sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

27 de Junho - Miúdas e miúdas

Garrão.

Há miúdas, é um pecado tão novas terem um corpinho já esculpido para o pecado. Aquilo só pode dar mau resultado. Ou se afirmam eroticamente juntos dos rapazes da sua idade ou com mania e presunção junto das colegas sem os mesmos atributos. Elas formam logo dois campos opostos: os das gajas e o das meninas. Eles? Eles nem sabem para onde olhar, tudo é tão novo e tentador. Aos 14 anos andam a passear um corpinho que só daqui a quatro saberão mesmo aproveitar, gozar, partilhar, dar.

Enfim, que sei eu, que aos 13, 14, 15, 16 anos me apaixonava platonicamente e não fodia nada, ao contrário de muitos dos meus colegas já sexualmente activos, ainda que muitos inconscientes e inconsequentes das suas acções. O meu despertar veio muito mais tarde, numa noite serôdia de Agosto.

(São pequenos, são grandes, são cheios, são seios.)

As inglesas adolescentes não são como as portuguesas. Aqui, um grupo beberica cerveja Sagres na praia sob o olhar complacente da mãe. A mais velhinha, talvez 16 anos, chega com um Kir Royal para ela e para a mater familias!!! Espectacular! O mundo globalizado afinal não se parece assim tanto, nunca vi putos portugueses desta idade a sorver álcool tão cedo pela manhã às vistas descaradas da figura materna...

Uma outra jovem, portuguesa esta, 16, 17 anos, biquini amarelo, bem desenhada e dourada pelo sol, cabelo castanho claro até às costas, tez morena, traz-me à memória um dia dos meus talvez 15 anos em que fiquei embasbacado ao olhar para o corpinho perfeito de uma colega de turma, quando fomos em grupo à praia, baldando-nos às aulas de uma tarde de Junho. Foi uma das minhas primeiras poluções nocturnas. É daquelas imagens que parecia já ter esquecido, mas a forma como se gravou na memória faz com que em momentos como volte a surgir por uma espécie de vão de escada da reminiscência.

Continuo a ler a extensa quase-autobiografia de Pessoa do Cavalcanti Filho. Pessoa escrevi sobre tudo, sempre, a qualquer hora, sobre qualquer assunto. Eu também me quero, mas as melhores ideias, as frases mais metafísicas, os pensamentos mais originais fogem quando puxo do caderno e da caneta, aparecem quando conduzo, desaparecem assim que estaciono...

E isto é o quê? Notas para o meu diário intermitente, para o meu caderno de itinerários? Escreve para aí, desalmado. Isto nunca dará em nada, então, porque insistes?

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