sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sábado, 18 de julho de 2009

Gripe mexicana? - excertos de uma conversa surreal com um médico

Hoje fiquei surpreendido, para não dizer chocado, quando consultei um médico (pelo sotaque era alemão!), por me sentir ligeiramente engripado, e este me perguntar se eu tinha estado "em contacto com alguém que tivesse a 'gripe mexicana'".

- "Quer dizer a gripe A?", retorqui eu. "Sabe que Os Estados Unidos já têm mais casos do que o México e que até o Reino Unido e o Canadá têm quase tantos casos como o México", insisti em precisar.

- "Sim, sim, hum, hum...!", remoeu. E encadeou logo perguntando "que profissão é que 'faz'?" (dixit)

- "Sou jornalista!"

- "Ah!, hum... isso faz com que esteja em contacto com muita gente, não é? Tem tido tosse, febre, dores de estômago, viajou para algum país infectado?"

- "Nem por isso, depende dos dias..., não! ...não!,... apenas dores no corpo, um mal-estar físico e perda do apetite desde ontem!, ...se viajei?....O Norte do Luxemburgo conta?"

- "Desculpe, eu estou apenas a fazer-lhe as perguntas obrigatórias que temos que fazer a todos os pacientes que aqui chegam com sintomas gripais!..."

- "Desculpe, e eu estou apenas a responder à sua pergunta. Só que actualmente, todos os países já contam tantos infectados que eu fiquei sem perceber a sua pergunta ...."

- "Pronto, pronto, estou a ver que é mesmo só um princípio de gripe. Vou receitar-lhe quatro Aspégic por dia, durante cinco dias, um spray Strepsils a tomar oito vezes por dia, se lhe vier tosse, e um spray para o nariz Ratiopharm, a usar três vezes por dia, se a gripe piorar e..."

- "Não vai ver se tenho febre?..."

- "Você não tem febre! está a suar porque está calor e tem esse pólo grosso vestido..."

- "Heu...", e enquanto me certifiquei que lá fora estava a chuviscar, como sempre no Luxemburgo, ele rematou a conversa.

- "São 35, 10 euros! Paga com cartão ou em numerário?"

E depois praticamente me empurrou dali para fora, sem me indicar a farmácia de serviço.

Surreal!

2 comentários:

Cindy disse...

Tou a ver que a medicina no Luxemburgo esta tão boa como em Portugal.

Alexandre Gaspar Weytjens a.k.a. José Lus Correia disse...

O que me chocou já nem foi a manifesta falta de profissionalismo do gajito. Foi o etnocentrismo sobranceiro e discriminatório com que alguns médicos andam a tratar esta pandemia. O mal, para estes gajos, vem sempre dos outros: de África (sida), da Ásia (gripe das aves) ou da América Latina (gripe A).