A banda original sonora da minha vida está riscada
passo como um fantasma por ela
como se apenas a assombrasse
como se apenas tivesse dela
o ténue e translúcido retrato
que deixam os dedos suados
numa vidraça entre dois mundos indistintos.
Turista de universos paralelos
passageiro da vida
como se observasse tudo de outro lugar.
Devolveram-me o rascunho.
Desenha outro!, ordenaram-me.
Mas eu fiz birra, disse que já não queria, era o que faltava!
Desatei aos pontapés com a vida
e com um revés de mão violento
varri do estirador a minha dor
e todos os meus papéis certinhos
misturei o passado ao futuro
porque já não tenho, não estou nem sou presente.
Tinha saudades do que podia ser
procurava incansavelmente o círculo que não existe.
Tudo é apenas alucinação, vertigem
e eu caí na espiral, na miragem.
Preciso escapar de mim mesmo
para sair ileso daqui.
A vida é um caminho
que não vai dar a lugar nenhum
(...)
JLC
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