sebenta de anotações esparsas, pensamentos ociosos, reflexões cadentes, poemas difusos, introspecções de uma filosofia mais ou menos opaca dos meus dias (ou + reminiscências melómanas, translúcidas, intra e extra-sensoriais, erógenas, esquizofrénicas ou obsessivas dos meus dias)
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cahier de notes éparses, pensées oisives, réflexions filantes, poèmes diffus, introspections d'une philosophie plus ou moins opaque de mes journées (ou + de réminiscences mélomanes, translucides, intra-sensorielles et extra-sensorielles, érogènes, schizophrènes ou obsessionnelles de mes journées)

sábado, 29 de agosto de 2009

Ode à Humanidade


"(...) Eu canto a Humanidade, esse valor que se espalha pelo Universo, como um raio de sol irradiando uma pétala, como uma gota de água simplificando o deserto, como uma nova essência que tudo transforma à sua passagem, e nunca nada jamais será igual. Um outro valor mais alto se ergue do pó! E se somos realmente apenas pó das estrelas, se algures alguém nos observasse do longíquo espaço, veria que já cintilamos. (...)"


José Luís Correia, in "Ode à Humanidade", 2002

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Trabalhar para o bronze ou como escapar ao rio Lethes

Parafraseando Horácio

Quero erguer "um monumento mais duradouro do que o bronze, mais alto do que as pirâmides dos reis. Nem a chuva cortante nem o vento devastador; nem a sequência inumerável dos anos nem a passagem das eras conseguirão destruí-lo. Não morrerei de todo, pois de Libitina grande parte de mim escapará."

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Facts are subversive - Os factos são subversivos

Presentemente, estou a ler a última recolha das crónicas políticas do talentoso Timothy Garton Ash, jornalista inglês do The Guardian: "Facts are subversive - Political writing from a decade without a name" (Atlantic Books, 2009, London).

A década dos anos 2000 contada com o olho crítico e a pena afiada de alguém que viveu por dentro alguns dos acontecimentos históricos e políticos que marcaram os últimos dez anos na Europa e no Mundo.

Desde a instalação difícil da democracia e da economia de mercado nos países do Leste europeu até a assuntos da política doméstica britânica. (N.B.: Prefiro usar a noção anglo-saxónica de "política doméstica" do que a portuguesa de "política interior" ou "interna". "Doméstico" torna-me a coisa mais ..."familiar" ou mesmo, ...hum, domesticada! Topam?).

TGA evoca todas as questões actuais de sociedade, as das migrações para a Europa-muralha, bem como a do Islão a querer vingar no Mundo e mesmo no coração do velho continente. Mas o jornalista foi também testemunha, enquanto enviado especial do The Guardian, da vida nas favelas de São Paulo ou da eleição de Barack Obama como primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos.

Pequenos excertos (tradução livre):

"A primeira missão do historiador e do jornalista é encontrar factos. Não a única missão, talvez até nem a mais importante, mas a primeira. Os factos são os marcos a partir dos quais construímos estradas de análises, mosaicos de telhas que encaixamos para compor quadros do passado e do presente. Haverá discordâncias sobre onde conduz a estrada ou que realidade ou verdade é revelada pelo quadro. Os próprios factos devem ser verificados com base em todas as provas disponíveis. Mas alguns são duros e redondos - e os líderes mais poderosos do Mundo podem tropeçar neles. O mesmo pode acontecer a escritores, dissidentes e santos.
(...)
Actualmente, as fontes que fixam os factos encontram-se sobretudo na fronteira entre a política e os media. Os políticos têm cada vez mais desenvolvido métodos sofisticados para impor uma narrativa dominante através dos media. A tarefa dos conselheiros políticos (spinmasters) em Londres e Washington, e ainda mais a dos 'tecnolgistas políticos' da Rússia, é sistematicamente desfocar até tornar indistinta a linha entre realidade e realidade virtual. Se suficientemente pessoas acreditarem em algo durante suficientemente tempo, então fica-se no poder. O que mais importa?"

"'O comentário é livre, mas os factos são sagrados", é a mais célebre máxima do lendário chefe de Redacção do Guardian, C.P. Scott. Actualmente, no sector dos media, a máxima variou: 'O comentário é livre, os factos são caros!'"

"O nosso velho continente passou a maior parte destes anos sem nome (os anos 2000-2009) a falhar a consolidação e o alargamento dos seus negócios com um cada vez maior Mundo não-Europeu. E por isso, teve menos importância, para o bem como para o mal, do que nos anos 1980, quando ainda era o teatro central de uma guerra fria global, ou nos anos 1990. A não ser que nós Europeus acordemos para o Mundo do qual fazemos parte - mas não temos feito nada que aponte nesse sentido - ou a nossa influência vai continuar a diminuir nos próximos anos."


Photo from Timothy Garton Ash's official site (will be removed if the author asks so)

sábado, 22 de agosto de 2009

Caminhos

"Perder-me para melhor me reencontrar..." , esta frase tem andado a atormentar-me nestes últimos dias.

Tenho feito como Thoreau, sem pretensões de reescrever o seu "Walden", nos meus tempos perdidos tenho andado deambulando pelas florestas, campos, pradarias, estradas, caminhos e trilhos deste burgo. Para melhor me compreender e compreender tudo o que gira à minha volta. Para tentar encontrar a ideia original, saber quem sou, donde venho, onde quero ir, o que quero contar, o que quero deixar de mim aqui, ir ao fundo de mim e saber o que significa a palavra escrever e o próprio acto em si.


Andar pela floresta é como perder o olhar no céu de estrelas à noite: o espectáculo que se me oferece deixa-me tão maravilhado que as geografias e as dimensões das coisas e dos objectos se alteram, acabo por diluir-me nesse todo que parece infinito e fico reduzido perante mim próprio à (in)significância do meu tamanho cósmico e do impacto que poderei ter ou terei de facto no espaço e no tempo.


Mas reduzir tudo à fracção mais infinitesimal possível, ao mais pequeno denominador comum, no meio do nada, em mim, obriga-me também a reposicionar-me no mundo e em mim mesmo.

Posso até nem ter revelações extácticas, epifanias arrebatadas ou chegar a conclusão alguma, mas sei, tenho essa íntima convicção - e essa é das poucas coisas que realmente sei saber - , que o caminho é por aí, dentro de mim, por mais que erre ou divague, e que, mais cedo ou mais tarde, há-de haver nem que seja uma tímida clareira!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tempo de existir



Libri aut liberi
*



* Livros ou filhos (máxima do tempo da antiga Roma)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Este é o meu corpo

"Chego do ilustre Jardim das Hespérides, mas sou como outro viajante qualquer. Apenas a pedra me interessa. A pedra bruta, os seus contornos, as suas pontas, as suas superfícies ondulosas, passo a língua onde o tempo passou o pó. Lambo calhaus, amolo, chupo-os, aliso-os, talho-os com o ímpeto do meu corpo cadente, dos meus dedos generosos, apaziguadores. Acordo novos mundos a cada lasca, mordo os lábios, jogo a pedra fora. Pego noutra, enterro o meu estoque com pujança, como outro talhador de pedra qualquer."

in "Os Cadernos do Gaspar, vol. 1"

domingo, 16 de agosto de 2009

Bonjour, Monsieur Renard!



Fim-de-semana a deleitar-me com o diário de Jules Renard. Poeta, dramaturgo e romancista francês que viveu entre 1864 e 1910. E apesar de ter deixado vasta obra, a parte desta que sempre mais me interessou foi o seu diário, sobretudo as anotações, pensamentos e aforismos sobre tudo e todos - mesmo sobre artistas amigos, com os quais não foi nada meigo na crítica.

Leio sem cansaço e até à exaustão tudo o que ele escreveu sobre o processo criativo em literatura e sobre a missão desta, se é que esta deve ter/tem um desígnio.

Na semana passada descobri em Paris "Leçons d'écriture et de lecture" das Editions du Sonneur (2009), na livraria "L'Ecume des Pages", em Saint-Germain-des-Prés, mesmo ao lado do Café Flore. E não hesitei. Tinha entre mãos mais um excerto do seu diário.

Aproveitei para desempoeirar da estante o belíssimo romance gráfico que o desenhador francês Fred publicou em 1988 na Flammarion inspirado no diário de Renard. Na obra, Fred não resiste a colocar um trôpego mas mesmo assim brilhante Renard em diálogo surrealista com um corvo, numa alusão à fábula da raposa e do corvo, que faz parte da memória colectiva dos franceses ("renard" em francês significa raposa). Um livro magnífico que me ofereceu em boa hora a Susana Nogueira, ela que, mais do que conhecer os meus gostos literários, sempre soube fazer-me descobrir autores novos e interessantes.

Na época, Renard era sem dúvida novidade para mim. Não tinha ainda lido "Poil de Carotte" nem nenhuma das suas peças. Mas o lápis negro-poético de Fred soube cativar o meu olho e as observações incisivas e acertadas de Renard sobre a sociedade e a literatura tornaram-me adicto imediato do escritor. Eu ficava circunspecto e preso nos lábios de Renard, como o corvo. Eu, que na altura adolescente procurava um sentido a tudo, a mim próprio e à minha suposta e recém-descoberta veia literária.

E passados quase vinte anos, o encanto da escrita (ou "escrítica", como diria Miguel Esteves Cardoso) de Renard continua a ter efeito sobre mim.

Transcrevo alguns dos pensamentos que descobri e outros que redescobri, nesta minha última incursão ao mundo interior de Jules Renard:

"Não há sinónimos. Há apenas palavras necessárias, e o bom escritor conhece-as."

"Se tens talento, imitam-te. Se te imitam, estás na moda. Se estás na moda, passas de moda...Portanto, é melhor não ter talento!"

"O pensador de Rodin tem a cabeça cheia de vazio. Pensar não basta. É preciso pensar em qualquer coisa."

"Um dia poder-se-á construir a casa de felicidade. Mas a maior divisão será mesmo assim a sala de espera."

"Há gente que retira facilmente o que diz como se retira uma espada do ventre do adversário."

"Eles surpreendem-me: escrevem, escrevem! Eu, não posso. Eu não acho nada, ou, melhor, não aceito nada do que encontro. Sim, é isso. Muito simplesmente recuso servir-me de um certo talento que basta aos outros."

"O artista é um homem de talento que crê estar sempre a começar."

"Teria gostado de ser ave, esse fruto nómada da árvore."

"As minha palavras farão fortuna. Eu não! Mas uma boa palavra vale mais do que um mau livro."

"Há homens que são tão asseados que mudam de opinião como mudam de camisa."

"Deus não foi nada mal sucedido com a Natureza. Mas não acertou com o Homem."

"O seu marido não tem nada, mas crê que está doente, disse um dia um médico a uma velha senhora. Alguns dias depois, cheia de confiança neste grande médico, ela vem dizer-lhe: O meu marido crê que está morto!"

"Metade da casca de uma árvore ignora o vento norte."

"Só os cartazes eleitorais guardam durante algum tempo as suas opiniões políticas."


domingo, 9 de agosto de 2009

Paris 2

Corremos meia-Paris, do 7° bairro, onde ficámos alojados, mesmo ao lado da Torre Eiffel, até ao 1°, onde fica o Louvre, as Tulherias e a place Vendôme. Subimos o Champs de Mars até ao Trocadéro, onde tomámos o pequeno-almoço numa brasserie. Passeámos pelos cafés e livrarias de Saint-Germain-des-Prés até à place Solferino. Subimos pelo emaranhado de ruas, da place de Clichy até Montmartre para apenas descansar no Starbucks, em Pigalle, frente ao Moulin Rouge. Tivemos ainda tempo para, moídos da caminhada, descansarmos a vista no Sena, num barco-mosca (bâteau-mouche) e jantarmos no Hard Rock Café.

Petite escapade


Fuga romântica até Paris. Vista do quarto onde dormimos. Cinco para a meia-noite e nós extasiados a bebricar champanhe, a partilhar entre lábios beijos doces e bonbons de chocolate numa varanda, com uma vista espectacular, disfrutando do ar ameno da noite parisiense.

E de repente, a torre do Gustavo, começou a cintilar, como animada de mil pirilampos ou estrelas caídas do céu naquele momento. Ouviu-se um enorme "ohhhhhh..." dos visitantes do primeiro andar da torre, que inusitadamente começaram a disparar flashes na nossa direcção. E nós... fizemos o nosso melhor sorriso-colgate :-))))

Thanx Beta! (ela sabe quem!) ;-)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O século das luzes 2.0 ?

Eu até é raro gostar de filósofos! Contemporâneos entenda-se. Bernard-Henri Lévy, só em doses muito terapêuticas. E prefiro José Gil a Eduardo Lourenço. Mas hoje dei por mim a gostar do que dizia o jovem filósofo francês Vincent Cespedes no éter da Radio France Inter.

Falava ele em "egoscópio" e "século das luzes 2.0" para evocar o fenómeno facebook e por extensão todo o tipo de sites como os blogues, os myspaces, os hi-fives e afins.

"O que emana na internet dos jovens não são apenas as suas páginas privadas, a necessidade de terem o seu próprio egoscópio. Há trinta anos eu era obrigado a consumir a televisão que me serviam, sem poder responder.

A internet dá hoje aos jovens a possibilidade de eles próprios criaram conteúdos que os seus pares vão ler e consultar. Claro que há futilidades e engates e bisbilhotices próprios da idade. Mas há o reverso da medalha.

Os jovens, hoje em dia, têm o saber e o conhecimento à disposição na internet, que eu não tinha quando era miúdo. Claro que a net há coisas más. Mas também há coisas boas. Não se pode ser netófobo nem netómano. Mas acreditem que Diderot não teria desperdiçado um meio de comunicação e de divulgação dos saberes como é hoje a internet. Estamos a assistir, ouso dizê-lo, ao nascimento de um novo século das luzes, numa versão 2.0".


Foi mais ou menos isto em traços largos o que dizia este filósofo numa das suas tiradas no programa "Ca vous dérange" de Philippe Bertrand, na France Inter, hoje à hora do meio-dia.

O curioso é haver desde há algum tempo uma séria preocupação em pensar este fenómeno da internet e todos os milhões de tentáculos, da esfera privada à esfera pública, empresarial, institucional, que dela emanam.

"Is Google making us stoopid?"

A frase não é minha. Bem gostava eu. É do jornalista Oliver Jungen, do diário alemão "Frankfurter Allegemeine", citado no n° 7 (Julho/Agosto) de uma nova revista francesa com nome inglês: "Books".

A revista publica um dossiê bastante interessante sobre o mesmo tema com um título no mínimo sugestivo e provocador: "A internet está a tornar-nos mais burros?"

Autores do mundo inteiro, escritores, jornalistas, informáticos, donos de start-ups, alguns mesmo da Sillicon Valley, analisam os fenómenos YouTube, MySpace, Facebook, Google...

No dossiê, há, como sempre, os detractores da coisa, a vociferar de mãos ao céu que "a net vai acabar com o livro" e deixar toda esta geração sem cerebelo. Inteligentemente, a revista foi "pescar" um texto do sociólogo espanhol Joaquin Rodriguez que recorda que "até Sócrates se opôs à evolução, à novidade. No caso dele era a escrita, porque, segundo ele esta nova forma de transmitir o saber chocava com a tradição oral e era prejudicial à memória do homem".

Imaginem!

O espanhol admite que ler na internet não é a mesma coisa que ler um livro ou um jornal, mas há leitura, mesmo se é uma "leitura arborescente".

Muitos outros autores concluem que assim como o cinema não acabou com o teatro, a televisão não acabou com a rádio, a internet não acabará com o livro ou a imprensa. Pode transformá-los, fazê-los evoluir mais rapidamente do que teriam evoluído se esta não existisse, pode vir (já está a fazê-lo) associar-se a eles, ou vice-versa, mas em favor de ambas as partes e não como uma substituição de algo por outro.

E enquanto, pessimista, o filósofo George Steiner fala do "crepúsculo da leitura", o romancista Umberto Eco, diz que a internet e o computador são "a redenção da escrita".

Neste debate, a jornalista Larissa MacFarquhar, do New Yorker, denuncia os "apóstolos da alta cultura" que tanto desprezam a internet e a televisão e apenas juram pelo livro. E recorda esta verdade: "Nem todos os livros merecem ser lidos e nem todas as séries televisivas merecem a nossa indignação".

Mais à frente, Jeneen Interlandi, jornalista do Newsweek, e Sharon Begley, do Wall Street Journal, fazem a critica do mais recente livro de Mark Bauerlein, "The Dumbest Generation". O docente de literatura inglesa na Universidade Emory, em Atlanta (Estados Unidos), vitupera a plenos pulmões que os jovens são todos incultos e prevê mesmo para breve um holocausto civilizacional, intelectual e cívico.

As jornalistas recordam, com humor, que o velho professor foi precedido de alguns séculos pelos admiradores de Ésquilo e Sofócles que na época deploravam "a ignorância e o deserto cutural dos jovens que preferiam Aristófanes".

E lembram mais: "Os eruditos victorianos viam em Charles Dickens um escritor sentimental, que só sabia escrever intriguices e historinhas ligeiras em comparação com outros escritores do século XIX".

E as jornalistas rematam e desferem o golpe final no pobre "Velho do Restelo atlante":

"O que quer dizer Bauerlein com 'a geração mais burra de sempre'? Fala ele na que tem menos saber ? (...) Mas se ser burro significa ser desprovido de faculdades cognitivas fundamentais como a aptidão de pensar de forma crítica e lógica, de analisar um raciocínio, aprender e reter, reconhecer analogias, distinguir um facto de uma opinião (...), então Bauerlein está em terreno movediço. É que o QI (quociente de inteligência) de uma pessoa mediana, em todos os países que reconhecem essa maneira de medir a inteligência, tem vindo a aumentar desde os anos 1930. Porque o QI não mede o saber puro mas a capacidade de pensar, ao que os cientistas chamam a 'inteligência fluída'. Ou seja, a burrice de uma resposta não pode ser imputada à ignorância dos factos!"

Ou seja, o que as jornalistas se esforçam por demonstrar e denunciar é uma concepção antiquada e ultrapassada de saber enciclopédica, da cultura e do conhecimento, preconizada por muitos, como Bauerlein, e opõem-na às novas aptidões da juventude actual que dispõe de um instrumento tão versátil e completo (embora, por natureza, em constante, crescimento) como a internet: Podem até nem ter determinado saber, mas sabem onde procurar esse mesmo saber. E isso é o mais importante!

E eu concordo!

Conclusão


De uma análise de um fenómeno como Facebook, onde é estimulado o culto do EU, chegamos a um debate filosófico/sociológico sobre o saber, a cultura e o conhecimento nos dias de hoje. Porque tudo está afinal ligado e só assim se explica que tanta gente venha opinar (e eu tamém, sim, claro, porque não?) sobre o que a internet está a mudar. Está a mudar-nos a nós, e por extensão a sociedade.

Como meio (medium, media) que é altera a nossa noção de distância. Perante os outros e nós mesmos. Como espelho que é, altera a atitude que temos de nós ao nos vermos reflectidos.

JLC (cadernos do gaspar, vol. 2)