O momento em que pude trocar dois dedos de conversa com Gonçalo M. Tavares, no Salão do Livro e das Culturas, no sábado, 19 de Março de 2011
Foto: Paulo Lobo
Da dispersão e da contemplação
A momentos tantos do debate com GMT, este falou da dispersão em que hoje em dia nos deixamos ir, falou da falta de tempo para a contemplação e de sermos "reféns e escravos das urgências".
Sobre isto, fez notar que "reparar" significa também "olhar de forma mais atenta", mas para isso é preciso pararmos, pararmos e olharmos, pararmos duas vezes: "re-parar". Para contemplar, temos que parar.
E, acrescento eu:
Reparar também quer dizer "consertar", consertar algo que está partido ou avariado. Hoje em dia, andamos desmotivados, deprimidos, stressados, exaustos, física e mentalmente, porque não paramos, não nos autorizamos o tempo de parar.
Para nos curarmos das novas doenças dos tempos modernos - stress e afins - é preciso parar. Para nos consertarmos, temos que parar. Para nos auto-consertarmos, repararmo-nos, temos de olhar melhor por nós próprios.