São ocasiões em que o futebol merece definitivamente o epíteto de desporto-rei. A aldeia global faz o mundo minguar, e uma bola a deslizar num relvado no cabo de outro continente faz palpitar os corações nas nossas latitudes.
Nestas alturas, muitas são as pessoas que para demonstrar o apoio a uma selecção hasteiam ou colocam bandeiras à janela. As bandeiras portuguesas são por ventura das que mais se vêem no Luxemburgo. Não só porque os portugueses são dos mais febris fãs do futebol e da selecção das quinas, mas também porque constituem quase 20 % da população, e é durante este tipo de eventos que mais se orgulham das suas origens e do seu futebol e o demonstram.
No futebol, somos assim.
As bandeiras estrangeiras desfraldadas em apoio das selecções protagonizaram mesmo uma polémica que incendiou o país em 2006, durante o Mundial de Futebol na Alemanha. Em dois editoriais publicados na imprensa luxemburguesa que despoletaram mal-estar na comunidade portuguesa, acusava-se os imigrantes de estarem "na ilegalidade", alegando-se que era "proibido expor uma bandeira de outra nação sem pôr ao lado a bandeira nacional [luxemburguesa]".
Uma lei que afinal se demonstrou não existir, segundo apurou o CONTACTO na altura, nada impedindo os fãs de expor as bandeiras dos seus países, com ou sem a bandeira luxemburguesa ao lado.
Fontes da Procuradoria luxemburguesa, do Ministério da Justiça e do Ministério do Estado (responsável pela protecção dos símbolos de soberania) disseram ao CONTACTO desconhecer tal lei que, a existir, seria tão obscura que nem o Estado luxemburguês sabe da sua existência.
A Polícia grã-ducal também desconhece qualquer proibição de exibir bandeiras estrangeiras, e não tem "qualquer intenção de autuar privados por causa das suas bandeiras nacionais", disse na altura ao CONTACTO o porta-voz da instituição, Vic Reuter.
Polícia promete "tolerância zero" nos festejos
Mas nem tudo é permitido. Esta semana, a Polícia emitiu um comunicado em que pede aos que seguem o Mundial para respeitarem o descanso dos outros cidadãos, sobretudo após as 22h.
No comunicado divulgado, a Polícia grã-ducal avisa que não tolerará excessos, como o bloqueio de ruas e provocações entre adeptos.
José Luís Correia
texto e fotos
(in CONTACTO de 16.06.2010)
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