sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os escritores portugueses contemporâneos e a difícil relação com "o enredo" e "a narração"

"(...) No palco de Ernestina ou de La Coca [de J. Rentes de Carvalho], encontramos um enredo, essa entidade que é o lince da Malcata da nossa ficção.

A narração e o enredo são raros em Portugal, porque implicam a colocação das personagens num espaço concreto, num cenário social, cultural e político. Ou seja, um enredo implica um certo retrato da realidade. E esse é precisamenteo problema: a ficção portuguesa tem alergia à realidade portuguesa. É como se os portugueses fossem indignos de aparecer na prosa supina dos nossos oráculos literários. Lemos romances portugueses, mas não vemos lá dentro os portugueses, não sentimos lá dentro o cheiro e o pó do Portugal de hoje ou dos Portugais do passado. Onde estão os frescos sobre a Lisboa dos anos 2000? Onde estão os romances sobre os subúrbios?(...)"

Henrique Raposo
(artigo "J. Rentes de Carvalho, o inesperado biógrafo de Portugal", in revista "LER" n°104, Julho/Agosto de 2011)
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