sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Anna Politkovskaja


in memoriam

Anna Politkovskaja assassinada


A jornalista russa Anna Politkovskaja foi assassinada sábado, dia 7 de Outubro, à porta de casa, em Moscovo. Segundo o jornal em que trabalhava desde 1999, o bissemanário Nóvaya Gazeta, a jornalista estava a preparar uma reportagem sobre as torturas sistemáticas na Chechénia.

Politkovskaja lutava há muito pela (verdadeira) liberdade de imprensa na Rússia, denunciando o que o presidente Valdimir Putin (ex-KGB) continua a apelidar de "democracia à maneira russa". Era uma das jornalistas mais críticas da política do Kremlin. Era perseguida e recebera ameaças de morte pelos serviços secretos russos, pelo exército e por outras agências de segurança de Estado, organismos que tinha criticado fortemente nos artigos que publicou. Escapou em 2005 a uma tentativa de envenenamento, um dos métodos kagebistas soviéticos mais frequentes para eliminar inimigos.


Desde que Putin chegou ao poder, no início de 2000, 12 casos de homicídio de jornalistas ficaram por resolver, segundo a União de Jornalistas da Rússia. O assassinato de Politkovskaja, que foi encontrada morta com quatro tiros à porta de sua casa, no centro da capital russa, foi condenado por todas as forças políticas russas e organizações internacionais como o Repórteres Sem Fronteiras (RSF).


Anna Politkovskaja nasceu em Nova Iorque em 1958. Fez carreira como jornalista de investigação e tornou-se conhecida fora da Rússia pelas reportagens críticas que fez na república separatista da Chechénia, onde escreveu sobre assassínios, torturas e espancamentos civis pelas forças russas. Por essas reportagens, Politkovskaja recebeu vários prémios de jornalismo, entre os quais a Caneta de Ouro (da União de Jornalistas da Rússia), em 2001, o de Pen Club International, em 2003, e o Prémio Jornalismo e Democracia da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE). A jornalista também escreveu um livro sobre a política de Putin para a Chechénia, no qual apresentava provas dos abusos generalizados cometidos pelas forças governamentais contra civis. O seu mais recente livro chamava-se "A Rússia de Putin".

2 comentários:

Lis disse...

O mundo precisava de mais mulheres e homens assim...corajosos, determinados. Vivemos com medo, demasiado medo...

Lis disse...

Silêncio...