sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quarta-feira, 22 de março de 2006

Ministra da Educação reafirma: "É importante conhecer as quatro línguas escolares"


A ministra da Educação admite que a escola luxemburguesa é muito selectiva e quer mudar o estado das coisas Foto: Guy Jallay
A reforma há muito esperada e mesmo reclamada no Ensino vai mesmo acontecer? Pelo menos é o que parece, a avaliar pelas novidades que a ministra da Educação quer introduzir. Dividir o sistema de ensino luxemburguês em ciclos, introduzir um bac (exame de fim de estudos francês) internacional nas escolas públicas, avançar com um novo sistema de avaliação dos alunos e de auto-avaliação das escolas e nomear directores para os estabelecimentos de ensino primário foram as novidades apresentadas este domingo pela ministra da Educação, Mady Delvaux-Stehres, no debate sobre o plurilinguismo proposto pelo Comité de Ligação e Acção de Estrangeiros (CLAE) no Festival das Migrações.

As exigências línguísticas da escola luxemburguesa fazem com que esta seja "efectivamente muito selectiva", admitiu a ministra. "O sistema de avaliação tem que ser mudado," considerou. Delvaux-Stehres adiantou que pensa introduzir brevemente um novo sistema de avaliação dividido em três partes: escrita, oral e compreensão. A ministra pretende também que o Ensino Precoce deixe de ter apenas função de "infantário" e passe a incluir uma componente mais estimulante para as crianças, como, por exemplo, um "despertar para as línguas".

Segundo a titular da pasta da Educação, "o mais importante é os alunos conhecerem as quatro línguas escolares do país: alemão, francês, inglês e luxemburguês. Já o grau de conhecimento de cada língua pode variar consoante a orientação profissional que o aluno pretender seguir". A ministra relembrou que os alunos luxemburgueses também enfrentam dificuldades com o francês. A introdução de ciclos no ensino levaria à seguinte divisão no sistema escolar: Pré-Escolar, um ciclo; Primária, três ciclos de dois anos cada; Secundário, dois ciclos ("7éme"/"8éme" e "9éme"/"10éme").

A ministra diz que desta forma se pode avaliar o aluno por ciclos e não por ano lectivo, podendo cada criança completar o ciclo de acordo com o seu ritmo. Segundo a responsável pela pasta da Educação, estes esforços de mudança visam combater "o drama dos alunos que saem sem formação profissional e sem diploma da escola".

AS PROPOSTAS DO CLAE 

Para o presidente do CLAE, o catalão Antoni Monserrat, apesar de 39,4% do tempo escolar ser dedicado ao estudo das línguas no Primário e 34,4% no Secundário – média muito superior à europeia –, milhares de alunos continuam a matricular-se em escolas belgas e francesas por o seu nível de alemão não corresponder às exigências da escola luxemburguesa, caso decidam seguir determinadas áreas do ensino clássico. Exemplo: as enfermeiras.

Depois de formadas, são cerca de mil a regressarem anualmente ao Luxemburgo, encontrando aqui emprego apesar de não falarem luxemburguês nem alemão. Maria-Luisa Caldognetto, da Comissão Escolar do CLAE, lembrou à ministra e ao público as propostas daquele Comité para o Ensino: é preciso deixar de falar em trilinguismo e preferir o termo pluringuismo, considerando as línguas da imigração uma mais-valia para o país e não um problema; a escola deve ser acessível a todos; aprendizagem da língua materna no Secundário; escolarização precoce e pré-escolar em luxemburguês; reformar os métodos de alfabetização em alemão, adaptando-os a todos, ou alfabetização em luxemburguês; estabelecer níveis de conhecimento; e formação de professores adaptada a estes objectivos, entre outros.

Para que todos os alunos sejam tratados de forma igual no ensino luxemburguês, Monserrat lembrou ainda que o CLAE reivindica uma "via escolar única" e não duas vias, como existem actualmente (clássico e técnico).

José Luís Correia e Liliana Miranda 
in CONTACTO, 22/03/2006

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