W. Bush, nas cinzas ainda fumegantes do 11 de Setembro, para designar países como o Irão e o Iraque – tem vindo a deslocar-se, chegou à Síria, com tentáculos que nos atingem na Europa.
Quinze anos depois do início da guerra contra o terrorismo, que trazia uma injeção de democracia para vacinar os bárbaros, o resultado não foi mais liberdade nem mais paz. O efeito secundário é uma erupção cutânea desastrosa – alastramento do terrorismo como um vírus –, o que demonstra que diagnóstico e tratamento estavam errados. O mundo não está melhor.
E pior, como não aprende com os erros, os suspeitos do costume intervieram também na Síria, levando a uma guerra civil que dura há cinco anos.
Numa semana em que devíamos estar a celebrar o espírito do Natal e a “Paz na Terra aos homens de boa vontade” (Lucas 2,10-14), é a boa época para nos questionarmos a que tipo de espécie pertencemos e que futuro tem.
José Luís Correia
21/12/2016 in CONTACTO
O eixo do mal traçou na segunda-feira uma linha entre Alepo, Ancara, Berlim e com Zurique formou um triângulo de morte. Quinze anos após o início da guerra contra o terrorismo, este não só não foi erradicado como alastrou.
No final da tarde desse dia, o embaixador russo na Turquia foi morto por um terrorista durante uma exposição em Ancara. Antes de ser abatido pela polícia, o homem gritou “Allahu Akbar” (Deus é Grande, em árabe), “Alepo”, “vingança” e entoou o cântico do Estado Islâmico: “Nós somos os que juraram fidelidade a Maomé pela jihad até à nossa última hora”.
Horas depois, um camião abalroava mais de meia centena de pessoas no mercado de Natal em Berlim, fazendo 12 mortos e 48 feridos. Até à hora do fecho desta edição o ataque não tinha sido reivindicado mas o modo operatório – semelhante ao atentado de Nice, em julho, que fez 86 mortos e 434 feridos – levou as autoridades alemãs a afirmar tratar-se de um acto terrorista.
Este é o nono atentado de carácter islâmico radical em quinze meses na Alemanha, sem contar os que foram desmontados a tempo pelas autoridades.
Ainda na segunda-feira, um tiroteio junto a uma mesquita em Zurique fez um morto e três feridos.
Três ocorrências que surgem um dia após o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado o envio de observadores internacionais para acompanhar a evacuação de milhares de civis da zona leste de Alepo, no norte da Síria. Um voto decidido por unanimidade – EUA, UE e Rússia incluídos –, num acordo histórico na guerra civil síria, na qual americanos e europeus têm apoiado uma facção, a das forças anti-regime, e Moscovo a outra, a de Bashar al-Assad. Um compromisso frágil e que estes três ataques podem fazer perigar.
O ’eixo do mal’ – expressão inventada há 15 anos por George W. Bush, nas cinzas ainda fumegantes do 11 de Setembro, para designar países como o Irão e o Iraque – tem vindo a deslocar-se, chegou à Síria, com tentáculos que nos atingem na Europa.
Quinze anos depois do início da guerra contra o terrorismo, que trazia uma injeção de democracia para vacinar os bárbaros, o resultado não foi mais liberdade nem mais paz. O efeito secundário é uma erupção cutânea desastrosa – alastramento do terrorismo como um vírus –, o que demonstra que diagnóstico e tratamento estavam errados. O mundo não está melhor.
E pior, como não aprende com os erros, os suspeitos do costume intervieram também na Síria, levando a uma guerra civil que dura há cinco anos.
Numa semana em que devíamos estar a celebrar o espírito do Natal e a “Paz na Terra aos homens de boa vontade” (Lucas 2,10-14), é a boa época para nos questionarmos a que tipo de espécie pertencemos e que futuro tem.
José Luís Correia
21/12/2016 in CONTACTO
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
EDITORIAL: Do bem e do mal
O caso Luxleaks voltou à barra dos tribunais na segunda-feira. Caso para voltarmos a reflectir na legalidade e na moralidade daquilo que o Luxemburgo denomina de “otimização fiscal”.
Quando somos crianças ensinam-nos a diferença entre o bem e o mal e achamos que é fácil fazer a distinção. Quando crescemos, acabamos por entender que por vezes há uma linha ténue que separa as duas noções. Que há muita gente que se torna perita em navegar entre essas linhas e aproveitar os interstícios como se fossem um ’no man’s land’ entre dois continentes. Gente que diz que a definição de bem e de mal depende da moral, da perspetiva, da cultura, da sociedade, da empresa ou do país em que se insere.
A questão do bem e do mal, por muito maniqueísta que seja, tem que ser colocada quando os lançadores de alerta do escândalo Luxleaks são constituídos arguidos e condenados em primeira instância pelos tribunais do Luxemburgo. São inocentes, são culpados? Denunciaram casos de evasão fiscal que o Governo luxemburguês e a PricewaterhouseCoopers consideram ser uma prática legal de otimização fiscal.
Ao revelarem estas operações, os arguidos demonstraram que o Luxemburgo impede muitos países de recuperarem avultadas somas de dinheiro em impostos, que podiam servir para investir nesses países em educação ou na saúde. É legal? É (embora discutível). Mas é moral? Não! Não é!
As empresas que usam a evasão fiscal representam uma perda de pelo menos 100 mil milhões de dólares por ano aos países mais pobres. Nos cofres desses Estados, esse dinheiro seria suficiente para permitir que 124 milhões de crianças fossem à escola ou para salvar a vida a mais de seis milhões de outras crianças através da melhoria dos cuidados de saúde, estima a Oxfam num recente estudo.
Mas ao optarem por refugiar-se fiscalmente no Luxemburgo, essas empresas contribuem para enriquecer o Grão-Ducado, criar mais empregos no país, construir mais infraestruturas, melhorar o nosso nível de vida. Podemos, moralmente, ignorar que o país onde vivemos tem um Produto Interno Bruto (PIB) fictício, dopado pelas práticas nem sempre transparentes de uma praça financeira de que tanto nos orgulhamos, mas que nada tem a ver com a realidade dos recursos do país?
Outros países na Europa e no Mundo também praticam a otimização fiscal. Isso torna-nos menos culpados?
Ingenuamente (talvez) considero que sabemos muito bem quando estamos a praticar o mal porque, como nos ensinaram em miúdos, é simples de identificar: é quando estamos a prejudicar alguém. Fazemo-lo para o nosso, um bem comum, um bem maior? Eu continuo a achar que são desculpas.
José Luís Correia
14/12/2016, in CONTACTO
Quando somos crianças ensinam-nos a diferença entre o bem e o mal e achamos que é fácil fazer a distinção. Quando crescemos, acabamos por entender que por vezes há uma linha ténue que separa as duas noções. Que há muita gente que se torna perita em navegar entre essas linhas e aproveitar os interstícios como se fossem um ’no man’s land’ entre dois continentes. Gente que diz que a definição de bem e de mal depende da moral, da perspetiva, da cultura, da sociedade, da empresa ou do país em que se insere.
A questão do bem e do mal, por muito maniqueísta que seja, tem que ser colocada quando os lançadores de alerta do escândalo Luxleaks são constituídos arguidos e condenados em primeira instância pelos tribunais do Luxemburgo. São inocentes, são culpados? Denunciaram casos de evasão fiscal que o Governo luxemburguês e a PricewaterhouseCoopers consideram ser uma prática legal de otimização fiscal.
Ao revelarem estas operações, os arguidos demonstraram que o Luxemburgo impede muitos países de recuperarem avultadas somas de dinheiro em impostos, que podiam servir para investir nesses países em educação ou na saúde. É legal? É (embora discutível). Mas é moral? Não! Não é!
As empresas que usam a evasão fiscal representam uma perda de pelo menos 100 mil milhões de dólares por ano aos países mais pobres. Nos cofres desses Estados, esse dinheiro seria suficiente para permitir que 124 milhões de crianças fossem à escola ou para salvar a vida a mais de seis milhões de outras crianças através da melhoria dos cuidados de saúde, estima a Oxfam num recente estudo.
Mas ao optarem por refugiar-se fiscalmente no Luxemburgo, essas empresas contribuem para enriquecer o Grão-Ducado, criar mais empregos no país, construir mais infraestruturas, melhorar o nosso nível de vida. Podemos, moralmente, ignorar que o país onde vivemos tem um Produto Interno Bruto (PIB) fictício, dopado pelas práticas nem sempre transparentes de uma praça financeira de que tanto nos orgulhamos, mas que nada tem a ver com a realidade dos recursos do país?
Outros países na Europa e no Mundo também praticam a otimização fiscal. Isso torna-nos menos culpados?
Ingenuamente (talvez) considero que sabemos muito bem quando estamos a praticar o mal porque, como nos ensinaram em miúdos, é simples de identificar: é quando estamos a prejudicar alguém. Fazemo-lo para o nosso, um bem comum, um bem maior? Eu continuo a achar que são desculpas.
José Luís Correia
14/12/2016, in CONTACTO
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Populismo, round 2
O mundo parece deslizar aos poucos, mas perigosamente, no nacionalismo e no populismo. EUA, Itália, França, Luxemburgo (?).
Ainda de ressaca pela vitória de Donald Trump nos EUA, o mundo parece deslizar aos poucos, mas perigosamente, no nacionalismo e no populismo.
A Áustria escapou por pouco. Nas presidenciais de domingo, os austríacos preferiram um filho de refugiados pró-europeu aos slogans fascistas de um neonazi.
Já em Itália, o Governo pode vir a cair nas mãos do antieuropeu Beppe Grillo. Tudo está em suspenso depois de o primeiro-ministro Matteo Renzi ter anunciado na segunda-feira que é demissionário, após o referendo falhado de domingo. A consulta popular propunha reduzir os poderes do Senado e uma “regionalização” das províncias, mas o eleitorado viu uma oportunidade para sancionar Renzi pelo desemprego e a crise económica que alastram.
O referendo nada tinha a ver com a UE, mas os anti-europeístas Berlusconi, Grillo e a Liga do Norte instaram os eleitores a votar não pela “independência e liberdade” (?). Em tempos de crise, os oportunistas exploram os medos do povo para se projetar no palanque do poder.
A primeira a felicitar os defensores do não em Itália foi Marine Le Pen. A presidente da Frente Nacional (FN) já se vê em Maio de 2017 a conquistar o Eliseu numa gloriosa vitória à Trump. O populismo e o nacionalismo têm oportunistas dos dois lados.
Em França, a direita namora perigosamente com a extrema-direita e François Fillon propõe medidas que nem Sarkozy, de quem foi o primeiro-ministro, ousou. Vale tudo para seduzir os eleitores do FN e evitar Le Pen.
À esquerda, o mal-amado François Hollande atirou a toalha, logo apanhada em voo pelo seu “delfim” e ex-primeiro-ministro Michel Valls, que na realidade já não suportava o Presidente. Valls diz que quer “reconciliar toda a esquerda” e recorda 2002, quando Lionel Jospin foi relegado para terceiro e Jacques Chirac venceu para salvar a França de Jean-Marie Le Pen.
Mas antes das presidenciais, Valls vai ter que convencer os socialistas nas primárias de janeiro frente ao seu ex-colega de Governo, Arnaud Montebourg. O “outsider” chama-se Emmanuel Macron, também ex-ministro de Hollande, que é tudo menos de esquerda.
No Luxemburgo, a “musa” populista também seduz, com as autárquicas de 2017 e as legislativas de 2018 na mira. Num post publicado na sexta-feira no Facebook, o presidente do CSV, Marc Spautz, lamenta que certas escolas já não sejam “autorizadas” a festejar o São Nicolau. Hein? Quais escolas? Pois, Spautz não diz quais.
Bastou isso como rastilho para lançar a indignação nas redes sociais, essas novas praças da verdade suprema sempre prontas de facho em punho para mais um auto-de-fé.
José Luís Correia,
07/12/2016, in CONTACTO
Ainda de ressaca pela vitória de Donald Trump nos EUA, o mundo parece deslizar aos poucos, mas perigosamente, no nacionalismo e no populismo.
A Áustria escapou por pouco. Nas presidenciais de domingo, os austríacos preferiram um filho de refugiados pró-europeu aos slogans fascistas de um neonazi.
Já em Itália, o Governo pode vir a cair nas mãos do antieuropeu Beppe Grillo. Tudo está em suspenso depois de o primeiro-ministro Matteo Renzi ter anunciado na segunda-feira que é demissionário, após o referendo falhado de domingo. A consulta popular propunha reduzir os poderes do Senado e uma “regionalização” das províncias, mas o eleitorado viu uma oportunidade para sancionar Renzi pelo desemprego e a crise económica que alastram.
O referendo nada tinha a ver com a UE, mas os anti-europeístas Berlusconi, Grillo e a Liga do Norte instaram os eleitores a votar não pela “independência e liberdade” (?). Em tempos de crise, os oportunistas exploram os medos do povo para se projetar no palanque do poder.
A primeira a felicitar os defensores do não em Itália foi Marine Le Pen. A presidente da Frente Nacional (FN) já se vê em Maio de 2017 a conquistar o Eliseu numa gloriosa vitória à Trump. O populismo e o nacionalismo têm oportunistas dos dois lados.
Em França, a direita namora perigosamente com a extrema-direita e François Fillon propõe medidas que nem Sarkozy, de quem foi o primeiro-ministro, ousou. Vale tudo para seduzir os eleitores do FN e evitar Le Pen.
À esquerda, o mal-amado François Hollande atirou a toalha, logo apanhada em voo pelo seu “delfim” e ex-primeiro-ministro Michel Valls, que na realidade já não suportava o Presidente. Valls diz que quer “reconciliar toda a esquerda” e recorda 2002, quando Lionel Jospin foi relegado para terceiro e Jacques Chirac venceu para salvar a França de Jean-Marie Le Pen.
Mas antes das presidenciais, Valls vai ter que convencer os socialistas nas primárias de janeiro frente ao seu ex-colega de Governo, Arnaud Montebourg. O “outsider” chama-se Emmanuel Macron, também ex-ministro de Hollande, que é tudo menos de esquerda.
No Luxemburgo, a “musa” populista também seduz, com as autárquicas de 2017 e as legislativas de 2018 na mira. Num post publicado na sexta-feira no Facebook, o presidente do CSV, Marc Spautz, lamenta que certas escolas já não sejam “autorizadas” a festejar o São Nicolau. Hein? Quais escolas? Pois, Spautz não diz quais.
Bastou isso como rastilho para lançar a indignação nas redes sociais, essas novas praças da verdade suprema sempre prontas de facho em punho para mais um auto-de-fé.
José Luís Correia,
07/12/2016, in CONTACTO
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