sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Combustível ecológico

Automóveis a todo o gás!

O despertar ecológico dos anos 80 com as marés negras, a catástrofe nuclear de Chernóbil, o buraco na camada de ozono, o sobreaquecimento global, levou a que cada vez mais pessoas se sentissem pessoalmente empenhadas em contribuir para que se faça marcha atrás na poluição "sustentada" do planeta desde a revolução industrial e acelerada no século XX.

Mas ainda antes do Protocolo de Quioto (1997), os construtores automóveis começaram a fabricar veículos com outras energias que não as poluentes tradicionais, inspirados quiçá por uma genuína preocupação ecológica, para responder à fibra verde dos automobilistas ou lançando já as bases de tecnologias energéticas às quais terão de qualquer forma que recorrer quando o petróleo se extinguir.

O gás natural foi uma das alternativas consideradas viáveis a curto prazo, porque os motores eram fáceis de construir e a energia era mais limpa do que a gasolina ou o gasóleo, com menos cerca de 25% de emissões de dióxido de carbono.

Recalcitrantes de início, mais por desconhecimento do que por resistência a uma novidade, os automobilistas foram percebendo que além de mais barato, menos poluente, o gás era também o mais seguro dos combustíveis e que o risco de explosão era até menor do que nos veículos com outros combustíveis líquidos.

Nos automóveis a gás não existe perigo de explosão, pois além do gás natural ser mais leve do que o ar, o sistema de armazenagem e compressão é dotado de válvulas de segurança que se fecham em caso de rompimento, além de este possuir um sistema de exaustão caso ocorra um vazamento. Outro factor de segurança na utilização do gás é que, no momento do abastecimento do veículo na bomba, a operação é feita sem contacto com o ar, o que impede qualquer possibilidade de combustão.

Como incentivo à utilização deste tipo de veículos, a empresa luxemburguesa Soteg (www.soteg.lu ) oferece um prémio de mil euros aos 100 primeiros compradores de um automóvel a gás no Luxemburgo. Os automóveis a gás começaram a ganhar terreno nos anos 90. Não só cada vez mais marcas apostam em modelos com esta tecnologia ecológica, mas as próprias bombas de gasolina com instalações preparadas para abastecer automóveis com gás natural multiplicam-se a grande velocidade pelo Mundo e pela Europa. E o Luxemburgo não é excepção.

EXPLOSÃO DAS VENDAS

A associação "Lëtzebuerg gëtt Gas" ("O Luxemburgo dá gás!") anunciou a 15 de Janeiro que a rede de estações de serviço públicas com estas instalações especiais vai ser alargada a breve prazo de duas para sete. Actualmente, existem quatro estações de serviço deste tipo no país – duas públicas, em Merl e no Findel, e duas de empresas privadas. Entretanto, está em estudo a implantação de mais duas em Bascharage e Schifflange, estando igualmente em projecto as de Schengen, Grevenmacher e Mersch. Os veículos a gás foram introduzidos no Grão-Ducado em 1994. Eram então quatro e abasteciam-se na estação da Sudgaz em Esch/Alzette.

O primeiro autocarro a gás da companhia de transportes públicos TICE, também de Esch, começou a circular em 1995. Hoje, a companhia possui 37 veículos com este combustível limpo.

Em 2001, começaram a ser comercializados no país os primeiros modelos em série de automóveis a gás. Mas apenas uma marca importava esse género de veículos para o Grão-Ducado, o que explica que no início do ano passado circulassem no país apenas 24 automóveis a gás. A "explosão" das vendas destes veículos deu-se precisamente em 2006, tendo actualmente o número duplicado. Duas dezenas de automóveis deste tipo foram já entretanto encomendados por particulares.

Década e meia após a introdução destes veículos no mercado, circulam no planeta cerca de 5,5 milhões de automóveis a gás, dos quais uma grande maioria na Argentina (1,4 milhões de veículos), Brasil (1,2 milhões) e no Paquistão (um milhão).

A nível europeu, é incontestavelmente a Alemanha que lidera o pelotão da frente ecológico, com 720 estações de serviço onde este combustível pode ser encontrado para 50 mil carros a gás na via pública. Seguem-se-lhe a Itália, com 571 estações (e 402 mil carros), a Rússia com 206, a Ucrânia com 125, a Suíça com 71 (e 3 mil carros), a Suécia com 67, a França com apenas 15 e a Bélgica com quatro (o mesmo número que no Grão-Ducado), isto segundo dados recolhidos no site www.gibgas.de, na internet.


José Luís Correia (in Contacto, 31.01.07)
Photo: O Honda Civic GX Sedan foi considerado um dos veículos mais amigos do ambiente em 2008 pela
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