José Luís Correia à conversa com Sylvie Mousel, da "Déierschutzliga" Foto: Á. Cruz
Em Julho, publicámos um artigo (ver CONTACTO de 26/07/02) que denunciava o facto de algumas pessoas, com menos escrúpulos, simplesmente abandonarem os seus animais domésticos ao partirem para o estrangeiro, durante férias prolongadas.
Na altura, falámos com a secretária-geral da "Lëtzebuerger Déierschutzliga" (a Liga luxemburguesa de Protecção dos Animais), Sylvie Mousel. Voltámos a falar com Sylvie Mousel mas, desta vez, para sabermos mais sobre esta Liga luxemburguesa de Protecção dos Animais.
Mousel começou por nos dizer que a Liga existe há 96 anos e foi criada sob o Alto Patrocínio da Grã-Duquesa Mariana de Bragança. Existem sete secções regionais autónomas, distribuídas nas várias zonas do país, às quais a Liga fornece todo o apoio financeiro, quando necessário, ou jurídico, quando estas avançam com processos em Tribunal.
A Liga gere um orçamento anual de aproximadamente 3.500.000 francos, fundos que provêm de um subsídio da Edilidade da capital, dos seus sete mil membros (5 euros de quotização anual cada) e de donativos vários.
A Liga trata, entre outras coisas, da campanha de castração de gatos, através da sua Secção de Dudelange. Mas as suas preocupações e acções de protecção alargam-se a todos os animais, domésticos ou não.
Relações conflictuosas com os caçadores
Mousel falou-nos ainda das relações conflituosas com as associações de caçadores. A instituição contesta, nomeadamente, a lei que autoriza os caçadores a dispararem sobre um gato se este estiver a mais de 300 metros de uma localidade.
A "Déierschutzliga" tenta também acabar com os sistemas de labirinto controlado onde as raposas capturadas são submetidas a caçadas virtuais, "o que é psiquicamente terrível para o animal", acusam. Os caçadores negam a existência de tais instalações.
Relativamente ao período que se segue ao nascimento das crias das raposas, a Liga está a tentar intervir junto do Governo para que este prolongue o tempo de caça proibida de seis para quinze ou dezoito semanas, defendendo que este é o tempo mínimo necessário para as crias aprenderem a sobreviver sozinhas.
Também contestada é a forma como os caçadores supostamente usariam animais vivos, como faisões criados em cativeiro ou gansos de asas presas, para treinar os seus cães para a caça. Para Setembro, está já agendada uma reunião entre a "Déierschutzliga" e os caçadores para tratar destes e doutros problemas.
Dá-se recompensa para mutiladores de cavalos
Para concluir, Sylvie Mousel quis ainda chamar a atenção para a recompensa de 1700 euros, que está a ser dada às pessoas que tenham informações ou ajudem a identificar os autores das mortes e mutilações de vários cavalos, que tiveram lugar recentemente entre Leudelange e Roedgen e em Bertrange, ou contactando a Polícia Judiciária de Esch/Alzette (Comissário Krings), pelo tel. 53 18 19-805. Para mais informações pode contactar a "Lëtzebuerger Déierschutzliga", sediada no n°33, rue Adolphe, na Cidade do Luxemburgo, ou pelo tel. 45 45 35 (aberta das 8 às 12h e das 14 às 18h; encerrada aos sábados, domingos e feriados).
José Luís Correia,
in CONTACTO, 23/08/2002
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