Cerca de 10 % dos habitantes do Luxemburgo têm rendimentos anuais que ultrapassam, em média, os 56.280 euros, segundo um estudo recente do Centro de Estudos das Populações, Pobreza e Políticas Sócio-Económicas do Luxemburgo (CEPS/Instead).
Por categoria profissional, estes altos rendimentos pertencem a, por ordem decrescente: funcionários europeus e de outras instituições internacionais (35 %); funcionários públicos luxemburgueses (20 %); independentes (16 %); e "employés privés", ou empregados por conta de outrem (14 %).
Por nacionalidade, são os cidadãos da União Europeia os que dispõem, na sua grande maioria, dos mais altos rendimentos do país. A grande excepção são os portugueses e os italianos, tendo em conta a sua sobre-representatividade no resto da população com ordenados baixos e médios relativamente aos dos funcionários europeus dessas nacionalidades. Os luxemburgueses estão representados timidamente nos altos rendimentos, mas constituem a grande maioria da classe média superior, mostra o estudo.
A maioria dos altos rendimentos pertencem a pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos, no auge ou praticamente no término da sua carreira profissional, e que residem, maioritariamente (60 %), na capital ou em Capellen, onde o preço dos terrenos e das habitações também são os mais elevados, quando apenas 30 % da população total do país reside nesses cantões (distritos). Inversamente, o cantão de Esch/Alzette, que reagrupa 34 % da população total, conta apenas 16 % de moradores com rendimentos altos.
Os rendimentos da maior parte das pessoas consideradas "ricas" provêm de um trabalho remunerado. São 75 % neste caso. Os restantes "afortunados" têm rendimentos pessoais que provêm de investimentos (5 %), transferências privadas (1 %) e reformas ou pensões (11 %).
Ainda segundo o CEPS/Instead, os 10 % mais ricos do Luxemburgo auferem ordenados ou dispõem de rendimentos três vezes e meia superiores aos 10 % mais pobres.
Os rendimentos das pessoas mais pobres do país rondam os 16.100 euros/ano, enquanto a maior parte da população tem, em média, rendimentos que chegam aos 29.680 euros anuais, 1,8 vezes superior aos rendimentos mais modestos.
Mais estudos = melhor ordenado
José Luís Correia (in Contacto, 16.04.08)
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