"Kinneksbond" é o nome do novo Centro Cultural de Mamer, que abre neste fim-de-semana de 30 e 31 de Outubro oficialmente ao público.
Um novo centro cultural com um programa e uma equipa ambiciosos, já que da agenda 2010/2011 fazem parte operetas, ballets, concertos sinfónicos e até uma peça de teatro em português e alemão: a "A Tempestade", de William Shakespeare, numa co-produção com A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA), de Faro, a estrear em Fevereiro e sobre a qual já aqui escrevemos na edição anterior.
"Os espectáculos agendados são co-produções ou foram comprados, mas no futuro queremos ter as nossas próprias produções. Temos de encontrar a nossa identidade e saber mostrar o que nos diferencia dos outros centros", diz a directora Sylvie Martin, que quer tornar o Kinneksbond num lugar não só de cultura, mas de inovação e criação. É nesse sentido que o centro vai ter, além de salas de ensaio e exposições, grupos residentes como a fanfarra "Harmonie Gemeng Mamer", uma escola de música da UGDA (Union Grand-Duc-Adolphe, federação luxemburguesa dos conjuntos de música), e a orquestra de câmara "Les Musiciens". Outro dos objectivos do novo centro é atrair o público tanto da capital como da região circundante e zonas fronteiriças, aproveitando a sua localização: Mamer fica logo a seguir a Strassen, a uma dezena de quilómetros da capital e de Arlon (Bélgica). Ao mesmo tempo, "o Kinneksbond pretende assumir-se como o grande centro cultural da região oeste do país", diz o burgomestre Gilles Roth.
Depois do liceu Josy Barthel e da nova Escola Europeia, ainda em construção, o Kinneksbond é a nova jóia da coroa da cidade. O centro custou 20 milhões de euros e foi concebido pelo arquitecto Jim Clemes, o mesmo que assinou a Gare de Belval e o novo Tribunal de Contas da UE, no Kirchberg. O centro cultural tem 2.300m2, linhas simples, amplas e modernas, grande vidraças, um foyer com cores quentes e acolhedoras, e um adro que dá directamente sobre a route d'Arlon. A acústica da sala esteve ao cuidado de Albert Yaying Xu, o mesmo que trabalhou na Rockhal e na Philharmonie. A sala tem capacidade para 434 pessoas, é modulável para espectáculos ou jantares de gala, dispõe de um fosso para orquestra, um dos únicos do país podendo acolher 62 músicos, e o palco pode abrir nas traseiras sobre um anfiteatro onde podem ser apresentados espectáculos ao ar livre, no Verão, por exemplo.
Para já, "o único senão é o orçamento anual de 250 mil euros anuais, metade dos quais vão para salários, e isto apesar de a equipa contar, por ora, apenas com três pessoas", admite o presidente do centro, Jean Morby, acrescentando que já escreveu à ministra da Cultura para pedir uma subvenção, como as que recebem outros centros culturais do país.
A directora mostra-se optimista. "Temos muitas ideias que queremos concretizar e para isso temos também que encontrar mais parceiros e patrocinadores", lança Sylvie Martin, como um repto.
Para apresentar ao público o centro, são organizados dois dias de "portas abertas" neste fim-de-semana. No cardápio, um programa ecléctico e variado, à imagem do que o centro se quer tornar, com concertos, teatro, dança, ateliês e sessões de leitura para os mais pequenos, entre outras atracções. Entre as actuações estão convidados de prestígio da cena artística nacional: a cantora Sasha Ley e o seu trio de jazz Kalima, o trompetista Ernie Hammes, o cabaretista Jay Schiltz, o quarteto de Greg Lamy, a bailarina Sylvia Camarda, o escritor Josy Braun, o único romancista luxemburguês a ter um livro publicado em Portugal, entre outros. O programa completo do fim-de-semana está disponível no site do centro cultural (em www.kinneksbond.lu ).
O centro dispõe também de um "Kinnekskaart", cartão anual que dá direito a descontos de 10 % em muitos espectáculos. Mais informações pelo tel. 26 39 51 00 ou no Kinneksbond, n°42, route d'Arlon, em Mamer.
José Luís Correia,
in CONTACTO de 27.10.10
Foto: Guy Jallay/LW
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