bemvindo ao passado
"Tenho noção do mal que fiz
e do meu pecado.
Quero dizer a quem não disse
que estou arrependido.
Tudo passou e hoje sei
que não estou queimado..."
"Bemvindo ao Passado", NBC (de "Revistados", álbum tributo aos 20 anos dos GNR)
<
"Vidas são imperfeitas quando te deitas com o teu rancor"
(idem, ibidem)
terça-feira, 24 de outubro de 2006
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Anna Politkovskaja
in memoriam
Anna Politkovskaja assassinada
A jornalista russa Anna Politkovskaja foi assassinada sábado, dia 7 de Outubro, à porta de casa, em Moscovo. Segundo o jornal em que trabalhava desde 1999, o bissemanário Nóvaya Gazeta, a jornalista estava a preparar uma reportagem sobre as torturas sistemáticas na Chechénia.
Politkovskaja lutava há muito pela (verdadeira) liberdade de imprensa na Rússia, denunciando o que o presidente Valdimir Putin (ex-KGB) continua a apelidar de "democracia à maneira russa". Era uma das jornalistas mais críticas da política do Kremlin. Era perseguida e recebera ameaças de morte pelos serviços secretos russos, pelo exército e por outras agências de segurança de Estado, organismos que tinha criticado fortemente nos artigos que publicou. Escapou em 2005 a uma tentativa de envenenamento, um dos métodos kagebistas soviéticos mais frequentes para eliminar inimigos.
Desde que Putin chegou ao poder, no início de 2000, 12 casos de homicídio de jornalistas ficaram por resolver, segundo a União de Jornalistas da Rússia. O assassinato de Politkovskaja, que foi encontrada morta com quatro tiros à porta de sua casa, no centro da capital russa, foi condenado por todas as forças políticas russas e organizações internacionais como o Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Anna Politkovskaja nasceu em Nova Iorque em 1958. Fez carreira como jornalista de investigação e tornou-se conhecida fora da Rússia pelas reportagens críticas que fez na república separatista da Chechénia, onde escreveu sobre assassínios, torturas e espancamentos civis pelas forças russas. Por essas reportagens, Politkovskaja recebeu vários prémios de jornalismo, entre os quais a Caneta de Ouro (da União de Jornalistas da Rússia), em 2001, o de Pen Club International, em 2003, e o Prémio Jornalismo e Democracia da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE). A jornalista também escreveu um livro sobre a política de Putin para a Chechénia, no qual apresentava provas dos abusos generalizados cometidos pelas forças governamentais contra civis. O seu mais recente livro chamava-se "A Rússia de Putin".
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
folheando a agenda
COM TODAS AS LETRAS
Livros, Autores e Editores em Debate
DATAS: 9 Out; 23 Out; 6 Nov; 20 Nov; 4 Dez
Local: Auditório da SPA (Rua Duque de Loulé, nº 31)
Horário: 18h 30m
Dia 9 de Outubro 2006 – Novos autores: Escrever, Publicar e Vencer
Painel
Rui Herbon, escritor
José Luís Peixoto, escritor
Sofia Monteiro, esfera dos livros
Filipa Melo, jornalista, escritora
.
Dia 23 de Outubro – Banda Desenhada: O Mundo aos Quadradinhos
Painel
Pedro Silva, Vitamina BD, BdMania
Maria José Pereira, Edições ASA
Sara Figueiredo Costa, crítica literária e de BD
António Jorge Gonçalves, autor de BD
.
Dia 6 de Novembro – Poesia e Teatro: Filhos de um Deus Menor?
Painel
Jorge Reis-Sá, Edições Quasi
Eugénia Vasques, Professora-Coordenadora na Escola Superior de Teatro e Cinema, crítica de teatro
Vasco David, Assírio & Alvim
Pedro Mexia, crítico literário, poeta
Ernesto Melo e Castro, poeta, ensaísta
.
Dia 20 de Novembro – Fundos de Catálogo: Velhos são os Trapos
Painel
António Pinheiro, Bertrand
José Pinho, Ler Devagar
Mário Zambujal, escritor
Carlos Veiga Ferreira, Teorema
.
Dia 4 de Dezembro – Best Sellers e Qualidade: Podemos ser amigos?
Painel
Manuel Alberto Valente, Edições ASA
Margarida Rebelo Pinto, escritora
Vasco Santos, Fenda
Maria João Lopo de Carvalho, escritora
Richard Zimler, escritor
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
djihad
A noite é bonita neste meridiano,
confunde-se com o oceano,
As pontas das estrelas queimam a lua crescente.
O céu em fogo risca a toalha dos deuses.
De oriente chegam novos reis
magos da palavra, mas nem tudo o que luz é ouro.
Ouço o ruído de lutas que começaram
ainda as águas do dilúvio não tinham secado as terras.
Hoje não secam do sangue.
E eu, entre o temor de novas invasões bárbaras
e as promessas vazias que o poente encerra,
aperto o crucifixo ouro-indigo às minhas novas vestes,
assisto mudo aos loucos que me empurram para o abismo.
A caravana impávida passa, enquanto os cães
não ladram, medram. Já cheira a deserto.
A minha boca sedenta de tangerinas,
prata, marfim, canela, chá de hortelã psicótico, açafrão.
Com as minhas malas aos pontapés,
desço pelas escadas do hotel.
Mas é com os tomates cheios de tesão
que percebo que a mocidade é refém da perfeição,
que a profundidade e a claridade do beco obscuro,
que é o idealismo dogmático acneico,
depende do amor-próprio que já houver brotado,
da tolerância e da luta que deve sempre começar cá dentro
com a minha própria djihad.
Não é erro, nem recuo. É balanço, horizonte mais abrangente,
para saltar mais adiante.
Assoma Sócrates à porta
e repete que nada sabe de nada.
Olho no meu relógio de eon as pontas do holoceno piscarem.
A brisa matutina retarda as suas asas.
A madrugada cinzenta e brumosa ainda vai demorar.
A noite é bonita neste meridiano,
confunde-se com o oceano,
As pontas das estrelas queimam a lua crescente.
O céu em fogo risca a toalha dos deuses.
De oriente chegam novos reis
magos da palavra, mas nem tudo o que luz é ouro.
Ouço o ruído de lutas que começaram
ainda as águas do dilúvio não tinham secado as terras.
Hoje não secam do sangue.
E eu, entre o temor de novas invasões bárbaras
e as promessas vazias que o poente encerra,
aperto o crucifixo ouro-indigo às minhas novas vestes,
assisto mudo aos loucos que me empurram para o abismo.
A caravana impávida passa, enquanto os cães
não ladram, medram. Já cheira a deserto.
A minha boca sedenta de tangerinas,
prata, marfim, canela, chá de hortelã psicótico, açafrão.
Com as minhas malas aos pontapés,
desço pelas escadas do hotel.
Mas é com os tomates cheios de tesão
que percebo que a mocidade é refém da perfeição,
que a profundidade e a claridade do beco obscuro,
que é o idealismo dogmático acneico,
depende do amor-próprio que já houver brotado,
da tolerância e da luta que deve sempre começar cá dentro
com a minha própria djihad.
Não é erro, nem recuo. É balanço, horizonte mais abrangente,
para saltar mais adiante.
Assoma Sócrates à porta
e repete que nada sabe de nada.
Olho no meu relógio de eon as pontas do holoceno piscarem.
A brisa matutina retarda as suas asas.
A madrugada cinzenta e brumosa ainda vai demorar.
Rentrée parlamentar: Educação e política social são a preocupação dos socialistas do LSAP
Alex Bodry, presidente do partido socialista luxemburguês, e Ben Fayot, presidente do grupo parlamentar do LSAP Foto: Guy Wolff |
O presidente do grupo parlamentar do Partido Operário Socialista Luxemburguês (LSAP), Ben Fayot, aproveitou a oportunidade para relembrar os desafios que se apresentam aos membros do Governo e da Câmara dos Deputados (Parlamento) na rentrée parlamentar, marcada para 11 de Outubro próximo.
No encontro, que decorreu em 26 de Setembro, Fayot começou por recordar o repto que o presidente de partido, Alex Bodry, lançara a algumas semanas: o LSAP tem como objectivo desafiar o Executivo a dar provas de que tem uma vontade real de efectuar as reformas que se impõem no país. Reformar aS leiS da nacionalidade, escola e imigração.
Para os socialistas, os projectos-lei mais importantes terão que ser entregues à Câmara dos Deputados o mais tardar até ao final do ano. É o caso dos diplomas sobre a reforma da lei da nacionalidade (que permitirá o acesso à dupla nacionalidade, ver artigo anexo), a reforma da lei de 1912 sobre a escola, a revisão da lei da imigração de 1972 e a lei sobre a formação contínua.
Neste âmbito, Fayot apelou o Executivo a "preparar de forma organizada e conscienciosa" os textos legislativos, de modo a permitir a aprovação mais rapidamente, dentro dos prazos exigidos no Parlamento. O presidente do grupo parlamentar socialista voltou a reiterar o apoio do partido ao projecto-lei sobre a reforma da nacionalidade, tal como esboçado pelo ministro da Justiça, Luc Frieden. Único senão: segundo Fayot, o LSAP gostaria que o Governo também pensasse em promover as vantagens do multilinguismo.
E exemplificou: "Um cidadão chinês que além da sua língua apenas falasse o Luxemburguês, teria dificuldades em viver no nosso país". Uma lei da imigração adaptada às novas realidades sociais e migratórias é uma das etapas no caminho para um Estado moderno, considerou aquele responsável. Em matéria de política educativa, Fayot defendeu a actual ministra da Educação, Mady Delvaux-Stehres, do LSAP, e lembrou que esta herdou muitos problemas da sua antecessora liberal, Anne Brasseur (DP).
O LSAP exige que, neste campo, o grande objectivo continue a ser a igualdade de oportunidades para todos os alunos, independentemente da sua origem nacional ou social. A luta contra o insucesso escolar é outra das prioridades. Fayot exortou ainda o ministro das Obras Públicas, Claude Wiseler, a realizar as construções de escolas previstas no plano director sectorial.
MAIS POLÍTICA SOCIAL
A transposição das medidas da Tripartida é igualmente prioritária aos olhos dos socialistas e um dos cavalos de batalha nas sessões parlamentares que se aproximam. O LSAP anuncia, desde já, que recusará que as decisões tomadas em matéria de política das pensões e reformas seja posta em causa nas discussões sobre o Orçamento de Estado.
Os socialistas também esperam avanços do Governo, em conjunto com os parceiros sociais, na questão do crédito fiscal, bem como na luta contra o desemprego. ...E EUROPEIA Trabalhar por forma a vencer os atrasos de que o país padece na transposição das directivas europeias será outra das preocupações dos socialistas. Fayot solicitou ainda que os deputados se interessem mais pela política europeia. Para o LSAP, os parlamentares deveriam contribuir para converter a política comunitária em tema de discussão no seio da sociedade civil. Sobretudo depois do resultado do referendo sobre a Constituição Europeia, os responsáveis do LSAP consideram que a população espera um maior empenho do Parlamento luxemburguês nas questões comunitárias.
José Luís Correia,
in CONTACTO, 04/10/2006
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