sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
-
cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Obama or McCain? Don't Vote!



Excelente campanha de sensibilização!

Miss Portugal no Luxemburgo 2009: 8 de Novembro

Miss Portugal no Luxemburgo 2009

Já votei na minha candidata preferida a Miss Portugal no Luxemburgo 2009, das 12 finalistas em liça. Os votos estão abertos em linha no site www.missportugal.lu ou em www.missportugalnoluxemburgo.com, mas desde ontem também por SMS pelo tel. 64343. (0,47 euros/por sms)
Nesse mesmo site, a associação Onda Jovem, promotora do concurso, convida os internautas a visualizar igualmente o shooting efectuado no Centro Boxing Club do Luxemburgo pelo fotógrafo oficial do evento, Paulo Lobo. Pessoalmente prefiro as primeiras fotos, magníficas, cheias de glamour, também da autoria do Paulo.
A final tem lugar a 8 de Novembro no Centro Cultural de Bonnevoie.

As 12 candidatas a Miss Portugal no Luxemburgo 2009
Foto: Paulo Lobo

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vincent Delerm - Tes parents

FNAC e Galeria Lafayette no Centre Hamilius

FNAC e Galerias Lafayette
no Centre Hamilius


O conselho comunal da cidade do Luxemburgo discutiu na última sessão a reabilitação do Centro Hamilius (junto à place Aldringen onde e à central de paragem de autocarros no centro da cidade do Luxemburgo), tendo aprovado projectos para dois centros comerciais. Os 36 mil m2 de espaço livre deverão acolher dois grandes centros comerciais.
Segundo a estação televisiva luxemburguesa RTL, trata-se das Galeries Lafayette e da loja FNAC, ambas vindas de França.

in Contacto, 22.10.08

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Who's Nick Pitera? ... An amazing voice!



"One Sweet Day" from Mariah Carey & Boyz 2 Men. For those of you who don't like this music, just, please, listen to the voice of Nick Pitera.

domingo, 19 de outubro de 2008

Diractors: mais espectadores que em 2007

Festival de cinema luxemburguês

Diractors: mais espectadores
que em 2007

A segunda edição do Festival do Filme "Diractors" que o Luxemburgo organiza desde 2007 para homenagear actores-realizadores fechou domingo com "balanço bastante positivo", anunciava satisfeita a organização. Contribuíram, por certo, para este "segundo acto" bem sucedido as novidades que marcaram o certame.

Primeira boa notícia: o público acorreu em maior número do que em 2007 e isto apesar de a edição inaugural ter contado com uma estrela de fama mundial, Sophie Marceau.

À semelhança do ano passado, as "cartes blanches" (debates com actores e realizadores) e todos os outros encontros em que era possível aos espectadores conversarem com as estrelas, foram os que registaram mais afluência. Foi o caso da exibição de "Märzmelodie", película do alemão Martin Walz, que assinalou a abertura oficial do certame, mas também de "Das Herz ist ein dunkler Wald", de Nicolette Krebitz. O cinema germanófono havia sido o grande esquecido da edição inaugural e a organização quis assim "corrigir o tiro" este ano, preocupado em seduzir o público luxemburguês.

Emmanuelle Béart, sex symbol da sétima arte francesa, veio apresentar quinta-feira à noite o filme "Vinyan", fazendo-se acompanhar do realizador belga Fabrice du Welz. Segundo o que a própria actriz confiou, foi a ocasião para revisitar o Luxemburgo, lugar onde chegou a passar, por diversas ocasiões, férias em criança.

A "carta branca" com o realizador luxemburguês Luc Feit, sexta-feira à tarde, mercê do convite que este dirigira aos seus colegas Pol Cruchten e Achim von Borries, transformou-se numa cativante discussão e troca de experiências entre profissionais, a que o público assistiu interessado.

O documentário autobiográfico "Elle s’appelle Sabine", que Sandrine Bonnaire realizou sobre a sua irmã autista e os périplos que isso lhe fez viver, foi um dos filmes que mais atraiu o público. Na "carte blanche" que se seguiu ao filme, sábado à tarde, numerosos foram os espectadores que não quiseram deixar de partilhar emoção e compaixão com a realizadora.

Momento inesquecível foi ainda a participação da actriz Amy Redford, que esteve a falar em directo via satélite desde Nova Iorque com os espectadores presentes no Ciné Utopia, em Limperstberg, após a exibição do filme "The Guitar".

A Cinemateca viu-se este ano integrada ao programa. O histórico ciné-teatro recebeu a visita dos compositores de música para filmes Gabriel Thibeaudeau (Quebeque) e Jean-Marie Sénia (França), além do Octuor de France, que interpretou obras de Max Linder, do tempo do cinema burlesco e mudo.

Graças ao sucesso granjeado nesta segunda edição e a uma maior afluência do público, o único festival de cinema luxemburguês confirma que está para durar. A organização aproveitou aliás para marcar as datas da próxima edição: de 14 a 18 de Outubro de 2009. A notar, desde já, na agenda.

JLC (in Contacto, 22.10.08)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Nas dunas...


Para sudoeste, para onde começa o Sahara

Atenção, passagem para camelos!


À alta velocidade, pelos caminhos de areia


Dunas abaixo...


derrapando, empanando, nunca travando

Um dos nossos condutores


"Le désert, l'immensité, le vide...", como dizia Tarek, o nosso guia

Yucef, o beduíno



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tozeur, às portas do deserto do Sahara








Encontro-me na cidade de Tozeur, a cerca de 450 km ao sudoeste da capital tunisina, Tunes, e a 400 a oeste de Djerba. A cidade é conhecida por ser um dos oásis às portas do deserto do Sahara. Um impressionante palmeiral de mil hectares (400 mil palmeiras de tâmaras) dividido por mil pequenas hortas e jardins foi plantado em volta desta cidade de mais de 30 mil habitantes.

domingo, 12 de outubro de 2008

Viagem às portas do deserto

Hoje viajo para o sul da Tunísia.

Itinerário para cinco dias:
- ilha de Djerba
- Matmata (aldeia berbere)
- Douz (porta do deserto)
- o lago salgado Chott El Jerid
- a cidade de Tozeur
- os oásis de Chebika, Tamerza e Mides
- a zona de Oung Jmal
- as gargantas de Selja

sábado, 11 de outubro de 2008

Festival DirActors, de 15 a 19 de Outubro

O festival dos actores-realizadores

"Este é um festival aberto a todos, os bilhetes e os passes estão à venda para o grande público, não estão reservados a elites ou a um público restrito". Esta a principal mensagem que fazem questão de transmitir os organizadores do Festival de Cinema "DirActors", que decorre de 15 a 19 de Outubro nos cinemas Utopolis, Utopia e Cinemateca da cidade do Luxemburgo.

Emmanuelle Béart e Sandrine Bonnaire são duas das famosas estrelas de cinema presentes na segunda edição deste festival sobre actores-realizadores.

Este ano, o evento muda ligeiramente de nome – na primeira edição era "dirActor's cut" e agora apenas "diractors"–, por ter havido mal-entendidos sobre a sua finalidade. O título inicial pretendia-se um trocadilho com a expressão "director's cut", ou seja, a versão revista e aumentada que um realizador faz de um filme, enquanto este festival pretende homenagear os actores que resolveram um dia passar para trás da câmara, à semelhança do que fizeram Charlie Chaplin ou mais recentemente Sean Penn e Clint Eastwood.

Os encontros com as estrelas são possíveis aquando das primeiras projecções dos filmes e nas sessões "Cartes Blanches". Emmanuelle Béart está presente dia 16, às 19h, no Utopolis, para a projecção de "Vinyan", filme de Fabrice Du Welz. A primeira "carta branca" conta com Sandrine Bonnaire, sábado, dia 18, às 14h30, no Utopia, para a exibição de "Elle s'appelle Sabine", filme autobiográfico sobre a sua irmã autista. A segunda "carta branca" é dedicada a quatro filmes luxemburgueses, três de Luc Feit – "Ferkel", "Dessous" e "W"–, e "Nuit Amère", de Pol Cruchten (dia17, 15h45, Utopia).

Além destes, estarão ainda presentes nomes como Martin Walz, Achim Von Borries, Nicolette Krebitz, Martin Provost, Safy Nebbou, Marion Laine, Maud Linder, Laetitia Colombani, Dominque Abel e Fiona Gordon, entre outros.

O realizador português Manoel de Oliveira chegou a ser ventilado como convidado deste ano, mas "não virá por estar presentemente no México", lamentou Suzel Pietri, da organização (n.d.R.: o realizador participa no Congresso da Cultura Ibero-Americana, onde foi homenageado na semana passada).

São 13 os filmes em exibição e em absoluta ante-estreia no Luxemburgo, entre outros: "Appaloosa", de Ed Harris, com Viggo Mortensen e Renée Zellweger; "Coluche", de Antoine de Caunes; "Mes Stars et Moi", de Laetitia Colombani, com Catherine Deneuve, Kad Merad, Emmanuelle Béart e Maria de Medeiros; "Then she found me", de Helen Hunt, com Colin Firth, Bette Milder e Matthew Broderick; e "The Visitor", de Tom McCarthy. Os filmes são exibidos no horário normal das sessões de cinema. A programação, assim como datas e horários detalhados podem ser consultados no site do evento em www.diractors.org ou pelo tel. 42 95 11-500.

Bilhetes: 5 euros; tarifa reduzida, 4 euros. Passes para 5 sessões, 20 euros; tarifa reduzida, 15 euros.

José Luís Correia, in Contacto, 08.10.2008

Museus by night é hoje: 11 de Outubro

Oitava edição da Noite dos Museus a 11 de Outubro

Os Museus da cidade do Luxemburgo ("d’stater museeën") organizam no sábado, dia 11 de Outubro, a oitava edição da "Noite dos Museus" ("La Nuit des Musées"), uma sessão nocturna especial nos principais espaços museológicos da capital by night (à noite).

Entre as 18h e a 1h da manhã (bilheteiras abertas até às 00h30), os museus propõem visitas guiadas, encontros de artistas, intervenções musicais, espectáculos, performances de dança, entre outras actividades, além de surpresas gastronómicas. Uma linha de autocarro ("navette") assegura a ligação entre os diversos museus.

Os bilhetes custam, em pré-venda: 10 euros para adultos, e 5 euros para jovens até aos 18 anos e estudantes; na bilheteira, 12 euros para adultos e 6 euros para jovens até aos 18 anos e estudantes. Entrada gratuita para crianças até aos 12 anos.

Mais informações sobre o programa e visitas guiadas propostas em www.nuit-des-musees.lu ou pelo tel. 22 50 45.


JLC
, in Contacto, 08.10.2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tito Paris este sábado no Conservatório da cidade do Luxemburgo

Tito Paris, o príncipe da música cabo-verdiana

Depois de ter passado pelo Grão-Ducado em 1999 e 2002, o "príncipe da música cabo-verdiana", Tito Paris, regressa para um concerto no Conservatório da cidade do Luxemburgo (n°33, rue Charles Martel), em Merl, este sábado, 11 de Outubro, às 20h, numa iniciativa da PangaeaMusix.

Baterista, baixista, compositor e intérprete, o artista, hoje com 45 anos, mistura harmoniosamente os estilos tradicionais do seu arquipélago, como as mornas, as coladêras e o funaná, com influências da música portuguesa, angolana ou moçambicana, bem como do Brasil e do mundo.

Nascido no Mindelo, na ilha de S. Vicente, em Cabo Verde, o artista instalou-se a partir de 1982 em Lisboa, onde começou por trabalhar com outro célebre músico e compatriota seu, Bana. O seu primeiro álbum saiu em 1985 e desde aí já editou mais seis, tendo actuado em mais de meio milhar de concertos no mundo inteiro, contando ainda numerosas colaborações com artistas dos quatro cantos do planeta.

Segundo a crítica, Tito Paris tornou universal a música cabo-verdiana, sem a descaracterizar. Foi também ele que em 1985 produziu o primeiro álbum de Cesária Évora.

A primeira parte do concerto de Tito Paris é assegurada por Njamy Sitson, artista originário dos Camarões, mas radicado em Augsburgo, na Alemanha, e que é especializado em polifonia e percussão africanas.

Os bilhetes custam 28 euros (cat. A) e 24 euros (cat. B) em pré-venda no site www.luxembourgticket.lu ou no Conservatório da cidade do Luxemurgo, Grande Teatro, Luxembourg City Tourist Office (LCTO), Abadia de Neumünster, Centro das Artes Plurais de Ettelbrück (CAPe) e no Esch City Tourist Office; na noite do espectáculo custarão 30 euros na bilheteira. Mais informações pelo tel. 47 08 95-1 (de segunda a sexta-feira, das 10 às 18h30) ou no site www.panmusix.org , na internet, ou pelo tel. 661 771 203.

A PangaeaMusix volta a trazer ao Luxemburgo outro artista cabo-verdiano dentro de um mês, desta feita Mário Lúcio, vocalista do lendário grupo Simentera, que a 12 de Novembro actuará, às 20h, na Igreja do St. Esprit, em Cents, na capital.

José Luís Correia, in Contacto, 08.10.2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Prémio Nobel da Literatura 2008 atribuído ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio

A Academia Sueca atribuiu hoje o Prémio Nobel da Literatura 2008 ao escritor francês Le Clézio.

Segundo a Academia Sueca, o autor francês caracteriza-se como sendo um “escritor da ruptura, aventura poética e êxtase sensual, explorador de uma humanidade mais além e na base da civilização reinante”. O que impressiona mais é a sua escrita revolucionária, indignada, revoltada contra o mundo onde impera o materialismo, e a sua acérrima defesa em prol dos mais fracos e desfavorecidos.

De ascendência britânica por parte do pai e bretão por parte da mãe, Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu em Nice, no sul da França, a 13 de Abril de 1940. Terá escrito, diz-se, o seu primeiro livro aos sete anos durante uma viagem até à Nigéria. Desde aí já escreveu mais meia-centena de obras e a sua literatura, dos ensaios aos romances, continuou impregnada das viagens que mapearam a sua vida e das culturas que cruzou.

Licenciado em Letras, vence aos 23 anos o Prémio Renaudot. Foi professor nas Universidades de Bristol, Londres e actualmente em Albuquerque, nos Estados Unidos, onde vive. Em França, é considerado por muitos, desde os anos 90, o "maior escritor vivo da língua francesa".

No próximo dia 10 de Dezembro receberá em Estocolmo um cheque de 10 milhões de coroas suecas (1,02 milhão de euros), valor do prémio nobel da literatura.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O meu cais de abrigo, longe dos barulhos do mundo




É aqui que os Cadernos do Gaspar são escritos,
é aqui que desagua a minha prosa
quando extravasa as minhas margens
é aqui que brota a minha poesia
que os meus manuscritos são reescritos
revistos, corrigidos, re-reescritos
é aqui que os meus rabiscos arabescos
rascunhos gatafunhos, esquissos ariscos
tomam forma
é aqui que me deixo inspirar por vezes,
intimidar também, pelas obras e sombras de meus mestres
pelas minhas musas, pelos meus amores e dissabores
pelas minhas aventuras, desventuras e aventuranças

Aqui
longe dos barulhos do mundo

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Referendo sobre o aborto em Portugal : um filme + um debate

Abadia de Neumünster, no Grund / 13 de Outubro
Um filme e um debate sobre o aborto em Portugal
Em Fevereiro de 2007, os portugueses eram chamados às urnas para se pronunciarem em referendo sobre a despenalização do aborto, lei que viria a entrar em vigor em Junho do ano passado.
A Abadia de Neumünster e os Amigos do 25 de Abril (A25A) regressam à temática que dividiu Portugal através da exibição do documentário "Convicções", no dia 13 de Outubro, pelas 19h, na sala A21 da abadia, no Grund.
Realizado por Julie Frères, o filme parte do quotidiano de quatro mulheres com convicções radicalmente opostas sobre a questão. A película prossegue com a campanha referendária pró e contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dos bastidores à cobertura dos media, passando pelos confrontos verbais e as manifestações que saíram à rua.
"Convicções" recebeu a menção especial de melhor longa-metragem portuguesa no 5° Festival do Cinema Documental de Lisboa, "Doclisboa 2007". O filme é uma co-produção belgo-franco-portuguesa (Tribu Films, Les Films de l’Après-Midi, Filmes do Tejo), tem a duração de 55 minutos, e será exibido na versão original portuguesa, com legendas em francês.
O serão, que contará com a presença da realizadora, será seguido de um debate.

JLC, in Contacto, 24.09.09

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hábitos imobiliários da comunidade portuguesa no Luxemburgo

No âmbito da XI Semana da Habitação, que decorre entre 3 e 6 de Outubro no centro de conferências e feiras Luxexpo, no Kirchberg, conduzi uma série de entrevistas com agentes imobiliários sobre os hábitos dos portugueses do Luxemburgo nesse sector.

Portugueses estão a renovar o caduco parque imobiliário luxemburguês

Nos últimos 20 anos, a maioria dos portugueses no Luxemburgo preferiu comprar uma casa para renovar do que adquirir um apartamento novo. Com essa prática, estão a ajudar a renovar o envelhecido parque imobiliário do país.

Quando se emigra, a primeira preocupação é o emprego, depois a melhoria das condições de vida e finalmente uma melhor habitação.

Começa-se por arrendar o que está dentro das possibilidades financeiras, até porque a emigração começa por ser considerada como temporária, embora tenha tendência, quase sempre, para se ir dilatando no tempo.

No Luxemburgo, de locatários, nos anos 60 e 70, os portugueses passaram progressivamente a proprietários, durante os anos 80 e 90.

A tendência continua. Mais quais são os hábitos de aquisição imobiliária da nossa comunidade, num momento de crise internacional no sector, mas com o Grão-Ducado entre os únicos países a registar um número de pedidos crescente de novas construções?

"Os portugueses gostam de ter uma casa. Enquanto há clientes que preferem começar por arrendar e ser proprietários muito mais tarde, o português que reside no Luxemburgo pensa logo em comprar. Nem sempre alcança logo o que deseja, mas vive e trabalha para isso", assegura Carla Pedrosa, da agência ImmoAssur. A agente imobiliária chama-lhe "ambição tipicamente portuguesa", mas segundo ela, isso também se deve ao facto de serem pessoas que emigraram. "Quando se emigra é para ter uma vida melhor. Ter casa é sinónimo de ter conseguido essa aposta", diz. "O português sempre procurou adquirir um bem imobiliário porque gosta de investir onde mora", afirma de sua experiência Cristina Veigas, da agência C&L. "E porque se apercebeu que a 'pedra' (leia-se "o bem imóvel") é um valor seguro e nunca se perde dinheiro quando se compra uma casa no Luxemburgo", acrescenta. António Fonseca, da agência AFIL, não hesita em afirmar que "o imobiliário valoriza até mais que o próprio ouro".

INVESTIR NA "PEDRA"

Segundo as duas primeiras agentes imobiliárias, a maioria dos seus clientes portugueses podem investir entre 250 a 300 mil euros quando pensa em comprar casa.

Já os clientes portugueses de Sandra Lopes, da agência Slimmo, "dispõem de um orçamento que pode ir até 400 mil euros". Também segundo Tzvetan Marinov, um búlgaro que dirige a Braun Immo, "os portugueses procuram apartamentos até aos 300 mil euros e casas até aos 400 mil". A mesma experiência tem António Fonseca. Segundo este, a maioria dos seus clientes lusos investe "cerca de 300 mil euros num apartamento, e entre 350 e 380 mil numa casa". "Mas tudo é relativo", acrescenta logo de seguida. "Já tive clientes que investiram em casas de 700 mil euros. Por exemplo, em Differdange, existe toda uma zona com casas novas que custam 500 mil euros e 80 % dos compradores eram portugueses", refere.

Cristina Veigas confirma: "Os portugueses que estão cá há mais tempo e que já possuem um bem, vão vendê-lo para comprar outro num valor que pode ir até aos 400 ou 500 mil euros".

António Fonseca lamenta, no entanto, que os portugueses não se tornem mais frequentemente proprietários de casas novas. "Ainda há quem não tenha percebido que um bem imobiliário novo sai mais barato do que um em segunda mão", critica, referindo-se às obras de renovação ou à troca de instalações caducas nas habitações mais antigas.

De facto, todos estes agentes imobiliários observam que a maioria dos portugueses prefere comprar uma casa para renovar do que um apartamento novo. Uma tendência que não é só portuguesa.

Segundo Cristina Veigas, "com um orçamento igual, de 400 mil euros, por exemplo, um português ou um jugoslavo preferem uma casa grande, mesmo velha; um luxemburguês vai preferir um bom apartamento".

Mas como confirmam todos os agentes, isso acontece porque geralmente quem compra casas grandes e velhas são casais entre os 30 e os 40 anos, com um ou dois filhos. Procuram assim habitações com três quartos ou mais, entre os 120 e os 130 m2, "porque além dos 120 m2 para um apartamento ou 140 m2 para uma casa, as pessoas não podem beneficiar das ajudas do Estado", salienta Carla Pedrosa, embora a atribuição das ajudas também dependa dos vencimentos de cada lar.

Carla Pedrosa traça o retrato do cliente-tipo através de um exemplo. "Vamos imaginar que um cônjuge ganha 1.800 euros, o outro 1.500, e têm dois filhos, pelos quais recebem 500 euros de abono de família, o que dá 3.800 euros. Têm um carro a pagar: 400 euros/mês. Sobram 3.400. Para um banco, um casal precisa de, no mínimo, 40 % do que ganha para viver, ou seja, este casal não pode pagar mais do que 1.300 euros/mês. Por esse valor, os empréstimos por 25 anos não vão muito além dos 250 mil euros."

"Claro que há casais que estão acima dessa média", ressalva a agente da ImmoAssur, "mas a maioria encontra-se nesse patamar, outras estão abaixo, porque basta a esposa trabalhar 'a negro' e não poder apresentar as fichas de salário exigidas pelos bancos para o empréstimo não ser aceite".

"Embora existam bancos que aceitem o dinheiro ganho 'a negro' para acordar o empréstimo. Ora, como ter a certeza que o cliente tem ou não esses vencimentos e se são regulares? Foi esse tipo de práticas que também 'dopou' o imobiliário na última década", denuncia um outro agente imobiliário que pediu para não ser identificado.

Portugueses preferem comprar uma casa para renovar do que um apartamento novo

Cristina Veigas faz a mesma análise: "Alguns portugueses não podem dar mais do que 280 mil euros por uma casa. A esse preço só se encontram apartamentos com mais de 10 anos, com um ou dois quartos, ou casas velhas. É complicado encontrar no mercado um bem em bom estado e pronto a ser habitado nessa fasquia de valores. Felizmente, os nossos compatriotas não têm duas mãos esquerdas e conseguem revalorizar depressa esse bem. O importante para o cliente português é ter a sua casinha e depois o resto vai-se fazendo. Essa mão-de-obra por conta própria ou com a ajuda de familiares é hoje um bem precioso."

"Quando os clientes são jovens ou pessoas que não sabem ou não têm a possibilidade de fazer obras por si próprios, aconselhamo-los a optarem por um apartamento onde possam residir durante cinco anos e só depois pensarem numa residência maior", diz a responsável da C&L.

Para Sandra Lopes, "os jovens também já compram casas ou apartamentos para renovar, como a primeira geração fez". Carla Pedrosa regozija-se com o facto de os jovens portugueses já terem "a mentalidade de querer comprar assim que conseguem trabalho".

Cristina Veigas e Tzvetan Marinov analisam outra tendência: os portugueses recém-chegados compram uma habitação, mesmo pequena, assim que podem, mais depressa do que o fizeram os seus compatriotas nos anos 70.

O mesmo observa António Fonseca: "Os portugueses que estão cá há pouco tempo, quer dizer, há menos de 10 anos, perceberam mais depressa do que os imigrantes mais antigos que deviam investir no imobiliário".

CASAS DE SONHO OU DESEJOS IRREALISTAS ?

"Quando o cliente chega, traz na ideia a casa dos seus sonhos: uma vivenda com jardim, garagem, vários quartos", conta Cristina Veigas.

"Vocês vêm de uma país com muito sol, estão habituados a viver muito no exterior e uma casa com jardim para os portugueses é uma das exigências", garante o agente búlgaro.

António Fonseca considera que muitos clientes são irrealistas "porque não têm ideia do que vão pagar nem conhecem os preços do mercado".

"Preços irrealistas, todos procuram, não são só os portugueses", tempera Tzvetan Marinov.

"Não é que as pessoas sejam irrealistas", diz por seu lado Carla Pedrosa, "nem é porque não queiram comprar um bem por 400 mil euros, mas muitas vezes o banco não lhes vai emprestar porque não têm essa possibilidade financeira".

Todos os agentes imobiliários asseguram que grande parte do seu trabalho passa primeiro por dar ao cliente conhecimento da realidade do mercado.

"Até o cliente entender que o que deseja não corresponde às suas posses, visitamos com ele várias casas para perceber o estado do mercado. O cliente depois revê as suas prioridades", revela Carla Pedrosa. "As pessoas não têm muitas vezes posses financeiras porque quando vêm comprar casa, esquecem-se que têm outros empréstimos a decorrer", alerta Cristina Veigas. Carla Pedrosa não hesita em qualificar esses empréstimos, como, por exemplo, o que se contrai para comprar automóvel, de "permanentes", já que "as pessoas mudam de carro, em média, de quatro em quatro anos. E isso tem de ser contabilizado quando se pensa na compra de uma casa".
"A nossa função é aconselhá-lo para o bem imobiliário mais indicado, que mais se aproxime do que procura e que possa pagar", admite igualmente António Fonseca.

Cristina Veigas lamenta que "nem sempre a situação financeira do cliente coincide com as suas exigências e há que sacrificar alguns dos critérios. Cabe-nos a nós fazer-lhes compreender que a sua casa de sonhos não é a casa a que podem aspirar financeiramente. Pelo menos, naquele momento. A opção acaba por ser um apartamento sem jardim, sem garagem ou uma casa velha".

DO VELHO SE FAZ NOVO

Segundo dados do Observatório da Habitação do Luxemburgo, mais de 70 % das casas e apartamentos que se venderam entre 2006 e 2007 no país tinham mais de 10 anos, ou seja, apenas um terço eram habitações consideradas recentes. Um estudo feito em 2003 pelo Centro Universitário para o Observatório Social Urbano de Esch, e que se apoiava em dados do Statec, revelava que 48 % do imobiliário nacional era anterior a 1960 e 37 % anterior aos anos 90, representando assim 85 % do parque imobiliário luxemburguês. Apenas 14,5 % eram construções feitas após 1991. Ainda segundo dados de 2003 do Ministério do Interior (Programa Director do Ordenamento do Território, parte A), 75 % do imobiliário está nas mãos de proprietários, dos quais dois terços por herança e um terço por aquisição.

"A construção de habitações tem vindo a aumentar, há hoje muito mais casas e apartamentos novos no mercado do que há 10 anos, mas nós não temos trabalhado praticamente com habitações novas, porque não é o que a maioria dos nossos clientes procura", atesta Carla Pedrosa.

Segundo António Fonseca "os jugoslavos têm hábitos de compra imobiliários semelhantes aos portugueses, gostam de comprar grandes casas porque têm famílias grandes, e renovam-nas com a ajuda de família e amigos, como nós!".

À saída de uma das agências, um cliente que havia escutado a nossa entrevista aproximou-se de nós.

"Sabe, quando eu cheguei ao Luxemburgo em 1970, as casas eram todas cinzentas, mesmo as que não estavam sujas com o fumo das fábricas. Quando os portugueses começaram a comprar casas, pintaram-nas de todas as cores. Fomos nós que demos cor a este país, escreva aí, não se esqueça, hein...", insiste.

"Blague" à parte, o facto persiste. Devido à escassez de recursos financeiros para investirem em imobiliário recente, à facilidade em fazerem renovações, ao "know-how" que possuem, os portugueses (e os jugoslavos também) têm vindo a renovar parcialmente, nas últimas duas décadas, o caduco parque imobiliário luxemburguês. Fenómeno para o qual, infelizmente, ainda não foram apurados dados suficientes pelos organismos competentes.

Segundo agentes imobiliários: "Preços do imobiliário não estão a baixar, mas a reajustar-se"

Na última década registou-se um prodigioso aumento do preços das casas e apartamentos no Luxemburgo. Com a crise internacional no sector, o Luxemburgo resiste estoicamente, embora os preços tendam agora a recuar ou a estagnar.

"Em 10 anos, os preços duplicaram, triplicaram até!", lança Tzvetan Marinov, da agência Immo Braun.

A subida dos preços ficou a dever-se, segundo Cristina Veigas, da imobiliária C&L, à procura sempre crescente, mas também devido aos preços que iam sendo praticados por comparação. "O raciocínio era: se o meu vizinho vendeu a casa por 600 mil, então a minha, que é melhor, vale 700. Mas os preços dos bens anunciados na imprensa não correspondem ao preço a que finalmente serão vendidos, que desce sempre 20 ou 30 %", explica.

Carla Pedrosa, da ImmoAssur, também denuncia: "As pessoas vêem os anúncios e imaginam que aqueles são preços reais. Os anúncios indicam o preço que o proprietário quer, mas esse valor quase sempre é revisto em baixa aquando da venda."

Para Sandra Lopes, da agência Slimmo, "é difícil fazer perceber a um proprietário que o preço que pretende para a sua casa está além do valor real".

Alguns dos agentes confiam já ter recusado ocupar-se da venda de uma casa por considerarem que o preço pedido era demasiado elevado para o valor real.

"Sou pelo ajustamento dos preços. Quem vende tenta tirar o melhor partido, quem compra quer fazer o melhor negócio e eu sou a intermediária. Se sei que o bem está sobreavaliado, recuso-o, porque não me interessa coleccionar bens", garante a responsável pela C&L. Também a dirigente da ImmoAssur confia recusar vender um bem quando considera que não está ao preço do mercado, "porque sei que não vou conseguir vendê-lo". "Quando são 30 ou 40 mil euros a mais, ainda aceito, mas por vezes, o proprietário quer valores muito acima do valor real", afirma.

Para Carla Pedrosa, alguns bancos tornaram-se "cúmplices" da especulação imobiliária. "Não controlavam, concediam facilmente empréstimos e deixavam o cliente comprar um bem acima do seu valor real". Embora existam", ressalva, "instituições, como os bancos portugueses, em geral, ou a BHW, que enviam sempre um arquitecto antes de concederem um empréstimo".

Cristina Veigas também denuncia a espiral: "O cliente chegava a um banco, pedia um crédito para um bem cujo preço era a estimativa de uma agência. Ora, uma agência não é como um perito e nem sempre faz avaliações correctas dos imóveis. Muitos bancos fiavam-se na palavra do cliente e não pediam a um perito para proceder à avaliação do bem. O bem era adquirido por um preço mais alto do que o valor real e agora, com esta crise, o preço foi reajustado, em detrimento do cliente".

BASTA DE ESPECULAÇÃO !

"Desde 2006, os preços tendem a estagnar, mas é um simples reajustamento", analisa Tzvetan Marinov, estimando que "uma casa pode perder neste momento até 20 % do valor dado pelo comprador, se foi adquirido há poucos anos". Para corrigir logo de seguida: "Mas investir no 'tijolo' é sempre uma boa aposta".

"É uma rectificação. Os preços subiram muito e agora podem até descer", concorda Carla Pedrosa.

Segundo Cristina Veigas, "os preços das casas não vão baixar, vão reajustar-se". "Isso de se dizer que os preços estagnaram é relativo, porque em 2006 o preço do metro quadrado em Esch era de 3.100 euros e agora passou para 4 mil", analisa António Fonseca, da AFIL, para quem esta é uma "situação provisória".

Tzvetan Marinov também acredita que este é um processo cíclico e "não vai durar".

Carla Pedrosa explica porquê: "Apesar de a possibilidade de comprar ser menor porque as pessoas têm menos meios financeiros e porque os bancos já não facilitam tanto, a vontade das pessoas de se tornarem proprietárias não diminuiu".

Segundo estes agentes imobiliários, a estagnação dos preços do imobiliário pode durar um ou dois anos, mas está intrinsecamente ligada ao que acontecerá a nível internacional no sector.

"É altura para comprar... ou para vender o mais depressa possível, antes que os preços baixem ainda mais. Porque não se sabe quanto tempo vai durar a crise e se os preços não baixarão ainda mais", aconselha Carla Pedrosa.

Sandra Lopes faz a leitura do ano em curso: "Tanto a oferta como a procura eram poucas nos primeiros seis meses do ano, mas o mês de Setembro arrancou bem, há muitos bens a vender".

"As vendas vão continuar porque as pessoas estão cansadas de pagar rendas altas", conclui a agente.

"Como as vendas estagnaram, hoje há mais bens à venda. O lado positivo é que hoje o cliente tem muita escolha, o que não acontecia há cinco anos, e pode negociar um preço. A procura é muita, sempre foi, mas a diferença é que hoje a oferta também é muito maior do que há cinco anos", conclui, por seu lado, Cristina Veigas.

Longe da capital luxemburguesa ou mesmo além-fronteiras:
Casas baratas procuram-se!

"Quem casa, quer casa" e procura cada vez mais adquirir um bem imobiliário a preço modesto. Mas esses oásis ainda existem?

Unanimemente, os agentes imobiliários apontam o Sul ou o Norte como as regiões mais baratas. "Tudo o que seja longe da capital e dos centros urbanos", decretam. Os clientes seguem a rota dos preços onde as habitações são mais em conta. O êxodo já começou.

"Há muitos clientes que vivem numa casa arrendada na capital ou nos arredores da cidade do Luxemburgo e querem comprar em Esch ou Dudelange, porque dizem querer zonas com acesso fácil à auto-estrada. As pessoas geralmente gostam de ficar na comuna onde vivem, que já conhecem, só mudam se encontram algo que realmente lhes agrada. Mas o fluxo contrário, do Sul para a capital, não se verifica. As pessoas da capital escolhem Esch porque é mais barato, mas acham que Differdange é muito distante. Já as pessoas de Esch mudam-se facilmente para Differdange, porque aí os preços são geralmente mais baratos", diz Carla Pedrosa, da ImmoAssur.

Cristina Veigas, da C&L, concorda: "Differdange está a evoluir bastante. A procura para comprar casas aí tem aumentado muito. Há muito gente a vir da capital para o Sul. O contrário não acontece, os preços na capital são inacessíveis."

"Por enquanto, Differdange é mais barata a nível do imobiliário e os preços não deverão aumentar para já, porque além de a zona estar em franca expansão, a oferta lá também é maior do que procura", explica António Fonseca, da AFIL.

"Já em Esch", continua o agente imobiliário, "os preços estão a estabilizar no centro da cidade, enquanto nos arredores tendem a subir".

A responsável da C&L considera esse aumento de preços especulativo e atribui-o "à publicidade feita em torno do novo bairro de Belval". "A região menos procurada é a zona fronteiriça: Rodange, Pétange e Lamedelaine. Mas é onde existem casas a preços baixos porque são raras as pessoas que escolhem ir viver para essas localidades. Muitos consideram que fica longe da capital", diz Cristina Veigas.

"SALTAR" A FRONTEIRA

E depois há os que decidem comprar casa do outro lado da fronteira, onde o sonho está ao alcance das suas posses.

"Nos últimos dois anos, tem havido uma grande procura de casas no estrangeiro por casais portugueses e não só, sobretudo na fronteira belga e francesa. Escolhem essas regiões porque vão ter mensalidades mais pequenas nos empréstimos que contraem, pensam que é mais barato", assinala Cristina Veigas. "Mas a desvantagem", enumera, "é ter de fazer mais quilómetros para ir trabalhar e ter de escolarizar os filhos em França, já que no Luxemburgo muitos municípios pedem taxas de inscrição para alunos não residentes no território da autarquia. E não terão direito às ajudas do Estado que teriam no Luxemburgo".

"É verdade que em França, a 10 ou 15km de Esch, é possível encontrar uma vivenda com jardim pelo preço de um apartamento no Luxemburgo. São sobretudo casais jovens que se mudam para lá", nota Carla Pedrosa, acrescentando também que essas pessoas "se esquecem que vão ter de integrar as crianças numa escola francesa".

E embora defenda que "no Luxemburgo o imobiliário se valorizará sempre mais", Carla Pedrosa compreende que "muitos vão para França por necessidade, para pagar menos por mês, e que de outra forma não poderiam sonhar em ter uma casa. Há muitos prós e contras a considerar", conclui.

José Luís Correia (in Contacto, 01.10.08)

Fonte da imagem : Observatoire de l'Habitat

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Coffee-Lounge, best cappuccino in town

Coffee-Lounge, o melhor cappuccino do país

Nove e pico, a manhã está fria, como sempre. Um tecto cinzento de nuvens luxemburguês tapa o sol. Como sempre. Apetece mesmo um cafezinho. Entramos num simpático café há muito recomendado por hordas histéricas de conhecidos e amigos, o "Coffee Lounge". Na verdade, temos encontro com o Peter Runge, o proprietário do pequeno café situado no n°28, rue de la Poste, na capital. Este alemão radicado há meia dúzia de anos no Grão-Ducado havia-nos explicado que vir antes das 9h era má ideia para a reportagem do CONTACTO, porque é rush hour, hora de ponta, e não tem como largar o balcão com a multidão de adictos da cafeína que tomam literalmente de assalto o estabelecimento, assim que abre, às 6h30, e até à hora de entrada em muitas firmas.

Logo à entrada compreendemos que Peter não tem mãos a medir, prova de que o local é procurado mesmo nas horas mais calmas do dia. "Caffè Latte to go" (para levar), "Um grande cappuccino para o primeiro andar", "Um espresso e um Latte Machiatto para o segundo", as encomendas não param. O ritmo é frenético. Não fosse a simpatia contagiante de Peter e dos seus empregados, bem dispostos e sorridentes enquanto servem os clientes e nos pedem para escolher o que queremos tomar, teríamos desistido da reportagem. Mas queremos perceber porque tanta gente acorre diariamente para beber os cafés ali preparados.

O Coffee Lounge abriu há três anos e meio e hoje é um dos cafés mais frequentados do centro da capital. A localização, entre a place Aldringen e a place d'Armes, ajuda. Mas há mais. Há o serviço sempre esmerado e simpático. Há o local em si, um prédio com três pisos, estreito como um gaveto, mas decorado com charme e inteligência, com muitos espelhos e luz, mesas em madeira, assentos apoltronados. Dá vontade de ficar ali o dia todo, a bebericar café com leite, provando o bolo de cenoura caseiro e folheando a imprensa.

A arte do cappuccino
E depois há, claro, o cappuccino. Foi a sua fama que aqui nos trouxe. Enquanto conversa connosco, Peter prepara-nos um. Numa chávena pré-aquecida deita-se um espresso dopio (duplo), leite quente, com uma capa de espuma de leite. O acabamento é feito com perícia: uma flor desenhada na espuma quando o leite lhe é adicionado. "Tem que ser à primeira, se estivermos com muitas tentativas, o café fica frio e o cliente queixa-se", explica-nos o proprietário. A arte do cappuccino, revela-nos, foi-lhe transmitida por um torrefactor de Florença, que ainda hoje lhe fornece o café que ali comercializa.
Ao provarmos, compreendemos a insistência de tanta gente para que aqui viéssemos. Está delicioso! Um grande, genuíno e generoso cappuccino à italiana, com uma compacta camada de espuma de leite e um café bem encorpado.
"No cappuccino, o importante é dominar os três 'M': Máquina, Mistura e Mão", desvenda Peter. "É preciso conhecer a máquina e saber manipulá-la para tirar o melhor café. Depois, é preciso saber que quantidades de café e espuma de leite misturar. A mão que prepara tem de saber fazer o resto, a espessura da espuma, por exemplo", mostra-nos.
A dose de espresso que o cappuccino leva também tem o seu segredo. "As pessoas pensam que espresso quer dizer 'feito à pressa', mas a verdade é que significa feito 'espressamente' [expressamente] para uma pessoa ou ocasião, ao contrário do café, que antigamente era feito em grande quantidades", explica. E mais não quer dizer, ou não fosse o segredo a alma do negócio. Mas deixa escapar que usa sempre água filtrada para o café, nunca demasiada mineralizada, e leite fresco, gordo, sem ser reaquecido. "Tudo isso influencia o sabor", frisa. Depois há as preferências: cappuccino polvilhado com pó de cacau, chocolate ou xarope de caramelo, piccolo cappuccino, marocchino e por aí fora, num cardápio que parece nunca mais acabar de variedades de café misturado com tudo o que se possa imaginar de saboroso. Como o "white moccha" (leite quente, espresso, com chocolate branco no fundo do copo) ou o "monte bianco" (leite quente, espresso, pó de cacau, servido num cálice), verdadeiros "pecados" que tivemos também a oportunidade de descobrir.
"Fazem o melhor mocchaccino da cidade", diz-nos uma cliente americana habituée. "As saladas e sopas também são deliciosas", afiança-nos. Sim, porque a outra altura de grande afluência do Coffee Lounge é à hora de almoço, com um prato do dia diferente todos os dias, sendo o mais apreciado o risotto com scampis e espinafres (às quartas-feiras).
É a essa hora que se pode igualmente saborear o outro grande "achado" da casa para atrair clientes: o bagel, especialidade famosa na América do Norte e no Reino Unido. Trata-se de um pão anelado, ainda algo cru e elástico por dentro, com uma crosta estaladiça e salpicado com sementes de sésamo. O Coffee Lounge tem uma dúzia de variedades, do bagel indiano (com frango grelhado, caril e ananás) ao bagel vegetariano (com legumes grelhados, creme de queijo e tomate).
O Coffee Lounge, aberto de segunda a sábado, das 6h30 às 18h30, propõe ainda bolos caseiros, queques, muffins suculentos, além de pequenos-almoços irlandeses.

José Luís Correia
, in Contacto, 01.10.09

No Coffee Lounge pode beber-se um grande, genuíno e generoso cappuccino à italiana, com uma compacta camada de espuma de leite e um café bem encorpado
Fotos: JLC

Chegou o iPhone3G


À venda na Vox Mobile desde sexta-feira
Chegou o iPhone3G
O iPhone3G é um telemóvel de terceira geração que integra um GPS, entre outras funções e aplicações inovadoras na telefonia móvelEsperado há muito pelos adictos das novas tecnologias e disponível desde Julho em mais de 20 países (incluindo Portugal), a chegada do iPhone3G ao Grão-Ducado foi finalmente anunciada com grande pompa na quinta-feira pela Vox Mobile, que procedeu ao lançamento oficial na sexta-feira à noite.
O iPhone3G é um telemóvel de terceira geração (3G) inteligente (smartphone), segunda versão do iPhone da Apple, que integra um GPS (global positioning system), entre outras funções e aplicações inovadoras na telefonia móvel.
A loja Vox, situada no centro da capital luxemburguesa, esteve assim excepcionalmente aberta até às 21h na sexta-feira, tendo a venda começado apenas após as 18h. O stock nessa noite era de 150 iPhones3G e os vendedores podiam disponibilizar apenas um aparelho por cliente.
A Apple vai entretanto disponibilizar mais alguns milhares de aparelhos para o Grão-Ducado, mas a oferta continuará a ser limitada nas próximas semanas no Luxemburgo.
A operadora luxemburguesa Vox, filial da Mobistar e ligada ao grupo Orange, vende o iPhone3G a preços que variam entre os 124 e 314 euros, dependendo de se se trata do modelo de 8 ou 16 gigas (GB), e da assinatura a 35 ou 50 euros/mês (por 24 meses) pela qual o cliente opta.
Este novo iPhone pesa 133 gramas, tem 11,5 cm de altura, 6,2 de largura e 12,3 mm de profundidade.
Algumas das suas funções e aplicações: conexões mais rápidas e em alto débito à internet, com o navegador Safari; organização de chamadas em conferência; ecrã 3,5 polegadas multitouch; PDA; autonomia de leitura áudio de 24h e de leitura vídeo de 7h; entrada USB e ligação possível a computadores Mac ou PC; entrada para todo o tipo de auscultadores; os SMS apresentam-se como uma discussão em linha (ex.: msn), o que permite retomar uma conversa onde ficou "pendurada"; menor tempo de salvaguarda para iTunes; push-mails; instalação mais rápida de aplicações externas; descarregamentos mais rápidos; procura mais rápida de contactos; reconhecimento dos formatos pdf, jpeg, Word, Excel e Powerpoint; entre outras.
Os detractores do iPhone3G acusam-no, no entanto, de bloquear os softwares livres, exigindo a Apple uma taxa para o desbloqueamento, além de não ser compatível com formatos como o Ogg Vorbis e Theora. Não nos foi possível confirmar até agora estes dados, mas vale a pena fazer a pergunta aquando da eventual aquisição do aparelho.
O iPhone3G está disponível nas lojas Vox, nos balcões da Easyphone, na capital e em Strassen, bem como em estabelecimentos como a Apple Premium Resellers Lineheart, na capital, e a Computer Home, na Belle Etoile, em Strassen.

JLC, in Contacto, 01.10.09