sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sábado, 7 de agosto de 2010

Meu amor azul / My blue love


Fitas-me de outro século

com inocência e ousadia
sinto-te corar no azul
quando finalmente reparo em ti
não sabes quem sou
mas foi para mim que sorriste
e a tua presença iluminou o dia.

Olá! como te chamas?,
eu sou apenas um viajante
que ia por aqui passando
com destino sei lá já para onde
quando me deteve a cambraia do teu lenço
o horizonte dos teus ombros
a linha dos teus cabelos,
o movimento do teu rosto,
o desenho dos teus lábios
e o teu olhar.

Não rompes o silêncio estranho da estação,
tão estranho a esta hora da tarde,
Não respondes, continuas a sorrir-me.
E eu já perdi a correspondência.




Estação de São Bento, Porto, 2010
Foto e texto: JLC

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