sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sábado, 22 de novembro de 2008

As primeiras neves e o bailado cadente


Cairam as primeiras neves do Inverno. Hoje quando acordei, da janela do meu quarto via todo o Bambësch, o Limpertsberg e a encosta de Eich polvilhados de branco. Senti um sabor doce de Natal antes da época, um gosto a vinho quente com canela no céu da boca, os sinos de Weimerskirch badalavam Kirchberg acima e as luzes dos candeeiros públicos apagavam-se para deixar a manhã nascer branca e serena.

Gosto de sentir a neve a estalar debaixo dos meus pés, do frio a cocegar o nariz, do cheiro do cachecol novo, de ouvir o riso das crianças quando escorregam com os trenós, fazem batalhas de bolas de neve ou correm a moldar no barro branco bonecos de neve com narizes de cenoura.

Mas prefiro ainda quando estou do lado de cá da vidraça, de observar o lento bailado cadente dos flocos dançando, das minhas mãos buscando o reconforto em volta da chávena de leite com chocolate fumante, dos biscoitos de anis, das tuas madeixas loiras no meu peito, do teu sono de anjo sobre o meu corpo no sofá vermelho de todos os nossos pecados.

3 comentários:

Sweet Temptation disse...

mmmmhhhh, conheco esta paisagem de algum lado.

Alexandre Gaspar Weytjens a.k.a. José Lus Correia disse...

claro que conheces, Cookies, é a paisagem desde o nosso leito de amor ;-)

Anónimo disse...

Nice pic!