sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Quer mesmo, senhor primeiro-ministro?

O Governo luxemburguês anuncia que quer promover a inscrição dos não luxemburgueses nas listas eleitorais. Mas não adianta nada relativamente ao alargamento do prazo de inscrição para os não luxemburgueses que, recordo, continua a ser de um ano e meio (18 meses!) antes dos escrutínios.

Ou seja, os estrangeiros que desejem participar nas eleições europeias de Junho de 2009 devem inscrever-se até Dezembro de 2007!!! O que deixa, na prática, pouco mais de quatro meses de campanha ao Governo luxemburguês, se esta for lançada, na melhor das hipóteses, até Maio, a acrescer ao facto de nos dois meses de Verão os estrangeiros se ausentarem do país.

Será que até o cidadão estrangeiro mais bem informado, mais atento e interessado na "coisa política", sabe que já só tem até ao fim do ano para se inscrever?

Será que o Governo já boicotou o sucesso da campanha ao lançá-la tão tardiamente? Teremos direito depois ao habitual desfile dos políticos benevolentes, lamentando, lacrimosos, que tão poucos estrangeiros tenham aderido a tão generosa oferta?

E mesmo se Jean-Claude Juncker se diz a favor da "participação do maior número", mais uma vez "não bate a bota com a perdigota". O primeiro-ministro anuncia uma coisa, mas o Governo não mostra indícios de vontade de deixar os estrangeiros participarem nas eleições legislativas, como propuseram deputados socialistas e as juventudes partidárias socialistas e liberais.

As legislativas acontecem na mesma data das europeias, o que deveria ser a oportunidade ideal para colmatar a lacuna de democracia de que o país padece! Um país onde apenas 60% da população elege os membros do Parlamento.

José Luís Correia (in Contacto, 11.04.07)

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