Cristina Areia, Fernando Mendes e Carlos Areias Foto: M. Dias |
Do já célebre trio que todos conhecemos da série "Nós, os ricos", apenas Carlos Areias o pôde acompanhar. A vinda de Rosa do Canto estava igualmente prevista, mas a acttiz sofreu um acidente nas vésperas da viagem e não os pôde acompanhar, para seu e nosso desgosto. Quem veio, para nosso prazer, foi a jovem actriz Cristina Areia e a cantora Cândida Branca-Flôr, de quem já tínhamos saudades de ouvir cantar e ver em palco. Apesar de poucos... foram bons!
Um verdadeiro espectáculo de revista à portuguesa com sketches cómicos e canções, ao qual o público se rendeu, desde os primeiros instantes, nos dois dias de espectáculo, tanto na capital, como em Differdange. O nosso Jornal teve a oportunidade de falar com os quatro artistas, sobre as impressões da sua passagem pelo Grão-Ducado. Quisemos também conhecer alguns dos seus novos projectos.
"As pessoas têm saudades deste tipo de espectáculo" Fernando Mendes mostrou-se satisfeito com o acolhimento a que teve direito ao chegar ao Grão-Ducado, dizendo que "o Luxemburgo foi o país da Europa onde fomos mais bem recebidos e onde o público aderiu melhor, com sorrisos, com aplausos e se deslocou em grande massa, para ver o nosso espectáculo". "Sentimos que as pessoas têm saudade deste tipo de espectáculo", disse Fernando Mendes, tentando explicar o sucesso desta "revista à portuguesa", que já levaram aos Estados Unidos, Canadá, Suiça, Alemanha e que brevemente estará em Paris. Fernando Mendes reconhece que a grande afluência a esta revista tem a ver com o grande sucesso da sitcom "Nós, os ricos," que passa regularmente na RTPi e que vai terminar brevemente.
Adiantou-nos, igualmente, que já recebeu convites para outros canais de televisão, para integrar projectos do mesmo género. Enquanto os projectos em televisão não avançam, confessou-nos que gostaria, e já há muito que pensa nisso, montar uma revista no Parque Mayer. "Pano para mangas" Carlos Areias, o actor que interpreta o papel do mordomo em "Nós, os ricos" reconheceu que, apesar de ser um actor sobejamente conhecido em Portugal, a sua carreira deu um salto, nomeadamente junto dos emigrantes, a partir do momento em que esta série começou a ser transmitida pela RTPi.
Carlos Areias lamenta um pouco o fim desta série já que, segundo ele, "há pano para mangas", o que é preciso é pegar bem no casaco. Sobre projectos futuros, disse não saber ainda nada de concreto, mas admitiu que o mesmo elenco da série vai provavelmente continuar junto, mesmo se for noutro projecto, ou noutro canal. "Mais uma novela, e Cinema talvez" Provando que "filho de peixe, sabe nadar", a actriz Cristina Areia, é filha de Carlos Areias e constituía o terceiro elemento deste elenco cómico.
Cristina Areia também não deixou de frisar a maneira carinhosa como foi recebida pelos espectadores portugueses do Luxemburgo. "Os espectáculos, para os nossos emigrantes, são sempre os mais emocionantes, porque nos acolhem com um carinho tão grande, que é quase sempre um público melhor do que o público português, lá em Portugal", disse.
No Luxemburgo o nome de Cristina Areia é pouco conhecido, mas em Portugal é já, apesar de jovem, uma conhecida actriz de revista, teatro e televisão. "Eu trabalho para os canais todos, mas vocês aqui só vêem a RTPi!", disse, como a edesculpar-se, com um sorriso. Foi precisamente na RTPi que a vimos recentemente na telenovela "Os Lobos".
É já em Janeiro, disse-nos, que vai começar a gravar uma nova novela da RTP, que deve estreiar no Verão na RTPi. Confiou ainda, estar à espera de um projecto para cinema, mas que, entretanto, gostaria de continuar a fazer espectáculos com o Fernando Mendes, que já acompanha há vários anos.
"Quero ajudar crianças abandonadas" Cândida Branca-Flôr, esteve pela última vez no Luxemburgo, há cerca de cinco anos. Desta vez regressou, mas trazida por um projecto diferente. Inseriu-se, naturalmente, nesta revista onde alternavam os sketches humorísticos com os seus maiores sucessos, com que nos brindou ao longo de quase duas horas de espectáculo. Adiantou-nos, que está já a trabalhar para o seu próximo álbum, mas que este não deverá sair antes do próximo Verão. Um álbum de originais que contará, igualmente, com alguns dos seus sucessos mais antigos, mas com arranjos novos, e canções de compositores seus favoritos, como é o caso do saudoso Carlos Paião.
Cândida Branca-Flor disse querer continuar "ligada à música, independentemente de continuar, ou não, a cantar. Gostava também de ajudar novos valores". "Tenho ainda projectos em relação a crianças portuguesas abandonadas, e tenho um convite para fazer um mega-concerto, em prol das crianças em Angola. Foram só dois dias, mas permanecerão inesquecíveis durante muito tempo, nas mentes de muitos de nós. Entretanto, fica a certeza de que os voltaremos a ver na RTPi.
José Luís Correia
in jornal CONTACTO, 03/12/1999
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