sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Higgs : "Nunca pensei viver para ver este dia"

Peter Higgs, o cientista britânico que deu o nome ao “bosão de Higgs” e que em 1964 publicou a teoria da existência da partícula subatómica que confere massa, disse estar “deliciado” com a provável confirmação da teoria.

“Nunca esperei que isto acontecesse enquanto eu fosse vivo, e vou pedir à minha família que ponha champanhe no frigorífico”, disse o cientista, de 83 anos, numa declaração à imprensa na quarta-feira.

Higgs vive em Edimburgo, a capital da Escócia, mas esteve na ontem presente em Genebra, quando a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla francesa) anunciou a descoberta de uma partícula subatómica “consistente” com o bosão que tem o nome do cientista.

No entanto, o CERN não confirmou ainda que a nova partícula descoberta seja o tão procurado "bosão de Higgs".

“É uma coisa incrível, que isto aconteça enquanto eu sou vivo”, disse Higgs, que recebeu uma ovação de pé quando chegou ao auditório do CERN. Higgs sentou-se, no auditório, ao lado do físico belga Francois Englert, de 79 anos, que contribuiu também de forma separada para a teoria.

“Só quero dizer que os meus pensamentos vão para Robert Brout”, disse Englert, em lágrimas, que louvou o terceiro cientista pioneiro, que morreu em 2011, sem ver provada a teoria.

O que é o bosão de Higgs?

Se existir, o  Bosão de Higgs pode mudar tudo o que sabemos sobre o Universo e a Natureza. O bosão de Higgs é uma partícula elementar,que se supõe terá surgido logo após o Big Bang, ou seja, a explosão que deu origem ao nascimento do Universo.

A sua escala pode ser maciça e validar o modelo padrão actual das restantes partículas elementares. É a única partícula do modelo padrão que ainda não foi observada, mas pode representar a chave para explicar a origem da massa das outras partículas elementares.

O bosão de Higgs combina duas forças da natureza e mostra que são, de facto, aspetos diferentes de uma mesma força maior, sendo que esta partícula é a responsável pela existência de massa nas partículas elementares.

O bosão de Higgs foi predito em 1964 por vários cientistas, mas só até há bem pouco tempo, quando o Colisionador de Partículas norte-americano Tevatron e o Largo Colisionador de Hadrões (LHC), na Suíça, começaram a funcionar é que passaram a existir condições tecnológicas de procurar a possível existência do bosão.


Depois de quase meio século de investigação, e dezenas de milhar de milhões de euros investidos, os cientistas acreditam ter descoberto agora o bosão.

A Alemanha, o país que mais investiu no processo de descoberta da partícula, já saudou a descoberta, que Berlim considerou como histórica.

“A busca pelo bosão de Higgs durou quase 50 anos, mais é possível que tenha sido atingido. A persistência e a curiosidade dos investigadores foram recompensados. Felicito as equipas por esta descoberta sensacional”, disse em comunicado Annette Schavan, ministra alemã na investigação científica.

A descoberta da partícula permitiu também aos cientistas respirarem de alívio, uma vez que confirma a teoria que identifica os blocos constitutivos da matéria ("building blocks of life").

“O bosão de Higgs tinha sido antecipado há mais de quatro décadas e, se não existisse, os teóricos de todo o mundo teriam de voltar ao início, em desespero”, disse Anthony Thomas, da universidade australiana de Adelaide, citado pela agência noticiosa France Presse.

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