quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Retratos do alter-ego de um fotógrafo em torno de uma galeria de vamps e "femmes fatales"
Paulo Lobo, fotógrafo português residente no Luxemburgo, vestiu a pele de Edouard Allen e convidou no sábado os fãs da fotografia e do cinema para um vernissage que teve lugar no Café Ancien Cinema, em Vianden. Muitos foram os que responderam ao convite para assistir em directo e ao vivo à mutação do Lobo em Allen na exposição a que deu (deram?) o nome de "Viagem tragi-cómica através da filmografia fictícia de um ex-cinéfilo".
"O espaço não podia ter sido outro", garantiu Paulo Lobo ao CONTACTO, sobre o espaço que acolhe a mostra, o antigo cinema de Vianden, hoje um café que recebe exposições, concertos, e outros eventos culturais.
"Ele hoje não pode cá estar, mas eu sei que quando o Edouard Allen lançou o seu projecto, este foi o primeiro lugar em que pensou para o apresentar", diz Paulo Lobo com convicção e sem sinal de "esquizofrenia" aparente.
O antigo cinema voltou a acolher vedetas glamour, mas desta vez não são actrizes de Hollywood, mas as egérias do alter-ego de Paulo Lobo. "Cada fotografia retrata uma personalidade, uma história, um estado de espírito, fruto de várias sessões de fotografias efectuadas ao longo de dois anos", explica Paulo Lobo.
"O Paulo Lobo sempre sonhou ser realizador de cinema e cinéfilo, e isso é algo que está recalcado nele. Eu nasci para exteriorizar esse sentimento", confia-nos por seu lado Edouard Allen.
Neste novo projecto, Paulo juntou os seus dois amores: a fotografia e o cinema. "Sempre fui um amante do cinema, dos clássicos de Hollywood, e os grandes filmes franceses sempre me acompanharam desde criança. Por isso mesmo decidi convidar algumas modelos que, no meu ponto de vista, tinham um certo ar de actrizes desse tempo e que podiam vestir a pele das grandes musas do cinema dos anos 60", confia o fotógrafo ao CONTACTO.
Durante a vernissage foi ainda apresentado a curta-metragem "Mystery girls", do realizador português Nelson Coelho. O filme põe em cena Edouard Allen com as suas musas, as suas modelos, as suas fotografias, e a câmara indiscreta revela os bastidores das sessões fotográficas, erra atrás das personagens, mostra a metamorfose de Paulo em Edouard.
"A minha ideia inicial era filmar eu mesmo os shootings fotográficos, mas devido a vários contratempos não consegui fazê-lo. Já tinha desistido da ideia quando conheci o Nelson e o convidei para participar neste projecto", conta Paulo, que considera o resultado "excelente".
Nelson Coelho, de 28 anos, reside no Luxemburgo há três e diz-se amante da sétima arte desde os dez, altura em que começou a acompanhar o primo na aventura das filmagens. Para Nelson, o convite de Paulo foi muito bom.
"Trabalhar com o Paulo vai ajudar-me a dar a conhecer o meu trabalho e a travar conhecimentos no Luxemburgo", confia o realizador, que garante ter levado a cabo este projecto como muito prazer, embora o seu trabalho – filmar casamentos – continue a ter a sua preferência. As obras do realizador podem ser vistas no seu portal na internet em www.nelsoncoelhofilms.com (e-mail: info@nelsoncoelhofilms.com).
Paulo Lobo aproveitou ainda a vernissage para apresentar o seu mais recente blogue "The Edouard Allen Project". A noite terminou com a actuação da cantora de jazz Sascha Ley, acompanhada pelo contrabaixo do francês Laurent Payfert.
Aleida Vieira/José Luís Correia
in Jornal CONTACTO, 02/10/2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário