Juncker dedicou o prémio ao povo luxemburguês Foto: Marc Wilwert |
O prestigiado Prémio Carlos Magno ("Karlspreis"), anualmente atribuído pela cidade de Aachen (Aix-la-Chapelle, em francês) a personalidades e instituições que se empenham na unificação da Europa, foi este ano atribuído ao primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, por este ser "um europeísta convicto e um motor da integração europeia", segundo disse Jürgen Linden, burgomestre daquela cidade alemã.
A cerimónia decorreu a 25 de Maio na Câmara Municipal de Aachen, na presença de 800 convidados, entre os quais os membros do Governo luxemburguês, o casal grão-ducal e muitos outros grandes vultos do mundo político europeu. Alguns desses são antigos laureados com o galardão, como o antigo chanceler alemão Helmut Kohl, o ex-presidente francês Valérie Giscard d'Estaing, a ex-presidente do Parlamento Europeu Simone Veil, e o político polaco Bronislaw Geremek.
"Continuarei a lutar pela Constituição europeia"
No seu discurso, Juncker dedicou o prémio à população do seu país e disse que os europeus devem estar orgulhosos do que realizaram em comum nos últimos 50 anos.
Apelando a uma solidariedade entre os povos e declarando-se contra uma União Europeia que fosse apenas uma "zona económica de livre câmbio", o chefe de governo luxemburguês disse ser necessário "envolver os trabalhadores na [construção europeia], dando-lhes direitos mínimos europeus. (...). Temos que aprender com os sucessos europeus do passado e não deixar este prédio desmoronar-se (...) Enquanto não houver uma declaração de óbito, continuarei a lutar prela Constituição Europeia", afirmou convicto. O Grão-Ducado é o recipiendário deste prémio pela terceira vez.
O primeiro galardoado com esta distinção foi o ministro dos Negócios Estrangeiros Joseph Bech, em 1966. Vinte anos depois, em 1986, foi o próprio povo luxemburguês a ser distinguido pelo seu empenho na causa europeia. O Prémio Carlos Magno foi criado em 1950 e é considerado uma das maiores distinções europeias. Em 2005 premiou o presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi. O prémio já foi atribuído a personalidades como Jean Monnet (1953), Winston Churchill (1955), Robert Schumann (1958), Rei Carlos de Espanha (1982), Henry Kissinger (1987), François Mitterand (1988), Jacques Delors (1992), Tony Blair (1999) e Bill Clinton (2000).
José Luís Correia
in CONTACTO, 31/05/2006
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