O partido luxemburguês Os Verdes ("Déi Gréng") quer acabar com o dia de encerramento das bombas de gasolina.
Por lei e com algumas excepções à regra (por exemplo: as estações de serviço das auto-estradas), as bombas de gasolina devem encerrar, no mínimo, um dia por semana no Luxemburgo, o que acontece, normalmente, ao domingo.
Mas a actual situação pode vir a mudar, já que os Verdes luxemburgueses defendem que as estações de serviço deveriam estar abertas sete dias sobre sete e pediram já que este assunto fosse discutido na próxima reunião da comissão parlamentar das Classes Médias.
Porque razão as lojas não ficam abertas até mais tarde no Luxemburgo?
Adivinha-se já uma contra-ofensiva por parte dos sindicatos, que no Luxemburgo têm lutado afincadamente nos últimos anos contra todo o tipo de alargamento de horários laborais nos estabelecimentos comerciais.
Nesta luta, os sindicatos têm-se confrontado com os sindicatos do patronato, com várias uniões de comerciantes locais, com a Câmara Luxemburguesa do Comércio e até contra os pareceres e as indicações do Governo.
O executivo e os comerciantes preconizam mais flexibilidade e alargamento dos horários de abertura dos comércios no Luxemburgo, sobretudo depois das 18h e aos fins-de-semana, por forma a não deixar "fugir" o poder de compra dos residentes para as zonas comerciais que se têm vindo a instalar nas zonas fronteiriças alemã, francesa e belga, onde as lojas ficam abertas até muito mais tarde, sábados e domingos, inclusive. Têm igualmente alertado para a situação de crise económica e para essa concorrência desleal contra a qual não podem lutar.
O Governo luxemburguês lançou até uma campanha que visa promover o Grão-Ducado como "principal pólo comercial da Grande Região" (zona que inclui a Valónia, a Lorena, o Luxemburgo, a Sarre e a Renânia Palatinato), mas a realidade é que na última década o país foi sendo literalmente "cercado" por parques comerciais, grandes superfícies e zonas de outlets (lojas de fábrica com venda directa ao público) que se têm instalado e concentrado do outro lado da fronteira luxemburguesa e à qual acorrem residentes luxemburgueses e transfronteiriços, atraídos pelos horários mais compatíveis com a sua vida profissional e familiar, bem como pelos preços praticados.
Os sindicatos luxemburgueses, por seu lado, de cada vez que os horários laborais no comércio vêm "à baila" sobem o tom e denunciam o facto de o patronato querer avançar com essas "flexibilidades" em detrimento das condições de trabalho e dos direitos dos trabalhadores.
JLC
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