sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Tenho saudades...

- da minha tia
- da Mina, da Mariana
- do meu amigo de infância, Pascal Grisius, que nunca mais vi
- do professor Gonzaga que me ensinou a gostar de Literatura e do professor Louro que me fez perceber o que era a poesia
- de construir naves intersiderais com lego
- da Quinta Dimensão e do "Lentes de Contacto" na RTP 2
- das conversas na cantina da escola
- das bicicletas BMX e da pista quebra-ossos que construimos na mata do Pontal
- do tempo em que ainda gostava de bollycaos
- das corridas de caricas na estrada de terra batida
- de cantar "oh, ivone, oh ivone, goodbye my love"
- de namorar as meninas da Quinta do Eucalipto em frente ao Paquete na praia
- da Sylvie me dizer que agora havia uma música nova chamada "acid" que viria a ser o techno
- das discotecas Sherazad, Olympus e Trigonometria
- da rua do Prior quando ainda era a rua do Crime
- da minhas intensas investigações nas bibliotecas e arquivos da cidade para provar que a Atlântida tinha existido
- de brincar ao pião e aos carrinhos no Ciclo D. Afonso III
- da visita de estudos a Santarém e à casa da Joaninha das "Viagens na minha Terra"
- dos concursos de break-dance na escola
- de ler os pregões do Blitz com entusiasmo genunino, às terças-feiras de manhã
- dos Duran Duran, Depeche Mode, Cure, Velvet Underground
- de brincar ao jogo da barra, às escondidas, ao stop no amendoal do Tio Cabrita
- de ver a Bélinha a nadar no tanque atrás da sua casa
- das longas conversas com o Emanuel sobre a vida, o amor e o futuro, enquanto coleccionávamos paus de gelado e tampas de canetas para construirmos naves
- da horta e da cabana que construi com o Luís
- do meu primeiro poema para a Zélia Santos
- do beijo que nunca dei no 7° ano
- do primeiro beijo na praia ao luar (mágico), anos mais tarde
- das aulas de desenho nesse mesmo 7° ano, ao sábado de manhã, que eu detestava por serem de desenho e ao sábado de manhã
- de jogar ao Pacman no ZX-Spectrum do meu irmão e do barulho das cassetes a entrarem o programa
- de juntar a merenda com os amigos e ir almoçar para o Jardim da Alameda
- de faltar às aulas à sexta-feira para ir para a Ilha do Farol
- dos locutores brasileiros nas rádios quando ainda não havia rádios brasileiras
- dos baile de fim de ano na escola a dançar ao som do grupo que viria a ser os "Entre Aspas"
- de comer figos de pita, pernas de pau, sumóis de laranja nas pequenas garrafas de vidro verde - de comprar chicletes Gorila na venda da Dona Bórinha
- da professora Idalécia e das aulas de teatro
- do Edgar Palma, timido, mas fanático por Pink Floyd
- da Coke, do João Pessoa, da Ana Serra, da Dora, do Cláudio (as nossas "filas" na rua de santo antónio!), da Susana Guerreiro, do Cuco, do Fernando Martinheira, da Patrícia Rita, da Kátia Silva, da Verónica Francisco, da Ana Portugal, da Margarete, da Sandra Rocheta e da minha querida, querida Susana Nogueira (kisses on the wind)

- Como a ideia original não é minha, aqui fica a devida reverência à Lis que me deu vontade de pensar em coisas bonitas :-) e que me fez reflectir que afinal é das pessoas de quem mais temos saudades

1 comentário:

Lis disse...

A discoteca Trigonometria! :-)))

Que boas saudades.
Xis