Hillary Clinton ou Donald Trump, qual o próximo ocupante da Casa Branca? A resposta chega na terça-feira, 8 de novembro. Entretanto, meio mundo está expectante e anseia pelo mal menor.
A campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas entrou na sua última semana e é seguida há meses por quase todo o planeta, que sustém a respiração e espera pelo cenário menos pior.
Hillary Clinton está à frente de Donald Trump nas sondagens. A democrata recolhe 47% das intenções de voto e o opositor 43% (segundo o site RealClearPolitics.com, à hora do fecho da edição).
Mas no dia do sufrágio pode haver surpresas, como em 2000, quando Al Gore era o favorito mas George W. Bush foi eleito. Com as consequências que todos conhecemos. Talvez por isso as presidenciais americanas suscitem tanto interesse em todo o globo.
Trump começou como um ’outsider’ risível, depois conquistou o eleitorado republicano, afastou os candidatos mais sérios e liderou as sondagens durante meses. Mas agora está em recuo, devido a controvérsias relativas a declarações sobre como considera e trata as mulheres, os povos latinos, os afro-americanos e até os seus empregados. Mas também pela falta de transparência das suas finanças. Trump é o seu próprio pior inimigo, autor de disparates, insultos e ofensas que fazem corar qualquer político e sentir-se embaraçado todo o campo republicano, o que lhe tem valido ver cada vez mais apoiantes do ’Grand Old Party’ dizerem abertamente que votarão nos Democratas pela primeira vez.
E, no entanto, Trump tem seguidores que o apoiam cegamente. Como aquele apoiante afro-americano que na semana passada foi a um comício do magnata na Carolina do Norte e acabou sendo expulso por o considerarem um opositor, simplesmente por ser negro. O homem rechaçado admite que vai, mesmo assim, votar em Trump (!?). Um amigo meu diz que Trump só se candidatou para provar que é possível fazer pior que W. Bush.
Com tudo isto, como não preferir Hillary, que se pode tornar na primeira mulher no cargo máximo do poder nos EUA? Pois, mas o que poderia ser, afinal não parece assim tão óbvio. É que Hillary também tem esqueletos no armário. Apesar de gozar de uma relativa boa nota na opinião pública pelos seus papéis de Primeira Dama e senadora, o escândalo Benghazi e o caso que o FBI investiga sobre ter utilizado o seu correio eletrónico privado para tratar de emails estatais pôs em questão o seu desempenho como secretária de Estado. Também o dossier imobiliário Whitewater manchou a sua reputação.
Com o barulho das luzes ninguém viu nada: o teatro das presidenciais nos EUA afastou para segundo plano o acordo de livre comércio CETA, assinado no domingo entre a UE e o Canadá. Um tratado que elimina barreiras alfandegárias, mas parece favorecer mais as multinacionais do que os cidadãos e pode levar à desregulamentação da economia, do mercado do trabalho e ao desmantelamento dos direitos sociais.
José Luís Correia
in Contacto, 02.11.2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
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