A demissão do Presidente egípcio Hosni Mubarak “era previsível” mas são poucos os partidos que estão organizados para as eleições e “o único que o está seriamente é a Irmandade Muçulmana”, disse hoje Ângelo Correia à Lusa.
Correia, presidente da Câmara de Comércio Luso-Árabe e especialista em assuntos do Médio Oriente, falou hoje à agência Lusa sobre a demissão de Mubarak, que “era previsível”.
Ângelo Correia considera que o Egito “não tem partidos preparados para eleições”, e aponta “a Irmandade Muçulmana como a única força seriamente organizada para vencer”.
A Constituição egípcia determina eleições em 60 dias, e Correia assevera que não há partidos ou movimentos organizados.
No entanto, aponta a Irmandade Muçulmana, movimento religioso e político “que já tem setenta anos e está sempre organizado”, apesar de a sua representatividade se limitar a “vinte por cento” do eleitorado, sublinha.
“A Irmandade Muçulmana vai ter que fazer melhor” para chegar ao poder, salienta.
Mas no seu ponto de vista e numa atitude meramente pessoal “há uma pessoa que reúne no Egito um enorme sentido de simpatia, respeito e honorabilidade que é Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe”.
“Amr Moussa é um homem respeitado no Egito e fora dele, quer no Golfo quer no Ocidente”, defende.
Ângelo Correia disse à Lusa que se tivesse que emitir uma opinião, e não um conselho, “seria vantajoso para o Egito um Governo de unidade social”.
"Os problemas são tantos e tão difíceis de superar e com uma necessidade de resolução a longo prazo que é importante, é necessário termos presente que todos os egípcios vão ser necessários", sublinhou o especialista.
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