A Jessica, que anda sempre nas explorações musicais e em busca de novas sonoridades, descobriu há uns dias a lisboeta Smooth FM, que centra a sua programação na música smooth jazzy,
soul, blues, bossa nova, e se define a si mesma como uma rádio para um
auditório "adulto, sofisticado e descontraído".
A novel rádio passa desde "Count Bassie a Diana Krall, passando por Tony Bennett, Elvis Costello, Ray Charles, Miles Davis, Norah Jones e, obviamente, Frank Sinatra", exemplifica um comunicado da estação.
A nova rádio emite desde Lisboa na mesma frequência que a antiga Best Rock, em 103.0 FM (e na Região Centro em 92,8), mas pode também ser ouvida na internet aqui.
A novel rádio passa desde "Count Bassie a Diana Krall, passando por Tony Bennett, Elvis Costello, Ray Charles, Miles Davis, Norah Jones e, obviamente, Frank Sinatra", exemplifica um comunicado da estação.
A nova rádio emite desde Lisboa na mesma frequência que a antiga Best Rock, em 103.0 FM (e na Região Centro em 92,8), mas pode também ser ouvida na internet aqui.
A Smooth abriu em Setembro de 2011 e faz parte do grupo Media Capital, que inclui emissoras como a Rádio Comercial, a M80 e a Cidade FM. À excepção da última, são rádios que já ouvíamos incidentalmente, a primeira porque somos fãs de Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira, a segunda pela música dos anos 70, 80 e 90 que passa.
Banda sonora das minhas viagens imóveis
Depois da manhã a ouvir o álbum "Swing in the films of Woody Allen", passámos a tarde de sábado ao som da Smooth e a ler. E que bem que fez.
A Smooth fez-me imediatamente pensar na saudosa Radio Trójka (Rádio Três) de Varsóvia, que descobri em Agosto de 2003 e que continuou a acompanhar-me durante vários anos.
Uma noite deixei o velho transistor ligado e passei as horas acordando e adormecendo ao som da Trójka, da voz apaziguadora dos locutores de uma língua que sempre me pareceu familiar e com semelhanças estranhas ao português (pelo menos, ao meu ouvido), mesmo se só ia percebendo uma palavra em cada três. E tudo isso misturava-se harmoniosamente aos barulhos da noite varsóvica que se espraiava lá fora.
A Trójka (que nessa altura passava só mesmo jazz, hoje inclui rock e música alternativa) tinha o dom de me acalmar e de me fazer viajar mentalmente,
janela fora,
até a torre do Palácio da Cultura e da Ciência, até à avenida do Novo Mundo (adoro esta toponímia), até à palmeira em plástico da avenida De Gaulle, até à "rynek" (praça do mercado) reconstruída pedra à pedra da velha Varsóvia, pelos jardins do palácio de Wilanów (a Versalhes polaca), sobre as águas da Vístula, seguindo a corrente para Norte, até às ruas de Gdansk, pelas praias bálticas de Gdynia. Depois, rumo a sul, até à lindíssima "rynek" colorida de Poznan, pelo jardim japonês de Wroclaw, pelas ruas de Wolsztyn onde cruzei Koch e o seu bacilo, pela auto-estrada hitleriana aos solavancos até à Alta Silésia e Katowice, pelo santuário de Czestochowa (a Fátima polaca), pelo majestoso parque florestal de Ojców, pelas minas de sal de Wieliczka, pela romântica Zakopane, no sopé dos Tatras (Cárpatos), com as suas incríveis igrejas construídas totalmente em madeira,
e, finalmente, até ao bairro judeu da lindíssima Cracóvia, onde o jazz elege lugar cativo.
Eram as minhas viagens interiores de itinerários exteriores já percorridos e pelos quais me apaixonei. Também graças à Radio Trójka, porque compôs a banda original sonora desse meu filme.
Gydnia (costa do mar Báltico) |
Praça central de Wroclaw, uma das outras cidades pela qual me apaixonei |
A lindíssima Cracóvia, que me seduziu |
A romântica Zakopane, no sopé dos Cárpatos (Tatras) |
Fotos: Wikipédia
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