O jornal francês Le Monde elegeu hoje o artista dissidente chinês Ai
Weiwei a personalidade de 2011, num ano em que os protagonistas foram
“as revoltas”.
O Le Monde destacou que mais do que ser uma
“estrela da arte contemporânea, como Damien Hirst, Jeff Koons ou
Maurizio Cattelan”, o artista chinês converteu-se no “arauto de uma nova
dissidência que se expressa, sobretudo, através da Internet”.
“Como
os anónimos de Tunis e do Cairo, os ‘indignados’ de Madrid ou Wall
Street, Ai Weiwei representa, à sua maneira, lúdica e rebelde, o impulso
que leva um homem sem qualidade a converter-se no sujeito da sua
própria história”, resumiu o jornal.
O artista chinês realizou
este ano uma exposição na Modern Tate de Londres e em abril foi detido
quando se preparava para deixar a China, tendo ficado preso durante três
meses, o que desencadeou uma onda de indignação e de solidariedade por
todo o mundo.
Depois de libertado, foi acusado de fraude fiscal e
intimado pelo fisco chinês a pagar 1,7 milhões de euros, mas conseguiu
recorrer pagando cerca de metade do valor através de milhares de
doações. O artista tem afirmado que o imposto foi uma forma de o
silenciar.
Em outubro, Ai Weiwei, 54 anos, foi eleito a
personalidade do ano mais influente do mundo da arte pela revista
britânica Art Review.
Em 2010, o Le Monde elegeu o australiano
Julian Assange, fundador do portal Wikileaks, como figura do ano. Um ano
antes, em 2009, foi o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva
quem inaugurou a distinção anual do diário francês.
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