"Perder-me para melhor me reencontrar..." , esta frase tem andado a atormentar-me nestes últimos dias.
Tenho feito como Thoreau, sem pretensões de reescrever o seu "Walden", nos meus tempos perdidos tenho andado deambulando pelas florestas, campos, pradarias, estradas, caminhos e trilhos deste burgo. Para melhor me compreender e compreender tudo o que gira à minha volta. Para tentar encontrar a ideia original, saber quem sou, donde venho, onde quero ir, o que quero contar, o que quero deixar de mim aqui, ir ao fundo de mim e saber o que significa a palavra escrever e o próprio acto em si.
Andar pela floresta é como perder o olhar no céu de estrelas à noite: o espectáculo que se me oferece deixa-me tão maravilhado que as geografias e as dimensões das coisas e dos objectos se alteram, acabo por diluir-me nesse todo que parece infinito e fico reduzido perante mim próprio à (in)significância do meu tamanho cósmico e do impacto que poderei ter ou terei de facto no espaço e no tempo.
Mas reduzir tudo à fracção mais infinitesimal possível, ao mais pequeno denominador comum, no meio do nada, em mim, obriga-me também a reposicionar-me no mundo e em mim mesmo.
Posso até nem ter revelações extácticas, epifanias arrebatadas ou chegar a conclusão alguma, mas sei, tenho essa íntima convicção - e essa é das poucas coisas que realmente sei saber - , que o caminho é por aí, dentro de mim, por mais que erre ou divague, e que, mais cedo ou mais tarde, há-de haver nem que seja uma tímida clareira!
sábado, 22 de agosto de 2009
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