Fitas-me de outro século
com inocência e ousadia
sinto-te corar no azul
quando finalmente reparo em ti
não sabes quem sou
mas foi para mim que sorriste
e a tua presença iluminou o dia.
Olá! como te chamas?,
eu sou apenas um viajante
que ia por aqui passando
com destino sei lá já para onde
quando me deteve a cambraia do teu lenço
o horizonte dos teus ombros
a linha dos teus cabelos,
o movimento do teu rosto,
o desenho dos teus lábios
e o teu olhar.
Não rompes o silêncio estranho da estação,
tão estranho a esta hora da tarde,
Não respondes, continuas a sorrir-me.
E eu já perdi a correspondência.
Estação de São Bento, Porto, 2010
Foto e texto: JLC
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